Limerique
Sobre o limerique
Cleonice Bourscheid
Limerick é um poema de cinco versos.
Tem sua origem na Irlanda, mais precisamente na cidade de Limerick, que lhe emprestou o nome.
Sua estrutura é formada por dois versos maiores seguidos de dois menores e um do tamanho dos primeiros.
Geralmente se utilizam 7 sílabas nos versos maiores e 5 nos menores.
Ou as maiores podem ter 10 a 12 sílabas e as menores, 7 a 8.
Os versos maiores rimam entre si, o mesmo acontecendo com os menores.
O tema é amplo, mas o estilo original do Limerick é a crítica, a ironia, a galhofa.
O primeiro verso tradicionalmente introduz uma pessoa e um lugar,
o lugar aparecendo no final do primeiro verso estabelecendo uma rima para o segundo e o quinto.
Nos limericks originais, o último verso era essencialmente uma repetição do primeiro,
embora hoje em dia não seja mais usual.
A referência mais antiga encontrada é um poema de São Tomás de Aquino (1225-1274),
que se encaixa no padrão métrico.
Sit vitiorum meorum evacuatio
Concupiscentae et libidinis exterminatio,
Caritatis et patientiae,
Humilitatis et obedientiae,
Omniumque virtutum augmentatio.
Tradução:
Que meus vícios sejam esvaziados
O desejo e a luxúria banidos
Caridade e paciência
Humildade e obediência
E todas as virtudes aumentadas.
Let my viciousness be emptied,
Desire and lust banished,
Charity and patience,
Humility and obedience,
And all the virtues increased.
Esta forma foi popularizada por Edward Lear (1812-1888) no seu Book of Nonsense.
Era muito respeitado como artista e chegou a dar aulas de desenho para a rainha Vitória.
There was an Old Man with a nose,
Who said, "If you choose to suppose,
That my nose is too long,
You are certainly wrong!"
That remarkable Man with a nose.
Um certo velhote narigudo
Xingava: Não diga, seu posudo,
Que meu nariz é comprido
Você é doido varrido
E coçava o nariz com dedo e tudo.
A avezinha caiu na panela
Vovó cozinhou com canela
Na hora do almoço
Foi aquele alvoroço
Vovô tropeçou na panela.
Romilda a velha birrenta
Toma café com pimenta
O velho curioso pergunta:
Isto alimenta?
Que lhe importa? retruca a birrenta.
Cleonice Bourscheid