Sexta-feira, 19.08.11

Apoteose

 

Museu, arte fotográfica, literatura, teatro, suor e champagne

 

 

 

 

A abertura no MALG Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, da mostra fotográfica CAMISA BRASILEIRA organizada pelo SESC RS, de fotografias de GILBERTO PERIN e com textos do escritor Aldyr Garcia Schlee, resultou em algo verdadeiramente apoteótico. Salas lotadas de visitantes interessados na qualidade artística das imagens apresentadas, o lançamento de um luxuoso livro de arte, uma performance extraordinária de parte do grupo THOLL, fantasiado em vermelho e preto, ao som da artilharia pesada de surdos, bumbos e metais da charanga xavante (do Grêmio Esportivo Brasil) fizeram a notícia no dia 17 de agosto de 2011, em Pelotas. 

 

Foi a noite em que o povo entrou dançando no Museu, para confraternizar com a Arte contemporânea a sua mais legítima essência de alma popular. Com champagne, em taças de cristal...

(Imagem: Carlos Insaurriaga)

 

http://www.gebrasil.com.br/noticias/noticias-detalhe.php?id=1095

 

CAMISA BRASILEIRA

MALG - Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo

Fotografias de GILBERTO PERIN

Textos de Aldyr Garcia Schlee

 

Organização SESC RS  

De 18 de agosto a 14 de setembro de 2011

Rua General Osório, 725

Centro - Pelotas RS Brasil

 

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Domingo, 14.08.11

Os mínimos obstáculos, intransponíveis

Legados de Ianelli

 

Paulo Amaral

 

Contemplar a obra de Arcangelo Ianelli equivale a passear pelos melhores caminhos da arte brasileira guiado por quem sempre ocupará privilegiado assento entre os grandes mestres da pintura e da escultura. Ianelli trilhou uma carreira visivelmente gradativa, construiu uma obra Suo tempore, sobretudo coerente e plasmada no profundo conhecimento das cores que soube distribuir sobre telas de rara plasticidade. É, em resumo, um artista digno de ser exposto nos maiores museus do mundo.

 

Estes, muitas vezes, apresentam espaços exíguos, o que os obriga a formar acervos limitados, e de forma geral dispõem de verbas minguadas, que os impedem de adquirir novas obras. Mas estas circunstâncias, considerando Arcangelo Ianelli, não justificam que se refutem obras-primas de artistas de sua densidade. Ainda neste ano, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), do qual Ianelli foi estreito colaborador durante sua vida, e de cujo Conselho participou intensamente, rejeitou 14 das 16 obras deixadas em testamento pelo artista, falecido em 2009. A alegação do MAM foi de que eram redundantes em relação a outras do mesmo Ianelli já existentes no acervo da entidade.

 

À polêmica, amplamente discutida pela imprensa do centro do país, estarrecidos com a decisão do MAM, juntaram-se vozes respeitáveis como as de Ferreira Gullar, Fábio Magalhães e Emanoel Araújo. Também ao MARGS, que não possui nenhum exemplar de sua obra, Ianelli legou 15 expressivos trabalhos, dentre os quais duas primorosas marinhas pintadas a óleo, datadas de 1958, quando o artista encontra o esplendor de sua preciosa fase figurativa. Estes quadros estão catalogados no livro IANELLI – Os Caminhos da Figuração, editado pela FAAP por ocasião de uma retrospectiva do artista, ocorrida no Museu da Arte Brasileira, da FAAP em 2004.

 

Outra tela doada ao MARGS (óleo nas dimensões 2,00mx2,50m), pertence à fase mais conhecida por Vibrações, na qual o artista coroa sua extensa carreira, esbanjando absoluto domínio da luz e dos efeitos de transparência. As demais obras são sete pastéis sobre papel, quatro gravuras e uma escultura, todas elas igualmente importantes. Trata-se, em poucas palavras, de uma seleção ampla e expressiva da trajetória de Ianelli, capaz de sozinha sustentar uma exposição gloriosa. Entretanto, estas doações, ofertadas há mais de um ano e meio, ainda não participam do acervo do MARGS pela falta de recursos da entidade para o pagamento de um imposto de transmissão de valor pouco inferior a R$ 8.000,00!

 

Este caso, paradoxal por sua natureza, suscita uma reflexão sobre o descaso dos governos para com a Cultura em geral. Num Estado como o nosso, em que o orçamento destinado à área mal alcança meio por cento do geral, torna-se difícil chancelar a seriedade da gestão pública que não valoriza uma generosa doação de bens avaliados em torno de meio milhão de reais e que não é acolhida por ser indisponível irrisória cifra para o pagamento de uma simples taxa. O fato reproduz um pouco a história da administração pública do Brasil, onde é comum acontecer que se percam projetos e oportunidades por “decorrência de prazo”, isto é, um eufemismo para exprimir inépcia.


As obras de Ianelli foram indiscutivelmente aceitas pelo núcleo de acervo do MARGS, ao contrário do que se passou no MAM de São Paulo. Mas remanesce, fruto de uma política equivocada do governo em relação à história de um museu com mais de meio século de existência, uma pendência tão prosaica quanto inaceitável. Alguma solução poderia vir da Associação de Amigos do MARGS, suporte financeiro do museu, entidade que há alguns anos, através de um organizado trabalho junto a mecenatos, logrou adquirir um pequeno acervo em número de peças, mas rico em conteúdo, no qual pontificava uma estupenda tela de Guignard. Cabe à Associação de Amigos procurar recursos para cumprir metas do cotidiano - e ressaltemos que esta não é uma meta do cotidiano, mas uma ação que, a um custo simbólico, pode significar a aquisição da década para o acervo do maior e mais importante museu de arte do Rio Grande do Sul.

 

O risco que corre o MARGS em acabar não recebendo as obras de Ianelli é maior do que se possa imaginar, porquanto a família do artista aguarda o pagamento do imposto de transmissão para o efetivo encerramento do inventário. Até quando poderão os doadores, por interesse próprio ou por imposições legais, manter em aberto este processo ? A decorrer algum prazo retardatário além do admissível, estas obras poderiam ser oferecidas a outros museus nacionais e estrangeiros que as receberiam com festas de foguetório, como o fizeram o MASP, a Pinacoteca e o Museu da Arte Brasileira, todos de São Paulo.

 

Raramente ocorre a oportunidade de um artista do quilate de Arcangelo Ianelli legar grupos de obras a entidades, e menos ainda seus testamenteiros insistirem em levar tal missão ao cabo.

 

Estas considerações terminam por evocar outra, de caráter institucional.

 

Museus no mundo inteiro cobram ingressos para a visitação, muitas vezes estabelecendo diferentes classes de tarifas de acordo com a importância e o número de exposições exibidas. A França, onde os museus nacionais são congregados por uma só entidade, a Réunion des Musées Nationaux, isso é tratado assim na integralidade. No Reino Unido, excepcionalmente, há algumas políticas de gratuidade, mesmo em casas importantes como a Tate Britain. Mas a opção do Estado inglês em subsidiar estas visitas é compatível com a devida contrapartida financeira por ele alcançada aos museus que não cobram ingressos.

 

Aqui, diferentemente, o Estado não se interessa por dotar museus de verbas compatíveis com um funcionamento digno. Não é difícil compreender este tabu da não cobrança. Ele está preso a um antigo conceito de Estado paternalista em que prevalece a noção de que a arte é ainda-e-para-sempre incipiente, e que cobrar ingressos de um público específico significaria uma afronta a toda uma sociedade. Uma grande falácia. No caso da doação Ianelli, por exemplo, o imposto de transmissão já há muito tempo teria sido pago com recursos diretos de ingressos. A cobrança, mesmo que simbólica, e excetuados alguns casos como os de estudantes e idosos, por exemplo, valoriza os museus ao mesmo tempo em que move a economia da cultura: para os museus, mais acervo, mais publicações, melhores condições disponíveis ao usuário e, por consequência, maior visitação; para os artistas, maior reconhecimento de seu fazer; para os marchands, melhores vendas e mais compras aos que produzem arte.

 

É um ciclo saudável e compatível com a realidade de um país como o nosso, cujo governo se jacta de enfrentar crises econômicas com galhardia e incentiva o consumo a rodo. Que consumamos cultura, pois, e que possamos perceber o baixo custo para o enriquecimento da alma. Ars longa, vita brevis

 

Paulo Amaral - Publicado no jornal Zero Hora

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Domingo, 17.07.11

O teto do MASP

O que está acontecendo no MASP?

 

O MASP Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand possui o mais importante acervo de arte do Brasil. O que está acontecendo com o seu telhado, todo danificado e potencializando infiltrações e acúmulos indesejados de umidade? Seria importante fazer uma restauração imediata deste telhado, pelo bem das obras e principalmente do próprio edifício.

 


 

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Sexta-feira, 17.06.11

Um recusa, outros reverenciam

 

BRAVO!!! Pinacoteca de São Paulo

 

 

 

 

Um curador de um museu de São Paulo recusou para o seu acervo, juntamente com o seu conselho consultivo, 16 obras do notável artista pintor e escultor Arcangelo Ianelli. Ao mesmo tempo a Pinacoteca de São Paulo reverencia e homenageia o grande artista pelo idêntico gesto generoso de doação de obras ao seu acervo. Bravo, Pinacoteca de São Paulo. Parabéns, Arcangelo Ianelli.

 

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Quinta-feira, 26.05.11

Mal-entendido ou bem-entendido?

Recusa de obras de Ianelli pelo MAM provoca mal-estar

 

Gabriela Longman

 

O testamento do artista previa doação de 16 trabalhos à instituição (MAM São Paulo) 

 

O Conselho do MAM São Paulo votou agora por ficar apenas com duas, rejeitando outras 14 obras Conhecido pela luminosidade de seus quadros, o artista Arcangelo Ianelli morreu em 2009. No testamento, deixou obras para 16 museus e instituições diversas – Masp, MAC-USP, Museu Afro Brasil e FAAP foram alguns dos contemplados pela doação.

 

Com 15 obras do pintor em seu acervo atual, o MAM-SP considerou as obras recebidas como "redundantes", à exceção de duas: o óleo sobre tela "Barcos", de 1961, e uma escultura sem título, de 1974.

 

A decisão, tomada pelo curador Felipe Chaimovich e pelo conselho de arte do museu, foi considerada ofensiva pela família do pintor.

 

"Essa justificativa é absurda", disse à Folha Katia Ianelli, filha do artista. "O conjunto contém esculturas, pastéis, relevo sobre madeira, tudo o que eles não têm no acervo. Fico triste porque meu pai era muito ligado ao MAM. Participou de Conselhos e organizou leilões beneficientes ao Museu."

 

Segundo ela, a atitude contrasta com a de todos os outros museus, que celebraram a chegada das obras. "A Pinacoteca programou uma exposição como forma de agradecer a doação."

 

Chaimovich afirmou que a importância do pintor é inegável, mas que o Conselho mantém sua posição sobre a redundância e a rejeição das obras de Ianelli. "Vamos entrar em contato com a família e desfazer o mal-entendido."

 

Gabriela Longman - Publicado pela Folha de São Paulo / UOL

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Arrogância de Museu

Conselho do MAM mantém rejeição a obras doadas por Ianelli

 

Claudio Leal

 

O conselho consultivo do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, numa reunião realizada esta semana, decidiu manter a rejeição a 14 obras doadas em testamento pelo pintor e escultor Arcangelo Ianelli. Entretanto, o curador Felipe Chaimovich e os conselheiros  Annateresa Fabris, Luisa Duarte e Lauro Cavalcanti, resolveram reabrir o diálogo com a família do artista, para incorporar as duas únicas obras consideradas não-redundantes no acervo. O museu reconheceu um equívoco sobre o imposto de transmissão, um dos argumentos para a recusa.

 

Segundo Chaimovich, além de ver redundância nos quadros e esculturas, não haveria recursos para bancar a incorporação. Contestado pelo advogado da família Ianelli, que lembrou a não-incidência do imposto sobre os museus estaduais, o MAM admitiu o erro, após uma consulta ao setor jurídico.

 

Na sexta-feira (20), Terra Magazine revelou que, em novembro de 2010, o MAM recusou as obras de Ianelli, um dos maiores e mais valorizados pintores brasileiros contemporâneos.

 

Ele deixou, em testamento, cerca de 170 obras representativas de sua trajetória para o acervo de 16 museus nacionais e estrangeiros. Após a divulgação da recusa, os filhos do pintor, Katia e Rubens Ianelli, receberam dezenas de mensagens de solidariedade de artistas plásticos e professores universitários. A família não voltou a ser contatada por Chaimovich.

 

Oficialmente considerada uma "política curatorial", a rejeição acendeu uma polêmica. O poeta e crítico de arte Ferreira Gullar se revelou "perplexidade". A presidente do MAM, Milu Villela, permanece em silêncio sobre o episódio.

 

Segundo a assessoria do MAM, quem se pronuncia sobre a política de acervo é o conselho consultivo e a curadoria.

 

Numa carta à família, em 24 de novembro de 2010, o curador não havia detalhado os argumentos. "O Conselho Consultivo de Artes do Museu de Arte Moderna, em sua última reunião, posicionou-se contrariamente à entrada dessas obras no acervo do museu. Assim sendo, entendemos por bem recusar as mesmas", informou. O MAM foi o único museu brasileiro e internacional a recusar as obras deixadas em testamento.

 

Claudio Leal

 

 

 

 

(NE ardotempo - Teimosia e arrogância -

 

 

Não há o que dizer frente a este absurdo no qual todos no MAM, diretoria, conselheiros e curador são culpados e cúmplices. Creio que a proposta de aceitação de duas obras e rejeição de outras catorze obras é envenenada, pois supõe a aceitação resignada da ideia ABSURDA e RIDÍCULA da "redundância".

 

 Que absurdo é esse de "redundância" com relação a artistas sérios, originais e paradigmáticos? Que fazem "plágio" de si mesmos? Que "repetem" ideias pictóricas?

 

Isso se aplica ("redundância?!?) a Mark Rotko, a Calder, a Max Bill, a Frank Stella, a Ianelli, a Volpi, a MORANDI, a Charoux, a Tomie, a Emanoel Araújo, a Miró, a Nikki de St. Phalle, a Mira Schendel, a Vieira da Silva, a Torres-Garcia, a Frida Khalo, a Roy Lichenstein, a Hockney, a Tapiés, a Francis Bacon?

 

O acadêmico arrogante, mal intencionado, leniente, preguiçoso, irresponsável e estúpido que engendrou essa tese espantosa deveria ser sumariamente demitido!)

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Domingo, 13.03.11

Tesouros saqueados por colonizadores

Histórias ocultas de grandes museus

 

Fietta Jarque

 

El Louvre, el Metropolitan o el British Museum poseen piezas monumentales y grandes colecciones de diversas civilizaciones que sus países de origen reclaman. El libro Saqueo, el arte de robar arte realiza una inmersión en ese conflicto.

 

El sombrero que suele (o solía) llevar Zahi Hawass recuerda inmediatamente al de Indiana Jones. Su actitud también es semejante en muchos aspectos a la del arqueólogo aventurero. Hawass ha sido, hasta su dimisión el pasado día 3, secretario general del Consejo Superior de Antigüedades de Egipto durante una década y ministro unas semanas. Y el azote de autoridades y directores de museos a los que denunció repetidamente por posesión ilegítima de algunos de los grandes tesoros de la civilización de los faraones, reclamando su devolución.

 

Respaldado por el depuesto gobernante Hosni Mubarak, el mediático y controvertido arqueólogo parece haber abandonado de momento la enardecida misión que lideró con golpes de efecto que hicieron temblar a más de uno. Museos tan prestigiosos como el Louvre de París, el Metropolitan de Nueva York, el British Museum de Londres o el J. Paul Getty de California tienen un oscuro historial en la adquisición de piezas procedentes de saqueos, robos y compras ilegales. Desde hace más de tres décadas se suceden reclamaciones de los países de origen de las antigüedades que se exhiben en las salas de estos y otros centros de conocimiento universal. La polémica no deja de avivarse y los argumentos de unos y otros se enfrentan con sus razones y sinrazones.

 

La periodista norteamericana Sharon Waxman ha realizado una investigación que la ha llevado no solo a entrevistarse con los directivos y expertos de estos museos, sino también con algunos de los defensores de la tesis de la devolución de piezas significativas a los países de origen, anticuarios y policías. Detrás de muchas de las obras reclamadas hay fabulosas historias, escandalosas maniobras, venganzas, injusticias y también argumentos de peso de ambas partes. Todo parte de preguntas como las que se puede hacer casi cualquier visitante cuando ve, por ejemplo, la piedra de Rosetta en las salas egipcias o los monumentales frisos del Partenón griego en el Museo Británico; el busto de Nefertiti en Berlín o el zodiaco de Dendera en el Louvre, ¿qué hace esto aquí y cómo llegó? Los museos no suelen facilitar esa información.

 

Hay capítulos que a los ojos de hoy resultan siniestros o escandalosamente trágicos. Uno de ellos es el caso del zodiaco de Dendera, un bajorrelieve único en su especie que posee la clave de los conocimientos astronómicos del antiguo Egipto, extraído del techo del templo en la década de 1820 mediante explosiones que dañaron otras estatuas cercanas, remolcado sobre rodillos que no evitaron que cayera a un lodazal, transportado a París y comprado por Luis XVIII. El templo original luce un oneroso techo negro. A la pregunta de Waxman sobre este tema, la conservadora del Louvre responde simplemente: "¿De qué otro modo desprendería usted un techo de piedra?".

 

Es cierto que, sin la participación de los franceses, la egiptología moderna no existiría. Fueron las expediciones napoleónicas las que desataron la fiebre por la civilización de los faraones y quienes hicieron los primeros estudios serios. Se hicieron todo tipo de excavaciones sin los más rudimentarios criterios arqueológicos, como los actuales, que priman el estudio del conjunto de los hallazgos para establecer relaciones entre los objetos y deducir sus nexos. La dispersión de miles de objetos extraídos de las tumbas y templos ha destruido para siempre valiosos datos. Y eso vale para piezas de todas las culturas. Otra portavoz del museo parisino explicaba a la autora: "Puede que los griegos estén indignados ahora por la procedencia de esta o aquella estatua, pero ¿a quién le interesaría la escultura griega si toda ella estuviera en Grecia? Estas piezas son grandes porque están en el Louvre".

 

 


 

 Tampoco es desdeñable el papel de preservación, estudio y difusión de otros de los grandes museos enciclopédicos. Después de que el Partenón fuera usado como polvorín por los turcos en el siglo XVII y volara en pedazos por bombas venecianas, el embajador británico en Constantinopla, lord Elgin, decidió en el siglo XIX desmontar buena parte de los frisos decorativos y vendérselos al British Museum. Hay que tener en cuenta que en esa época si encontrabas algún objeto antiguo, simplemente te lo llevabas o lo comprabas a intermediarios de dudosa reputación. No existía miramiento alguno hacia la población local y en muchas ocasiones eran los propios gobernantes los que facilitaban dichos desplazamientos a cambio de algún beneficio. Las reclamaciones de los mármoles de Elgin llevan cerca de dos siglos, pero la respuesta ha sido siempre negativa. Sería catastrófico sentar un precedente que podría cuestionar por completo el patrimonio y la función de los museos. ¿Habría que restituir cada pieza al lugar donde fue extraída? ¿Quién lo cuidaría? ¿Habría que viajar por todo el mundo para hacerse una idea de las diferentes culturas?

 

Hay ideas que se podrían desarrollar hasta el absurdo. Waxman no pierde de vista las luces y sombras de las historias y personajes que aborda. Señala que "la batalla por los tesoros de la antigüedad tiene como base un conflicto acerca de la identidad y al derecho de reclamar aquellos objetos que son sus símbolos tangibles", por un lado. Por el otro, está el papel que han cumplido estas instituciones, surgidas a la luz de la Ilustración y que han logrado crear un asombroso mosaico de diversas culturas para ponerlas al alcance de millones de visitantes. Además, por supuesto, del trabajo historiográfico y científico que se desarrolla en estos centros.

 

Uno de los argumentos que suelen usar es que en los países de origen normalmente no serían capaces de preservar y conservar ese patrimonio. O que el número de visitantes sería ínfimo. Algo que, si bien es cierto en muchos casos, hoy está cambiando. Como también esa perspectiva paternalista y eurocentrista. No obstante, casos de depredación reciente, como la destrucción de los budas de Bamiyan, los saqueos en los museos de Irak y de Egipto en las recientes revueltas, hacen pensar en qué es lo más conveniente.

 

De todas formas, hoy las cosas están mucho más complicadas para los grandes museos y cada objeto que se ofrece a estas instituciones requiere un informe prístino sobre sus antecedentes y procedencia desde que en 1970 la Unesco dictó una resolución que prohibía la exportación y traspaso ilegal de la propiedad cultural. Algunos países también han actualizado su legislación en ese sentido. El conflicto no es nuevo ni tiene visos de resolverse de manera sencilla. Pero lo que propone Waxman en sus conclusiones sí podría servir de base a un código de comportamiento que sería beneficioso para todos. Para empezar, es deseable mayor transparencia.

 

"La historia del saqueo y la apropiación debe ser admitida, y debe salir a la luz para que la gente comprenda los verdaderos orígenes de estas grandes obras de la antigüedad", escribe. "Constituiría un gran gesto de integridad y humildad que desde hace tiempo viene faltando en nuestros grandes templos culturales". En cuanto a la restitución, una de las posibles fórmulas que se podrían estudiar es la colaboración entre los países ricos y los más pobres o diversas fórmulas de préstamo o alquiler. Hay quienes sostienen, por otro lado, que la posibilidad tecnológica actual permite hacer reproducciones perfectas de todo tipo de obras, casi indistinguibles del original. Una posibilidad abierta a los sitios arqueológicos, donde la cantidad de visitantes daña con su presencia el estado de conservación.

 

Si bien Saqueo. El arte de robar arte empieza con un capítulo dedicado a la gesta de Hawass, su salida de escena no le resta a este libro toda su actualidad. Casi el mismo día de su dimisión, en otro extremo del mundo, se confirmaba un triunfo contra la posesión ilegal de objetos de patrimonio histórico tras un largo litigio. La Universidad de Yale, que tenía en custodia desde hace un siglo un gran número de piezas extraídas por el descubridor oficial de la ciudadela inca de Machu Picchu, Hiram Bingham, ha accedido finalmente a devolver 363 de ellas en las próximas semanas. Se ha anunciado ya que serán transportadas con todos los honores en el avión presidencial peruano. En ese sentido, el libro de Waxman tiene sus limitaciones.

 

Su investigación abarca los cuatro museos citados. En torno a ellos construye una serie de relatos, muy documentados y de escritura ágil, que abarcan a algunos de los más relevantes -y elegantes- saqueadores de la historia. También las historias de héroes menores que, si bien lograron desentrañar misterios, desenmascarar engaños y rescatar con los tesoros parte del orgullo por la historia de su país, terminaron por verse envueltos en venganzas y enrevesadas acusaciones. El tráfico ilícito de obras de arte se da en todo el planeta.

 

En América Latina (territorio no contemplado en el libro de Waxman) hay peligrosas mafias que saquean a diario yacimientos, templos, palacios y museos. Solo en México, de los 35.000 sitios arqueológicos registrados, han sido expoliados 10.485. Según Fernando Báez, autor de El saqueo cultural de América Latina (Debate, 2009), se ha perdido el 60% del patrimonio tangible e intangible de la región. Una depredación que se agudizó a lo largo del siglo XX. Él mismo sufrió graves amenazas por parte de los traficantes durante su investigación. Detrás de la plácida contemplación de obras de arte en las vitrinas de los museos suele haber historias, personas y pasiones. También hay héroes y villanos, pero no siempre es fácil distinguirlos.

 

Publicado em El País

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Sexta-feira, 18.02.11

Museu do Pampa - Jaguarão

Sobre o Museu do Pampa - Centro de Interpretação do Pampa, em Jaguarão


O novo museu brasileiro

 

Entrevista: Marcelo Ferraz


Diferente dos museus tradicionais que reúnem objetos e riquezas datadas, para contar ao visitante parte da uma história, os contemporâneos – campo de intenso trabalho do escritório Brasil Arquitetura, de Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci – são dinâmicos ao tratar de temas muitas vezes abstratos, outras não. “Os novos museus assumem o papel de contar histórias entrecortadas, entrelaçadas, mas não pretendem ser abrangentes”, diz Ferraz.


Polos culturais de forte atração de público utilizam linguagens que falam mais de perto às pessoas, como a do cinema, da música e a tecnologia multimídia. Nesta entrevista ao AECweb (Portal Arquitetura, Engenharia e Construção), o arquiteto dá detalhes de cada um dos seis projetos de museus, assinados pelo escritório, em fase de construção ou de licitação de obras.


AECweb – Quais são os seis projetos?


Ferraz - Estamos fazendo, neste momento, seis museus entre os que estão com obras já licitadas e os que acabamos de entregar. São eles: Museu do Pampa (RS); Museu do Trabalho e do Trabalhador (SP); Museu Nacional da Cana de Açúcar (SP); Museu Cais do Sertão – Gonzaga (PE); Museu do Vinho (RS); e Centro de Referência e Memória de Igatu.


AECweb – Como tudo isso começou?


Ferraz - Esse processo começou com o projeto do Museu Rodin Bahia, em Salvador, corresponde do Museu Rodin, de Paris, projeto de grande sucesso. Veio, em seguida, o Museu do Pão, construído em Ilópolis, cidadezinha na serra gaúcha. Esse projeto foi muito premiado nacional e internacionalmente, inclusive com o premio Rino Levi, a homenagem máxima do IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil -, e publicado em mais de 15 revistas no exterior. Fomos, então convidados para fazer o Museu do Pampa, em Jaguarão, na fronteira com o Uruguai, com 2,5 mil m². As obras estão sendo iniciadas com verba do Ministério da Cultura e Universidade do Pampa, através do Ministério da Educação.


AECweb – Do que trata o museu?


Ferraz - Começa que essa é uma cidade linda, que está sendo tombada pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - com 800 imóveis classificados. Diferente dos museus tradicionais, a idéia é que seja um centro de interpretação do pampa, ou seja, é o pampa concentrado, do bioma à história, suas guerras e lutas de fronteira, passando pela visão antropológica da formação do gaúcho – música, literatura, dança. Apesar de menor em dimensões, ele segue o conceito do Museu da Língua Portuguesa, inclusive seu conteúdo está sendo preparado pelos mesmos profissionais que fizeram o do museu paulistano.


AECweb – O Museu do Trabalho veio depois?


Ferraz - Por encomenda do presidente Lula, fizemos o projeto do Museu do Trabalho e do Trabalhador, a ser construído no terreno do antigo mercado municipal, no centro de São Bernardo do Campo, ao lado da prefeitura. Importante: as obras, num total de 6 mil m², estão sendo licitadas neste momento e serão pagas através de convênio entre a prefeitura da cidade e o Ministério da Cultura. Nesse museu, vamos tratar do trabalho do homem numa dimensão ampla, com foco na região do ABC. Ele poderia estar em qualquer lugar do mundo, mas está em São Bernardo – cidade ícone do trabalho. Porém, não será o memorial do metalúrgico.


AECweb – O presidente Lula fez outra encomenda...


Ferraz - Sim, o presidente Lula nos pediu o projeto para o Museu Luiz Gonzaga, no marco zero de Recife, onde nasceu a cidade, com 7,5 mil m². A verba é do Ministério da Cultura e do governo de Pernambuco – o presidente saiu, mas tem dinheiro para tocar a obra. Em 13 de dezembro de 2012 é o centenário de Gonzaga, portanto, será fundamental inaugurar o museu em sua homenagem. A reforma em curso naquela região da cidade levará o porto para fora dali e os antigos armazéns serão requalificados – transformados em shopping centers e edifícios públicos. Em nossas mãos, o projeto transcendeu a proposta original de um memorial a Luiz Gonzaga, passando a ser o museu do sertão, por isso o nome ‘Cais do Sertão – Gonzaga’. É o sertão que chegou na beira da água. O conteúdo, ciceroneado por Luiz Gonzaga, é uma imersão no universo do sertão: a seca, a natureza, a tradição e a cultura, o imaginário do homem da caatinga. O visitante sai dessa imersão para entrar em contato com a discografia e o acervo do músico.


AECweb – O projeto do Museu do Vinho é ousado do ponto de vista construtivo?


Ferraz - O Museu do Vinho, em Bento Gonçalves, inclui a construção da fábrica de vinhos da Casa Valduga enterrada, em solo de rocha (basalto). Vamos cavar os dois subsolos e usar essas pedras na construção do museu, que ‘abraçam’ dois pavimentos sobre pilotis – área envidraçada, de onde se vê os parreirais. Na parte superior, uma caixa cega de concreto avermelhado é o ambiente mais introspectivo do museu, que receberá tecnologia de ponta para expor o conteúdo multimídia, que vai permitir ao visitante sentir o sabor e o cheiro do vinho. O museu será totalmente integrado à fábrica, tanto que o visitante poderá passear pelo subsolo para conhecer como é feita a fabricação do vinho.

 

 

Museu do Vinho - Bento Gonçalves - RS

 


AECweb – Cana de açúcar e diamante são os temas dos outros dois museus?


Ferraz - Sim. No caso do Museu Nacional da Cana de Açúcar, em Sertãozinho, ainda em fase de captação de recursos pela fundação que o criou, a proposta é ocupar um engenho abandonado do século 19, belíssimo. Já o Centro de Referência e Memória de Igatu, distrito do município de Andaraí, no sertão da Bahia, perto da Chapada Diamantina, o museu será erguido numa região belíssima, com cerca de 500 m², em meio a uma área abandonada de garimpo de diamantes. Ali vai ser contada essa que é uma história muito bonita, mas que entrou em decadência nos anos 40. O lugar, de uma paisagem incrível, é uma APA – Área de Proteção Ambiental. Sua história forte deixou marcas, basta dizer que ali viveram até 9 mil habitantes e hoje restam somente 380.


AECweb - Tem um fio que liga esses museus?


Ferraz - O fio é a nossa abordagem, a nossa maneira de fazer arquitetura. É também a nossa forma de olhar para cada lugar, fazendo com que o lugar se revele. No museu Luiz Gonzaga, por exemplo, tem um galpão antigo de 2 mil m² e uma construção nova de 5 mil m². Esse prédio novo é todo revestido com cobogó de concreto, em dimensões gigantescas, que obedece ao desenho que criamos, reproduzindo a galhada da caatinga. Remete ao homem que corre a cavalo na caatinga, vendo tudo filtrado pelos galhos secos. O cobogó vai ser todo branco, lembrando uma renda, e tem a função objetiva na arquitetura de filtro de luz. Já no Museu do Pampa, onde estamos usando um edifício de mais de cem anos, que foi a enfermaria da Guerra do Paraguai, a linguagem é outra, porque o clima é frio. É mais introspectiva, tem o lugar da fogueira, é fechado com vidros. Assim, cada projeto tem uma linguagem própria que fala do lugar através dos materiais. O que une esses projetos é a nossa linguagem arquitetônica sempre racionalista, econômica, sintética – sem excesso de material ou detalhes, limpa, com muita linha reta – dentro da visão de que a arquitetura carrega em si um conceito de economia.


AECweb - O que os projetos incorporam de tecnologias sustentáveis?


Ferraz - A sustentabilidade é própria da boa arquitetura, mas que agora vira lei. A casa do meu pai, que projetei há 33 anos, já fiz com água na cobertura: é um técnica conhecida, ou seja, três horas depois da laje concretada, sem qualquer impermeabilização, se enche com água que fecha todos os capilares. O concreto é curado com a própria água. Depois, é só colocar os peixes e uma bóia para controlar o nível d’água. Fiz o mesmo na minha casa e em nenhuma delas apareceu qualquer vazamento. Esse processo resulta num ótimo conforto térmico, assim como os terraços-jardins na cobertura.


AECweb - Tem algum sistema construtivo da sua preferência?


Ferraz -Trabalhamos muito com concreto, mas usamos também estruturas metálicas e alvenaria estrutural. O problema é que o Brasil tem farta produção de minério de ferro, mas não há um parque industrial que ofereça para a construção civil uma ampla gama de peças metálicas como ocorre na Inglaterra, em que se escolhe pelo catálogo. Projetamos a estação rodoviária de Santo André e sua estrutura metálica exigiu que desenhássemos cada peça. É uma pena porque essa solução passa a ser mais cara do que o sistema em concreto. O concreto é ótimo para se trabalhar, é maleável, plástico.


Redação AECweb / Arquiteto Marcelo Ferraz - Portal Arquitetura, Engenharia e Construção

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Quinta-feira, 30.12.10

O verdadeiro mais verdadeiro

El retrato de Felipe IV es un 'velázquez', 37 años después

 

La colección del Museo Metropolitan de Nueva York cuenta con seis (y no con cinco) lienzos de Velázquez.

 

El conservador de pintura europea, Keith Christiansen, y el restaurador jefe, Michael Gallagher, hicieron públicas sus averiguaciones en torno al retrato de Felipe IV que durante más de tres décadas había sido atribuido al taller del maestro sevillano, pero no a su magistral pincel.

El cuadro, realizado en 1624 cuando el monarca contaba con 19 años, fue donado como un velázquez a la colección del Metropolitan en 1913 por el prominente comerciante neoyorquino y destacado coleccionista Benjamin Altman. En 1973 el museo decidió atribuirlo a su taller. La pintura había sido mal restaurada en 1913 por encargo del marchante Joseph Duveen, famoso por su afición a alentar a los restauradores a repintar y suavizar los tonos para que los cuadros parecieran más serios, y fueran de este modo más del gusto del mercado, más vendibles. Los añadidos que hicieron al retrato de Felipe IV antes de que fuese donado al Metropolitan alejaban la obra del estilo de Velázquez. Tanto, que arrojaban serias dudas sobre su autoría.


Casi un siglo después, desde principios del otoño de 2009, Michael Gallagher ha retirado con sumo cuidado esas capas de barniz amarillento, así como los añadidos. "El cuadro estaba especialmente dañado", explica en conversación telefónica. "Fue restaurado en el siglo XVIII y luego a principios del siglo XX. Los negros estaban especialmente en mal estado". El trabajo de limpieza y restauración ha logrado convencer a los expertos, incluido al reconocido especialista Jonathan Brown, que declaró a The New York Times que aunque el cuadro ha sufrido pérdidas "lo que queda es de Velázquez".


Gallagher terminó de limpiar el lienzo el pasado mes de enero y fue entonces cuando comenzaron los estudios que han logrado determinar la autoría de la obra. La similitud de las formas del cuadro del Metropolitan con un retrato de busto del rey perteneciente al Museo Meadows de Dallas fue el primer signo alentador en un arduo proceso en el que el entusiasmo se dosificó con precaución.


La prueba definitiva llegó tras un viaje a Madrid para llevar a cabo un minucioso estudio del retrato oficial del rey perteneciente a la colección del Museo del Prado. El estudio de rayos X al que se sometió a este cuadro mostraba que había otro retrato anterior del monarca en el mismo lienzo. Ese retrato oculto coincide con el del Metropolitan. Los expertos del museo aseguran que el retrato de Felipe IV que se encuentra en Nueva York es una copia que realizó, firmó y cobró el propio Velázquez - existe un recibo del pintor por esta obra - a partir del retrato original sobre el que repintó. El retrato del Prado procede de la colección real y por lo tanto fue el retrato oficial del rey. El pintor usó un estilo más fluido y logrado en la última versión.


"La atribución de este cuadro a Velázquez plantea nuevas preguntas y abre una nueva ventana a los métodos de trabajo del pintor y el funcionamiento de su taller", explica Gallagher. El año pasado el Metropolitan también atribuyó a Velázquez otra de las obras de su colección, Retrato de un hombre. Aún quedan al menos dos lienzos más en la colección que parecen proceder del taller de Velázquez. Cabre preguntarse si habrá nuevos descubrimientos. "El museo ha aclarado dos incógnitas y por el momento no hay planes de estudiar el resto de los cuadros del taller", concluye Michael Gallagher.

 

 

 

Publicado em El País

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Sábado, 25.09.10

A jardineira da esperança

Jornal no café da manhã


A dor que me dá um pássaro coberto de petróleo. É um misto de cólera, vergonha e desalento quando vejo naqueles olhos mínimos a pena imensa que um pelicano tem do homem. No mesmo noticiário, a imagem do canal de rios da Louisiana prateado de peixes mortos. Num relance não me dou conta dos peixes, confundo o gigantesco tapete de escamas com uma estrada. A ilusão de ótica, nesse caso, é uma inconformidade dos olhos.

Agora o caso dos mineiros na jazida de San José, no Chile. Soterrados há quase dois meses, esses homens permanecem vivos e não fazem mais que esperar. Para lá desceram, a 688 metros de profundidade, e acidentalmente encontraram uma palavra cujo sentido nunca antes pareceu tão precioso. Em uma galeria de refúgio, a esperança custa a ser resgatada. São 33 homens no ventre da terra desejando voltar à luz.


Enquanto isso, em Cancún, um museu subaquático de esculturas começa a ser montado. Centenas de figuras de cimento, inspiradas em pessoas reais, estão sendo ancoradas no fundo do mar. Detenho-me em uma dessas figuras, uma garota deitada entre corais, intitulada “A Jardineira da Esperança”.

 

Dentro de alguns anos, pólipos e anêmonas cobrirão essa escultura e então suas formas talvez apenas vagamente lembrem um corpo humano. Aqui, a esperança instala-se nas profundezas e repousa.

 

Aqui, a ilusão de ótica é a maravilha dos olhos. Finalmente um bonito colóquio entre a natureza e o homem.

 

 

 

Mariana Ianelli - Publicado em Vida Breve

Imagem" "A jardineira da esperança" - Museu Aquático de Cancun - México

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Terça-feira, 03.08.10

O retrato da moça

No Museu - Os Gêmeos

 

 

 

Street Art - Os Gêmeos / Instalação - Objeto interativo pintado (Curitiba PR Brasil)

publicado por ardotempo às 04:04 | Comentar | Adicionar
Domingo, 11.07.10

Luzes no Museu

Instalação e luzes 

 

 

 

Fundação Iberê Camargo - Instalação escultórica no looby do Museu, Iole de Freitas (Porto Alegre RS Brasil)

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publicado por ardotempo às 19:33 | Comentar | Adicionar
Quarta-feira, 19.05.10

Um Museu extraordinário em São Paulo

Puras Misturas; no Pavilhão das Culturas Brasileiras

 

A exposição “Puras Misturas”, anuncia a criação do Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera. A instituição ocupará o Pavilhão Engenheiro Armando Arruda Pereira, um edifício de 11 mil metros quadrados projetado por Oscar Niemeyer nos anos 1950, tombado pelos órgãos de patrimônio histórico municipal, estadual e federal. 

 

Depois de sediar eventos como a Bienal de Artes de São Paulo (1953) e o Pavilhão dos Estados durante o IV Centenário de São Paulo (1954), o prédio deixou de ser utilizado como espaço cultural para abrigar, por quase quatro décadas, a Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município de São Paulo) e agora retorna a sua vocação original. 

 

A Exposição de Lançamento da Instituição

 

Em “Puras Misturas”, os visitantes conhecerão uma parte do acervo do futuro museu.  Serão exibidas peças de arte erudita, popular e indígena adquiridas recentemente pela Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Departamento do Patrimônio Histórico, ou vindas de outras coleções públicas, com destaque para o acervo do antigo Museu do Folclore Rossini Tavares de Lima, que desde o ano passado pertence à Secretaria e a Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade. A curadoria geral é de Adélia Borges, e Cristiana Barreto é a curadora geral adjunta.

 

A exposição celebrará a riqueza e diversidade da cultura do Brasil, apresentando um diálogo entre variadas formas de criação artística produzidas em diferentes tempos e lugares. “Ao construir diálogos entre as culturas letradas e iletradas, ou cultas e populares, será possível evidenciar como ambas se alimentam mutuamente, num processo permanente de recriação e ressignificação, que acaba por tornar equívoca a própria oposição entre essas duas esferas”, afirma Adélia Borges

 

A expressão “Puras Misturas”, cunhada pelo escritor João Guimarães Rosa em carta a um amigo, foi escolhida para esse projeto por sua afinidade com o conceito da exposição. “Tomamos emprestada essa expressão paradoxal e contraditória porque ela expressa com poesia a miscigenação que constitui a força maior da cultura brasileira. E esse processo é dinâmico, está sempre se reinventando”, diz Adélia.

 

Viva a Diferença!

 

Na entrada do Pavilhão, está montada uma instalação “usável” com 65 banquinhos (de um total de 88 que se revezarão durante a mostra), de variados formatos e materiais, onde os visitantes poderão sentar. São bancos confeccionados por povos indígenas, por comunidades artesanais de várias partes do país, por artesãos contemporâneos e por designers como Sergio Rodrigues, Carlos Motta, Marcelo Rosenbaum, Michel Arnoult, Nido Campolongo, Claudia Moreira Sales, Lina Bardi, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki.

 

Abre-Alas

 

Na sequência, esculturas e objetos utilitários conduzem os visitantes a uma viagem ao Brasil profundo. Nesse módulo estão obras de artistas como Bispo do Rosário (RJ), Getúlio Damado (RJ), José Francisco da Cunha Filho (PE), José Maurício dos Santos (CE), Mestre Fida – Valfrido de Oliveira Cezar (PE), Paulo Laender (MG), Tamba – Cândido Santos Xavier (BA) e Véio – Cícero Alves dos Santos (SE), entre outros. 

 

Da Missão à Missão

 

Uma linha do tempo, construída em um painel de 180 metros de comprimento, faz um histórico das principais iniciativas de difusão da diversidade da cultura brasileira. O painel terá início com a Missão de Pesquisas Folclóricas realizada em 1938 por iniciativa de Mário de Andrade, passando por nomes como Gilberto Freyre, Aloisio Magalhães e Lina Bo Bardi, até chegar ao projeto do Pavilhão, cuja missão será “pesquisar, registrar, salvaguardar e difundir a diversidade cultural brasileira”. Esse módulo contou com a participação de Vera Cardim na equipe de curadoria.

 

Fragmentos de um Diálogo

 

É o módulo propositivo do Pavilhão das Culturas Brasileiras. Com a participação de José Alberto Nemer na equipe de curadoria, o módulo tem manifestações culturais distintas que se sucedem num percurso contínuo, com caráter assumidamente fragmentário, como teasers de exposições a serem desenvolvidas pela instituição posteriormente.

 

Ele reúne obras de artistas “eruditos”, como Alex Flemming, Di Cavalcanti, Emmanuel Nassar, Farnese, Fulvio Pennacchi, Luiz Hermano, Mauro Fuke, Rubem Grilo, Samico, Tarsila do Amaral, Vicente Rego Monteiro Victor Brecheret, e “populares”, como Alcides Pereira dos Santos, Artur Pereira, J. Borges, José Antonio da Silva e Zé do Chalé. Entre os designers, há peças dos irmãos Campana, Ronaldo Fraga e Lino Vilaventura. A arte indígena estará representada com de diferentes povos, como os Mehinako, do Mato Grosso, os Tukano, do Amazonas, e Kadiweu, do Mato Grosso do Sul, além da produção artística marajoara.

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Quarta-feira, 12.05.10

Virada Cultural no MCB - São Paulo

Museu da Casa Brasileira, com a Banda Mantiqueira

 


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Terça-feira, 08.12.09

A noite branca de Pelotas - Apenas Pintura

Interpretação do fotógrafo

 

 

 

 

Noite Branca / Apenas Pintura - Fotografia de Gilberto Perin (Pelotas RS Brasil), 2009

publicado por ardotempo às 00:17 | Comentar | Adicionar
Domingo, 30.08.09

Do Museu Imaginário

Apenas reproduções: o retábulo de papel que parece o original
  
Los nueve vecinos que quedan en el pequeño pueblo pirenaico de Enviny, una pedanía de Sort (Lleida), retrocederán hoy un siglo en el tiempo cuando vean la reproducción casi exacta del retablo gótico del siglo XV que decoró el ábside de la iglesia parroquial hasta que en 1909 el párroco lo vendió a un anticuario.
 
No ha sido fácil conseguir las copias de esta valiosa obra realizada en 1490 por el pintor Pere Espallargues. El cuerpo principal se conserva en la Hispanic Society of America de Nueva York, mientras que las puertas y la predela se guardan en el Philadelphia Museum of Art. Obtener fotografías de cada una de las imágenes y detalles de la obra ha sido una odisea que ha requerido 11 años de laboriosas negociaciones con los responsables de los dos museos. Por eso hoy se ha preparado una gran fiesta para celebrar el acontecimiento.
 
Realmente no se sabe por cuánto se vendió el retablo, pero con el dinero obtenido se erigió el actual campanario, se arregló el tejado de la iglesia, se reformó el camino de los huertos y se construyó el nuevo altar, que fue quemado durante la Guerra Civil. "Si no lo hubieran vendido seguramente hoy no estaría en museos, ya que también lo habrían quemado", indica Joan Escales, de 79 años, hijo, vecino y párroco de Enviny. La réplica ha costado unos 26.000 euros.
 
"Las personas que vengan a verlo no distinguirán la copia del original", asegura Olga Méndez, responsable del departamento de reproducciones de Arsus Paper, la empresa barcelonesa que se ha especializado en realizar reproducciones exactas de obras de arte valiéndose de las nuevas tecnologías. En este caso ha utilizado una técnica pionera basada en el Papelgel, un producto desarrollado por la firma y patentado en 13 países. "Es un papel que se convierte en un material elástico que permite transferir imágenes fotográficas a cualquier soporte, incluso sobre cuerpos tridimensionales", explica Méndez.
 
La empresa tiene experiencia en estos trabajos ya que ha reproducido pinturas murales en varias iglesias pirenaicas y también réplicas de pinturas rupestres en el País Vasco. Aseguran que en interiores las tintas utilizadas pueden durar más de 200 años.
 
En el retablo original había una talla de madera de la Virgen, que lleva décadas en paradero desconocido y ahora el alcalde de Sort prevé iniciar una campaña por Internet para localizarla.
 
 
Publicado em El País 
publicado por ardotempo às 00:03 | Comentar | Adicionar
Segunda-feira, 22.06.09

Para o retorno do que foi saqueado

Grécia abre novo Museu da Acrópole
 
Autoridades da Grécia inauguraram neste sábado o aguardado Museu da Acrópole, em Atenas, quase 30 anos desde sua concepção e ao custo de mais de R$ 350 milhões.
 
O prédio moderno, um projeto do arquiteto suíço Bernard Tschumi em vidro e concreto construído ao pé das históricas construções gregas, abriga esculturas da época em que a democracia de Atenas vivia o seu apogeu.
 
O ministro da Cultura grego, Antonis Samaras, disse esperar que a abertura do museu sirva como "catalisador" para a volta das esculturas que decoravam o Partenon – abrigadas há quase 200 anos no Museu Britânico, em Londres. As obras, também conhecidas como Mármores de Elgin, foram adquiridos pela instituição britânica em 1817.
 
"Depois de várias aventuras, obstruções e críticas, o novo Museu da Acrópole está pronto: um símbolo da Grécia moderna que presta homenagem aos seus ancestrais,o dever de uma nação à sua herança cultural", afirmou Samaris. O diretor do novo museu grego, Dimitris Pandermalis, criticou duramente a retirada das peças de Atenas, que classificou de"ato de barbárie".
 
"Um destino trágico as separou, mas os seus criadores tiveram a intenção de que ficassem juntas", afirmou Pandermalis.
 
 
O prédio tem três andares, vistas panorâmicas da Acrópole e abriga cerca de 350 objetos e esculturas que antes podiam ser vistas em um pequeno museu no alto do monte. No primeiro andar, encontram-se cerâmicas e esculturas, enquanto as famosas cariátides, colunas esculpidas na forma de mulheres, que sustentavam o pórtico sul do templo de Erecteion, agora decoram a rampa que leva ao segundo andar. Neste piso, pode-se ver as esculturas dos templos de Atena e o propileu na entrada da Acrópole. No terceiro, está uma reconstrução dos mármores do Partenon.
 
A cópia foi feita a partir de vários elementos que sobreviveram em Atenas, bem como reproduções dos polêmicos mármores do Museu Britânico. A instituição londrina abriga 75 metros dos 160 metros originais do friso que rodeava o salão central do prédio, e afasta a possibilidade de devolução das peças. "Acho que elas pertencem a todos nós. Somos todos cidadãos globais hoje em dia", disse a porta-voz do museu, Hannah Boulton.
 
A diferença entre os originais e as cópias é a cor mais branca das últimas, feitas a partir de moldes de gesso, enquanto os originais tem o tom amarelado do mármore milenar.
 
Publicado no blog BBC Brasil
 
N.E.: Essa é uma polêmica fundamental sobre a questão colonialista, talvez até tenha sido relativamente importante num certo momento (o que é imensamente duvidoso em sua raiz, por terem sido sempre atos brutais de saque e expropriação) que certas peças e obras de arte tenham sido levadas à Europa, como troféus ou tesouros de guerra. e ali tenham sido, por alguma sorte, conservadas até hoje. Foi o que aconteceu por um período de tempo com a Guernica, de Picasso - pela sua sobrevivência como obra de arte foi necessário que estivesse abrigada noutro museu, noutro país, distante do calor dos acontecimentos na Espanha. Depois foi importantissimo que este tesouro da humanidade fosse devolvido aos espanhóis e esteja atualmente conservado dignamente em seu solo, num grande museu espanhol. 

É imprescindível que esses grandes tesouros gregos antigos, os mármores, frisas e esculturas helênicas sejam devolvidos incondicionalmente ao povo grego - todos os que estão indevida e abusivamente em Londres, em Paris ou em Berlim (ARdoTEmpo
 
Fotografia de Mário Castello (Acrópole / Parthenon - Atenas - Grécia)
publicado por ardotempo às 13:01 | Comentar | Adicionar
Segunda-feira, 15.06.09

MASP - As grandes telas de Portinari

Cândido Portinari no MASP

 

 

 

 

As grandes telas de temas dos sertões e da fome, de Cândido Portinari, presentes no Coleção do MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand São Paulo SP Brasil (Mostra / Curadoria de Eunice Sophia) - Fotografia de Pierre Yves Refalo

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Segunda-feira, 06.04.09

Pavilhão das Culturas Brasileiras

Novo museu no Ibirapuera muda seu projeto
 
A partir de outubro deste ano, Pavilhão das Culturas Brasileiras irá ocupar prédio no parque onde funcionava a Prodam Antes mais concentrado em folclore, novo espaço tem conceito alterado, incorporando arte urbana e outras coleções.
 
Até outubro, o Parque Ibirapuera reforça a condição privilegiada de abrigar museus, com uma "prévia" da próxima instituição que ganhará sua sede em um de seus prédios.
Anunciado em junho do ano passado, o Pavilhão das Culturas Brasileiras irá ocupar o edifício da antiga Prodam (a companhia de processamento de dados do município), ao lado do Museu Afro Brasil, e mudou a sua proposta inicial.
 
 
Na versão anterior, as duas coleções-base do museu seriam a do antigo Museu do Folclore, elaborada por Rossini Tavares de Lima; e a da Missão de Pesquisas Folclóricas, organizada por Mário de Andrade em 1938.
 
O espaço agora vai incluir também uma coleção de arte indígena, que vem do acervo do indigenista Orlando Villas-Bôas (veja quadro ao lado). As três estão sob a guarda da prefeitura. O Pavilhão também incorporará uma faceta urbana, destacando manifestações como o grafite e a street dance.
 
Além disso, o prazo de entrega aumentou -antes previsto para o final do ano passado, deve ser inaugurado em 2011.
 
"Vai ser um museu vivo", afirma a futura diretora do museu, a crítica de design Adélia Borges, 57, que foi diretora do Museu da Casa Brasileira até 2007. "A ideia é um espaço contemporâneo, onde não haja apenas mostras das coleções municipais. Haverá um intenso diálogo com a cultura urbana."
 
 
"Criar um outro Museu do Folclore não seria o caso. A gente parte dessas coleções e cria um vetor de expansão, que vai discutir o traço brasileiro, não interessando se é rural, urbano, espontâneo, erudito", diz o secretário municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil, 57, que promete até outubro deste ano uma espécie de cartão de visitas do novo espaço.
 
"A cultura urbana de cunho popular é mal compreendida. O pavilhão pode funcionar para compreendermos melhor o grafite, o hip hop, a street dance. Tudo isso estará no museu."
Calil pretende inaugurar até o início de 2011 a nova instituição. Até lá, devem ser feitas grandes reformas no telhado e em todos os caixilhos do edifício, com orçamento estimado em R$ 5 milhões. Os órgãos de patrimônio também terão de aprovar as intervenções, já que o prédio é tombado.
 
Borges planeja fazer diversas aquisições ao acervo do futuro museu e investir em atividades que dinamizem a instituição. "Por exemplo, traremos um grupo de maracatu de algum lugar do Nordeste. As atividades deles no museu serão registradas, eles farão workshops, nós compraremos objetos e peças que consideremos importantes para o nosso acervo", explica.
 
 
Lina Bo Bardi
 
Calil germinou a ideia do novo museu paulistano em 1969, ainda jovem, quando viu a exposição "A Mão do Povo Brasileiro", no Masp, que se tornou uma referência em montagens de arte popular. O nome inicial do pavilhão seria Museu A Mão do Povo Brasileiro.
Organizada pela polêmica arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi (1914-1992), parte das peças que estiveram expostas naquele ano foram restauradas e estão sendo mostradas em Salvador.
 
"Certamente a inspiração foi a mostra de Lina, em 1969. Foi um acontecimento na cidade. Tinha uma força enorme e uma vibração fantástica", avalia Calil. "São Paulo tem uma rede sofisticada de museus, mas ainda não se deteve sobre a arte popular. Faltavam instituições. Com o pavilhão, não haverá mais essa lacuna."
 
Mário Gioia - Publicado na Folha de São Paulo / UOL
Fotografias de Pierre Yves Refalo

 

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Domingo, 08.02.09

Museu Maillol - Paris - Avant-Garde Russa

Exposição

 

 

Mostra de desenhos, projetos, esboços, gravuras e pinturas da Avant-Garde Russa - Musée Maillol (Paris - França), 2009 

Fotografia: Eric Tenin

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Segunda-feira, 26.01.09

São Paulo - Museu da Língua Portuguesa

São Paulo - 455 Anos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Museu da Língua Portuguesa é um dos mais encantadores e emocionantes museus brasileiros. Belo, dinâmico e interativo, promove a aproximação e a descoberta das possibilidades do conhecimento através da linguagem e do universo de autores brasileiros, portugueses e africanos. Localizado no centro de São Paulo, na Estação da Luz, em frente à Pinacoteca do Estado, tem seu acesso facilitado pelo Metrô - Linha Azul. Vale a visita.

 

publicado por ardotempo às 09:56 | Comentar | Adicionar
Quinta-feira, 22.01.09

O Colosso perde sua imponência

Museu do Prado conclui que Goya não é o autor de O Colosso
 
O Museu do Prado finalizou o informativo oficial sobre suas investigações técnicas por peritos em pintura e descartou a atribuição sempre aceita de que Goya seria o autor de O Colosso, uma obra farol presente no Museu.
 
 
Manuela Mena, curadora de Conservação de Pintura do século XIX e especialista em Goya, chegou à conclusão que o autor da obra é um aluno do mestre aragonês - Asencio Julià.
 
O Museu do Prado apresentará brevemente o resultado dessas investigações ao Patrimônio espanhol e em seguida informará por internet da Pinacoteca do Prado (www.museodelprado.es). Manuela Mena, responsável pela condução das investigações, sempre manteve sua opinião que O Colosso, seria uma obra que não corresponderia às maneiras de pintar identificadas em Goya.
 
Ángeles Garcia (Madri) - Publicado em El País
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publicado por ardotempo às 11:16 | Comentar | Adicionar
Domingo, 11.01.09

Mobile Art encerra sua itinerância

O primeiro golpe está sempre reservado para a Arte

A Arte é sempre o supérfluo que recebe o primeiro golpe e o corte instantâneo.
Mobile Art, o museu bolha, a estrutura nômade de refinada concepção arquitetônica, financiada por Chanel e prevista para ser apresentada em diversos países, paralisa  sua viagem apenas alguns meses após o seu inicio, em Tóquio e em Nova York. A crise financeira mundial pôs fim ao sonho prateado volante.

 


A grande estrutura arquitetônica, nômade e transportável em forma de um grande bolha espalhada, a ser colocada sobre os parques das cidades do luxo, imaginada para Chanel pela arquiteta Zaha Hadid, foi inaugurada com grandes festividades na recente primavera de 2008, no Japão. Em seguida aterrissou luxuosamente sobre os gramados do Central Park em Nova York, mas a sequência prevista para a futurista nave-escargot, em Londres e Moscou, foi cancelada por Chanel, sob a alegação que os próximos meses serão ásperos para os segmento do luxo e da arte. O Mobile Art seria exposto em Paris apenas em 2010 mas este museu circulante provavelmente chegará prematuramente à capital francesa - a cidade vocacionada para museus.

Publicado no Liberation - Paris
 

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Quinta-feira, 01.01.09

Os Gêmeos - Museu Oscar Niemeyer

Exposição em Curitiba 

 

 

Obra interativa d' Os Gêmeos - Caixa Caleidoscópio - Museu Oscar Niemeyer - Curitiba - Brasil - 2009

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publicado por ardotempo às 22:50 | Comentar | Adicionar
Quarta-feira, 24.12.08

No Museu

Pintura

 

 

San Sebástian - Pintura, óleo sobre tela - Sandra Gamarra (Peru)- 2008 

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Quarta-feira, 08.10.08

Richard Serra

 Esculturas em Bilbao - Museu Guggenheim

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esculturas - Richard Serra - Arado - Duas imensas placas de aço córten, oxidadas, maciças e de grande espessura, datadas de 1992 e instaladas com leve inclinação na área exterior do Museu Guggenheim, em Bilbao - Espanha

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Sábado, 13.09.08

Museu da Solidaridad Salvador Allende

Museu de Arte Contemporânea no Chile 

 

 

Museu da Solidaridad Salvador Allende. Veja o vídeo de Manu Chao

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Segunda-feira, 08.09.08

Epifania

O museu sublime

 

 

O museu concebido concebido por Álvaro Siza Vieira - a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre - é tão extraordinariamente surpreendente e belo que inocula de beleza atordoante qualquer obra colocada em seu espaço, reveste-a de harmonia tal em sua limpeza visual, no seu equilibrio epifânico de brancos e de claridades matizadas de luz, em isenção absoluta de ruídos, sujidades e alaridos visuais, que qualquer obra que contar com o privilégio de ali estar exposta, poderá ser percebida instantaneamente como uma obra maior e; certeiramente, como uma obra continente do conceito da beleza.

 

 

Álvaro Siza Vieira, com suas passarelas de ascensão suave, os amplos espaços de observação desobstruída, o piso confortável em madeira clara, com os detalhes sutilmente luxuosos do acabamento discreto e sempre presente em mármore branco, com as aberturas luminosas e de elegia espiritual, concebeu na perfeição milimétrica de sua arquitetura audaciosa, um museu impermeável à feiúra, uma máquina eficaz que concede beleza - beleza sublime - a qualquer manifestação artistica que esteja colocada em seu interior. Uma escultura com a função de mostrar a Arte - de fazer a Arte bela.

 

 

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Sexta-feira, 13.06.08

Museu do Quai Branly, Paris

 Museu das Artes Primitivas

 

 

Museu do Quai Branly, Paris - Projeto arquitetônico de Jean Nouvel - Museu dedicado às artes primeiras de todos os continentes. 

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Sábado, 31.05.08

A forma da leveza

Texto do escritor e crítico João Paulo Sousa - Da Literatura
 
Catorze anos depois da morte do importante pintor brasileiro, abre hoje as portas ao público, em Porto Alegre, o edifício concebido por Álvaro Siza Vieira para albergar a Fundação Iberê Camargo e preservar o vasto acervo do artista, constituído por pinturas, desenhos, gravuras e documentos. Consciente da importância do acontecimento, o jornal Público colocava ontem o assunto nas páginas 2 e 3 da sua edição em papel, com uma entrevista ao arquitecto português, uma breve reportagem sobre as reacções ao edifício, que conquistou o Leão de Ouro na Bienal de Arquitectura de Veneza de 2002, e a crítica especializada de Ana Vaz Milheiro. Segundo ela, Siza, que deixa no sul do Brasil uma obra­‑prima, "intromete­‑se num dos mitos fundadores da nação brasileira: a antropofagia"; tal ficará a dever­‑se ao facto de ele, em parte por apoiar­‑se em Lina Bo Bardi "para desenhar os tubos exteriores que assinalam a imagem de marca do edifício", poder "colocar os brasileiros a falar sobre o sentido das suas tradições modernas e de como estas podem ser apropriadas na contemporaneidade, e de fazê­‑lo numa perspectiva provocadora".
 

As imagens que já tive ocasião de ver do novo museu, nomeadamente no ARdoTEmpo (aqui e aqui), justificam a sua aproximação à ideia de escultura. A forma, que parece surgir do chão, numa espécie de crescendo, é simultaneamente leve e dinâmica, com o betão branco das paredes a irradiar calor e a proporcionar tranquilidade. Têm, a partir de agora, mais razões para sair à rua os cidadãos de Porto Alegre.

Na entrevista que concedeu a Nuno Amaral, no Público, Siza queixa­‑se do abandono a que algumas das suas obras têm sido votadas no nosso país, citando o caso do Pavilhão de Portugal, em Lisboa, junto ao Tejo, entregue a um esquecimento deprimente, depois do vultuoso investimento financeiro que representou. Por outro lado, os insultos que, por causa da renovação da Avenida dos Aliados, no Porto, lhe foram lançados, e de que ele se queixa justificadamente, servem para reforçar o seu desagrado quanto à possibilidade de continuar a trabalhar por cá, o que ele, felizmente, ainda não deixou de fazer. Se há quem, perdido no gosto pelos canteiros ornamentais (o que talvez se pudesse curar com uma leitura atenta de Adolf Loos), aparenta dificuldade em compreender a linguagem tão clara e luminosa de Siza, outros refugiam­‑se na ignorante afirmação de que "as coisas sempre foram assim e não é agora que devem mudar" para se oporem a qualquer tipo de transformação, embora, decorridos alguns anos, já se tenham esquecido do que antes haviam afirmado e estejam então disponíveis para defenderem o edifício ou o espaço a que entretanto se habituaram. Talvez essas incongruências pudessem ser evitadas se os seus responsáveis não se empenhassem tanto em ter opiniões sobre tudo, uma vez que isso acaba por ser o equivalente a não se ter opinião sobre nada.
 

João Paulo Sousa - publicado no blog Da Literatura   - 31.05.2008

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Editor: ardotempo / AA

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