Segunda-feira, 16.01.12

O Brasil secreto

Um herói popular brasileiro

 

Isa Ferraz conta com emoção a História que não se conta

 

 

 

 

"Um dia, faz 40 anos, eu estava indo com meu pai para a escola e ele disse: 'Vou te contar um segredo: seu tio Carlos é o Carlos Marighella'".

 

Assim começa o documentário "Marighella", de Isa Grinspum Ferraz, com estreia prevista para outubro. Marighella lembra Public Enemy e Racionais, diz Mano Brown

 

Em uma hora e 40 minutos, "Marighella" desfia a trajetória do ícone da esquerda brasileira que acabou baleado e morto dentro de um Fusca em 1969, em São Paulo.

 

Meio século da história do país pode ser contado a partir dos acontecimentos em sua vida: a gênese do comunismo baiano, mulato, do qual Jorge Amado era partidário; o conflito entre integralistas e comunistas; a legalização do Partidão; a clandestinidade; a frustração com Stálin; o golpe militar e, por fim, a luta armada. Mas o que torna "Marighella" único é o olhar íntimo que só quem era de dentro da família seria capaz de documentar: "Tio Carlos era casado com tia Clara. Eles estavam sempre aparecendo e desaparecendo de casa. Era carinhoso, brincalhão, escrevia poemas pra gente. Nunca tinha associado o rosto dele aos cartazes de 'Procura-se' espalhados pela cidade", continua a voz em off da própria Isa, que assina direção e roteiro do filme. Marighella com a sobrinha Isa no ombro, ao lado da companheira Clara Charf e do resto da família Grinspum em 1962

 

 

 

"A ideia é desfazer o preconceito que até pouco tempo atrás havia contra meu tio. Era um nome amaldiçoado, sinônimo de horror. Além da vida clandestina e do ciclo de prisões e torturas, procuramos mostrar também o poeta, estudioso, amante de samba, praia e futebol, e acima de tudo o grande homem de ideias que ele foi", diz Isa, socióloga formada na USP.

 

Na esteira da pesquisa que foi feita, surgiram algumas revelações. Clara Charf, companheira de Marighella de 1945 até sua morte, hoje aos 86, desenterrou uma pasta que pertencia a ele, na qual aparecem correspondências, mapas e esboços de ações guerrilheiras.

 

A produção também descobriu uma gravação de Marighella para a rádio Havana, de Cuba. Em sua fala tipicamente cadenciada, ele anuncia o rompimento com o Partido Comunista e a adesão à luta armada. Mesma época em que intelectuais europeus como o cineasta francês Jean-Luc Godard passam a enviar remessas de dinheiro em apoio à sua causa. O filme ainda traz trilha sonora de Marco Antônio Guimarães e Mano Brown e depoimentos esclarecedores de militantes históricos, como o crítico literário Antonio Candido: "Marighella encarnava moral e psicologicamente o seu povo. Ele era pobre e não abandonou sua classe".

 

 

 

Já a judia Clara enfrentaria resistência do pai ao assumir o relacionamento, no que acabou se transformando numa versão tropical de "Romeu e Julieta". "Carlos era preto, comunista e gói (não judeu)", lembra Clara, aos risos. "Mas era muito doce e, no fim, conquistou a todos."

 

(Publicado na Folha de São Paulo)

 

 Nota do Editor:  É um filme extraordinário, revelador de uma imensa sombra oculta, perene e mistificada da História do Brasil - que permanece ainda como um bunker secreto, construido em  preconceitos e alicerçado em mentiras sussurradas - o lado que se teima em esconder em silêncio reprovador e no medo sistemático: as atrocidades cometidas pela cruel ditadura brasileira contra a liberdade política, artística, cultural e de expressão genuinamente popular  dos brasileiros. 

 

publicado por ardotempo às 15:53 | Comentar | Adicionar
Quarta-feira, 27.10.10

A televisão revelada em palavras

OS TELEVISIONÁRIOS - de Walmor Bergesch

 

 



O grande livro da televisão no sul do Brasil. Contado com graça e leveza por um de seus principais protagonistas, Walmor Bergesch. O autor esteve presente desde o início das atividades da primeira emissora e e mantém-se atuante no universo do meio eletrônico desde então, tendo passado por praticamente todas as principais emissoras do Rio Grande do Sul e algumas das grandes redes no País, com talento, brilho e reconhecimento. Viveu lances de decisões históricas importantes como foi o caso da implantação da TV em cores no País, a difusão das televisões por assinatura e cabo, além de ser o criador da TV Com e do Canal Rural. O livro traz o depoimento e a valiosa colaboração de diversos outros e outras protagonistas nesta grande saga em contínua evolução. No livro o autor relata como a televisão foi, como ela é atualmente e como será. Ilustrado com 300 imagens em cores. Contos e crônicas nas aberturas dos capítulos escritos por alguns do mais significativos autores brasileiros (Luis Fernando Verissimo, Ignácio de Loyola Brandão, Aldyr Garcia Schlee, Cláudia Tajes, Charles Kiefer, Fabricio Carpinejar, Sergius Gonzaga, Monique Revillion, entre outros). Capa de Gilberto Perin. Um livro essencial para os estudantes e professores de comunicação e jornalismo.


Lançamento na Feira do Livro de Porto Alegre - Dia 11 de novembro de 2010

Autógrafos - Palestra e conversa com o autor e convidados televisionários muito especiais.

 


Os Televisionários

400 páginas, ilustrado com 300 imagens em cores

História

ISBN nº 978-85-62984-01-3

Valor: R$ 50,00

PRONAC nº 08 6413

Edições ARdoTEmpo, 2010

 

publicado por ardotempo às 11:27 | Comentar | Ler Comentários (1) | Adicionar
Sexta-feira, 26.03.10

A próxima atração

Livro recorda os 50 anos de televisão no Rio Grande do Sul – OS TELEVISIONÁRIOS

 

Denis Gerson Simões


Em um evento digno de show internacional, com cerca de 1.000 convidados presentes, foi lançado, nesta quarta-feira, 24/05, o livro Os teleVisionários, trabalho do jornalista Walmor Bergesch, profissional que foi um dos visionários da televisão no sul do Brasil. A recepção aos convidados ocorreu no Teatro do Bourbon Shopping Country, em Porto Alegre, contando com a presença de autoridades e muitos dos personagens que construíram a história do veículo de comunicação mais popular do Rio Grande do Sul.

 

A publicação, que conta com 400 páginas de textos e 300 fotografias, faz um apanhado do transcurso da TV no passar de cinco décadas no sul do país, pincelando, também, fatos nacionais que repercutiram em âmbito regional. Mesmo não se tratando de um trabalho acadêmico, o conteúdo tem a seriedade e comprometimento de quem esteve presente nos principais acontecimentos que deram forma a este veículo em terras sulinas.

 

O prefácio é de Alexandre Garcia e conta também com participações de Luiz Fernando Veríssimo, Fabrício Carpinejar, Luís Augusto Fischer, Aldyr Garcia Schlee, Ignácio de Loyola Brandão, Claudia Tajes, Sergius Gonzaga, Gilberto Perin, entre outras personalidades.

 


Homenageando os primeiros visionários dessa epopéia, o autor, em solenidade, doou ao Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa uma placa comemorativa ao cinqüentenário da televisão no estado, tendo citados nela todos os profissionais que trabalharam na TV Piratini quando do lançamento do veículo, em 1959. Segundo Bergesch, aqueles foram os pioneiros do primeiro canal de televisão da região sul, o canal 5.


O autor realiza no livro um verdadeiro passeio pelo tempo, de modo descontraído, ao lembrar os personagens e as diversas emissoras que deram corpo a esta história.


Não ignorando a atualidade, o evento de lançamento trouxe uma projeção do futuro da televisão: as imagens em 3D. Em um telão, foram exibidos trechos de eventos captados com tecnologia de terceira dimensão, como o Planeta Atlântida 2010 e o Desfile das Escolas de Samba do Carnaval do Rio de Janeiro. Os convidados receberam óculos especiais para ter a recepção diferenciada, mas o autor de Os TeleVisionários ressaltou: "logo não será necessário o uso desses óculos". A ação não deixou de destacar o potencial midiático e tecnológico da Rede Brasil Sul (Grupo RBS) e da Rede Globo de Televisão.


O livro contou com patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Grupo CEEE e do Governo Federal, através da Lei do Mecenato do Ministério da Cultura.  Este financiamento mostra que é possível, através dos dispositivos de incentivo à cultura, buscar alternativas aos custos de lançamento de publicações pertinentes à sociedade, seja como audiovisual, seja como impresso. Bergesch acabou por marcar um acontecimento histórico que a própria mídia televisiva, figura central do cinqüentenário, acabou por ignorar. Trata-se de uma voz do mercado que passa a ser uma referência do tema, mesmo para o ambiente acadêmico, já que a questão da televisão no RS carece de maiores publicações dentro das próprias universidades gaúchas.


Denis Gerson SimõesMestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), membro do Grupo de Pesquisa CEPOS (apoiado pela Ford Foundation) e licenciando em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

E-mail: <denis@portal25.com>.
Fontes: http://projeto.unisinos.br/cepos/ e http://projeto.unisinos.br/oddd

Imagem: Fotografia de Rafael Jacques (Na imagem, Alexandre Garcia, Chico Anysio e Walmor Bergesch)

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Quarta-feira, 10.03.10

Os TeleVisionários

 Lançamento do livro: 24 de março

 

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Editor: ardotempo / AA

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