Sábado, 13.02.10

Retrato do escritor

 Aldyr Garcia Schlee, autor de Os Limites do Impossível - Contos Gardelianos (2009) 

 

 

 

 

Gilberto Perin - Retrato do escritor Aldyr Garcia Schlee - Fotografia (Pelotas RS Brasil) 2009

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Sábado, 17.10.09

Bibliotecário de Babel

 

 

José Mário Silva é excelente escritor e poeta. Além disso, é respeitado crítico literário do Expresso de Lisboa, colaborador permanente da revista Ler e editor do blog Bibliotecário de Babel, blog que vale pelo menos uma visita diária. Autor do livro de contos Efeito Borboleta e outras histórias; e do livro de poesias Luz Indecisa, ambos editados e disponíveis apenas em Portugal, por enquanto.

 

Veja o blog Bibliotecário de Babel

publicado por ardotempo às 21:54 | Comentar | Adicionar
Quarta-feira, 07.10.09

Retratos Notáveis - 36

O romancista, o contista, o fronteiriço

 

 

 

 

"Eh, Aldyr: cuénteme un cuento. Pero que sea lindo y feo “como la vida”. – Washington Benavides (Uruguay)

 

Fotografia: Aldyr Garcia Schlee (Jaguarão RS Brasil)

Fotógrafo: Salomão Scliar 

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Domingo, 28.06.09

Nós y nosotros

Uma conversa com o escritor Aldyr Garcia Schlee

 

No dia 11 de julho acontecerá na Livraria Palavraria, no bairro Bom Fim em Porto Alegre RS, uma conversa direta do grande escritor Aldyr G. Schlee com o seu público. Será no sábado, a partir das 18h30, no acolhedor espaço da livraria-café.

 

Schlee falará sobre literatura - a sua escrita - especialmente sobre os seus dois novos livros, ainda inéditos e ansiosamente aguardados pelo seu imenso público leitor e admirador: o romance DON FRUTOS e NOS LIMITES DO IMPOSSÍVEL - Contos Gardelianos. 

 

Conversará também sobre a literatura de outros grandes autores e sobre sua experiência de tradutor, do português ao espanhol e vice-versa. Os autores sobre quem falará serão Mario Benedetti e Simões Lopes Neto.

 

Uma extraordinária possibilidade de reencontrar o grande escritor e desfrutar dessa oportunidade única de ouvi-lo, dar-lhe um abraço e obter um autógrafo do escritor, recluso voluntário em sua biblioteca no Capão do Leão, concentrado ao universo da literatura.

 

 

Nós y nosotros

Aldyr Garcia Schlee

Dia 11 de julho (sábado) 18h30

 

 

Palavraria - Livraria-Café
Rua Vasco da Gama, 165 - Bom Fim
90420-111 - Porto Alegre 
Telefone 051 32684260
palavraria@palavraria.com.br

 

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Sexta-feira, 19.06.09

Chico Buarque: escritor

Leite Derramado
 
Chico Buarque
 
Eulálio Montenegro d’Assumpção está deitado na enfermaria de um «hospital infecto». O seu corpo frágil testemunha uma existência centenária que «se alongou além do suportável, como linha que se esgarça». Pobre e solitário, a única coisa que lhe sobra é a memória, mas esta tornou-se uma «vasta ferida», um «pandemônio», uma porta aberta por onde entra o passado, sem qualquer ordem cronológica, multiplicando-se em ínfimos detalhes («recordo cada fio de barba do meu avô, que só conheci de um retrato a óleo»), enquanto o presente se estreita, baralha e desfaz.
 
Mesmo na miséria, Eulálio mantém o aprumo e os tiques de superioridade social, aprendidos numa família em que se falava francês até para pedir o saleiro. À sua volta, só vê «gente desqualificada». O som do televisor está sempre alto demais e as baratas trepam pela parede. Entre a dor e a morfina, entre a vigília e os sonhos a preto-e-branco, ele tenta narrar a sua vida, fixá-la, transmiti-la nunca se sabe bem a quem (porque tanto se dirige às enfermeiras como à filha, tanto barafusta com os médicos como interpela a mãe morta há muitas décadas).
O romance é uma sucessão de monólogos fragmentários e contraditórios, nos quais certas histórias reaparecem insistentemente, mas sempre contadas de outra maneira, a partir de outro ângulo, com outra vibração. A verdade, se existe, é instável. Tudo pode ter sido assim – ou ao contrário. Na cabeça «meio embolada» de Eulálio, os tempos misturam-se, cruzam-se, coalescem. E os espaços também. Já não há palacete em Botafogo, chalé em Copacabana, apartamento na Tijuca, nem fazenda na «raiz da serra» (invadida pela favela), mas no «palavrório» do moribundo eles recuperam o antigo esplendor.
 
O protagonista de Leite Derramado é a charneira de uma longa linhagem de Eulálios, tradicionalmente próximos das elites e do poder. O tetravô português lutou contra as tropas de Napoleão; o trisavô desembarcou no Rio com a corte de D. João VI; o bisavô foi um barão negreiro; o avô um abolicionista que queria lucrar com o regresso dos escravos a África; e o pai um senador da Primeira República, pródigo nos negócios e nos vícios. A tibieza do narrador marca de certa forma o começo do declínio: depois dele, a filha casa-se com um imigrante italiano de segunda geração; o neto torna-se maoísta (morrendo nas prisões da Ditadura); e o tetraneto trafica drogas, fechando o ciclo da decadência dos Assumpção.
 
Quer pelo arco temporal abrangido, quer pelo imenso leque de personagens, pode dizer-se que Chico Buarque escreveu uma saga familiar – só que uma saga familiar de câmara: breve, compacta, reduzida ao essencial. Uma das principais virtudes de Leite Derramado é precisamente esse milagre de condensação e leveza, para o qual contribui uma escrita depuradíssima. Outro ponto forte é a articulação feliz entre as experiências individuais e as colectivas. Na história dos Eulálios são sempre legíveis – à transparência – alguns dos momentos capitais dos últimos 200 anos de História do Brasil.
 
O fulcro do livro, porém, está em Matilde, primeira mulher e único verdadeiro amor do protagonista. É essa figura feminina intangível (capaz de entrar no oceano «como se pulasse corda») que ilumina a solidão de Eulálio. Um dia, desaparece de casa, deixando para trás marido, filha bebé e um mistério (a razão da sua fuga) que reverbera em todas as páginas, como premonitório sinal do caos futuro.
 
No exercício narrativo quase perfeito que é Budapeste, de 2003, Chico Buarque parecia ter atingido o cume das suas capacidades literárias, mas neste Leite Derramado sobe ainda mais alto e assina um dos melhores romances em língua portuguesa da primeira década do século XXI.
 
 
 
Publicado no blog Bibliotecário de Babel

 

publicado por ardotempo às 13:59 | Comentar | Adicionar
Quinta-feira, 05.02.09

Palavras produzem alegria

Beckett emocionante
 
Enrique Vila Matas
 
Como a Molloy, a Beckett siempre le vemos alejarse, dominado "por una inquietud que no es necesariamente suya, pero de la cual participa en cierto modo". Quién sabe, quizás es su propia inquietud la que le invade. Pero, ¿cuál es su verdadera identidad? ¿Y desde dónde escribe? Le gustaban las investigaciones de este tipo; Beckett es esencialmente detectivesco. "Y, en todo caso, ¿qué hacía yo allí? Bueno, precisamente es esto lo que trataremos de averiguar" (Molloy).
 
Le gustaban las palabras. Es más, le producían alegría, lo que está dicho bien pronto. ¡Al sombrío Beckett le alegraban las palabras! Cuenta Cioran que un día se lo encontró por la calle y en vista de su mutismo se lanzó a contarle cosas personales y le dijo que había perdido el gusto del trabajo y que escribir se había convertido en un suplicio. Beckett le miró muy alarmado. Y le dijo - musitó más bien - algo sobre las palabras y la alegría. Años después, Cioran lo seguía recordando muy bien: le había hablado de alegría.
 
En realidad algo no tan extraño, porque las palabras fueron siempre su única compañía y soporte. Quienes le conocieron aseguran que se sentía sólido en medio de ellas. Precisamente sus pasajeros accesos de desaliento debían coincidir con los momentos en que dejaba de creer en las palabras, con los momentos en que se imaginaba que le traicionaban, que huían de él.
 
Quienes llegaron a conocerle bien cuentan que, si en algún momento sentía que se ausentaban las palabras, Beckett quedaba literalmente despojado, y desaparecía. Hay una multitud de momentos en su obra en que habla de las palabras y las examina. En El innombrable, por ejemplo, las llama "gotas de silencio a través del silencio", y es una manera de decir que para él lo son todo.
 
"Lo tenue y el vacío. ¿También se van?", leemos en Rumbo a peor. El temor a que las palabras se fueran de verdad me dominaba cuando en 1971 compré por primera vez libros suyos: El innombrable, Textos para nada, Residua. Libros conservados hoy todavía, con orgullo, en mi biblioteca. Volví ayer sobre Textos para nada y, releyendo con capacidad distinta a la de entonces aquellos fragmentos que fueron para mí completamente iniciáticos, recordé el deslumbramiento de antaño, cuando las palabras beckettianas me comunicaron con el aire innombrable de una tristeza feliz: "Suerte que ha fracasado, que nada ha empezado, nunca hubo nada más que nunca y nada, es una verdadera suerte, nada nunca, más que palabras muertas".
 
He reencontrado en aquellas palabras finales de Textos para nada la certeza de que, por paradójico que parezca, de la experiencia de lo no nombrable salimos siempre reforzados y habiendo convertido las palabras, símbolos de nuestra propia fragilidad, en raíces indestructibles. Estamos en pleno centro de uno de los motivos recurrentes de toda la obra: el fracaso que trae consigo el lenguaje mismo y la necesidad, sin embargo, de seguir diciendo, de decir, pese a todo. Cuestión abordada, con decisiva profundidad de última hora, en el ya muy famoso párrafo de la escuálida y tardía Rumbo a peor, la obra maestra de su última etapa: "Todo de antes. Nada más jamás. Jamás probar. Jamás fracasar. Da igual. Prueba otra vez. Fracasa otra vez. Fracasa mejor".
 
¿De dónde procede esa tenaz lucha por continuar? "No puedo seguir, seguiré" (El innombrable). Como escribiera Marcelo Cohen, los personajes de las obras de Beckett quieren actuar mientras exaltan el estancamiento, y uno, viéndoles sufrir pérdidas, no puede evitar reírse con las palabras cuando éstas chocan entre sí, se demuelen, se anulan y pugnan en vano por menoscabar su música fabulosa, y en las contradicciones que prolongan se trasluce la verdad del tiempo. Es el mismo movimiento humorístico y paradójico que explica su biografía: el huraño Beckett tuvo docenas de amigos que lo adoraban. En nota humorística, Martin Amis dijo que si alguien quisiera escribir una página al estilo beckettiano le bastaría con decir únicamente: "Nada más jamás. No, jamás, nunca".
 
Hablaba Beckett de negarse a continuar y sin embargo continuaba, hablaba de dejar de escribir y seguía escribiendo, atrapado por la fascinación inútil de las palabras básicas. Se ha dicho, aunque me parece demasiado simple, que todo procede de las últimas palabras que Beckett oyó de su padre: "¡Lucha, lucha, lucha!". Pero algo hay sin duda de esa herencia de lucha en Molloy, que para mí es su mejor libro.
 
Fue una revelación cuando lo leí y ahora que he procedido a su relectura, me he quedado impresionado y emocionado ante la lucidez de su arte y he vuelto a pensar en la esclavitud de la ficción y en esa tediosa necesidad que tienen las novelas de tener que hablar siempre de "un asunto" cuando en realidad el arte auténtico no es algo que trate acerca de algo que esté por ahí, de una experiencia propia, por ejemplo, o de la vida de nuestros vecinos y todo eso.
 

Más bien el arte de verdad es precisamente ese algo, y no un algo sobre ese algo. Es lo que vino a decir el propio Beckett cuando habló de Finnegans Wake: "Este libro no es arte sobre algo, es el arte en sí". Releyendo Molloy, he comprendido mejor a qué se dedicaba Beckett en su mundo del No y del Nunca Nada Más Jamás. Y he detectado al investigador privado que hay en él, un detective de raza.

 

Hay que dejar ya a un lado las interpretaciones vanguardistas de su obra y comprender que, como dice Banville, sus libros son libros muy conmovedores, todos tienen una suerte de vuelta de tuerca detectivesca en el clímax, y no es descabellado pensar que tienen mucho del género detectivesco. Después de todo, Beckett se relajaba leyendo novelas de serie negra, policiacas francesas muy especialmente. Si lo leemos así, eliminamos la parte más incómoda suya: eso de que todo va mal, rumbo a peor. Porque no siempre es así, a veces el entusiasmo se cruza en nuestras vidas. Oigamos al viejo investigador Beckett. "De modo que Gaber se había ido sin beberse la cerveza. Y con las ganas que tenía. Me quedé al acecho de la llegada de Jacques. Vendría por la derecha si volvía de la iglesia y por la izquierda si volvía del matadero" (Molloy). ¿Y cómo no acordarse ahora del final de esa misma novela? "Entonces entré en casa y escribí: Es medianoche. La lluvia azota los cristales. No era medianoche. No llovía". Es maravilloso.

 

En su final el libro se colapsa y cae toda su construcción como un castillo de naipes y de pronto las palabras parecen bailar de alegría bajo una triste luz de plomo. Hemos entrado en el campo del misterio y el detective Beckett avanza. Pero no hemos entrado. No hemos salido. Desde donde nunca una vez dentro. Y no es verdad que no llueva. 

 

© Enrique Vila Matas - Publicado em Babelia - El País

publicado por ardotempo às 19:30 | Comentar | Adicionar
Sábado, 20.12.08

Saramago e os editores

Editores

 

José Saramago

 

Voltaire não tinha agente literário. Não o teve ele nem nenhum escritor do seu tempo e de largos tempos mais. O agente literário simplesmente não existia. O negócio, se assim lhe quisermos chamar, funcionava com dois únicos interlocutores, o autor e o editor. O autor tinha a obra, o editor os meios para publicá-la, nenhum intermediário entre um e outro. Era o tempo da inocência.
 
Não quer isto dizer que o agente literário tenha sido e continue a ser a serpente tentadora nascida para perverter as harmonias de um paraíso que, verdadeiramente, nunca existiu. Porém, directa ou indirectamente, o agente literário foi o ovo posto por uma indústria editorial que havia passado a preocupar-se muito mais com um descobrimento em cadeia de best-sellers que com a publicação e a divulgação de obras de mérito. Os escritores, gente em geral ingénua que facilmente se deixa iludir pelo agente literário do tipo chacal ou tubarão, correm atrás de promessas de vultosos adiantamentos e de promoções planetárias como se disso dependesse a sua vida. E não é assim. Um adiantamento é simplesmente um pagamento por conta, e, quanto a promoções, todos temos a obrigação de saber, por experiência, que as realidades ficam quase sempre aquém das expectativas. 
 
Estas considerações não são mais que uma modesta glosa da excelente conferência pronunciada por Basílio Baltasar em finais de Novembro no México, com o título de “A desejada morte do editor”, na sequência de uma entrevista dada a “El País” pelo famoso agente literário Andrew Willie. Famoso, digo, embora nem sempre pelas melhores razões. Não me atreveria, nem seria este o lugar adequado, a resumir as pertinentes análises de Basilio Baltasar a partir da estulta declaração do dito Willie de que “O editor é nada, nada” e que me recorda as palavras de Roland Barthes quando anunciou a morte do autor…
 
Afinal, o autor não morreu, e o ressurgimento do editor amante do seu trabalho está nas mãos do editor, se assim o quiser. E também nas mãos dos escritores a quem vivamente recomendo a leitura da conferência de Basilio Baltasar, que deverá ser publicada, e um seu consequente debate.

 

 

 

José Saramago - Publicado no blog O Caderno de Saramago 

publicado por ardotempo às 13:27 | Comentar | Adicionar
Segunda-feira, 08.12.08

Escritor da História da TV no Sul do Brasil

 Walmor Bergesch

 

O escritor e homem da TV, Walmor Bergesch, o visionário e pioneiro de implantação da TV no sul do Brasil - esteve na equipe de formação do três primeiros canais de TV no Sul e foi o precursor na transmissão de imagens em cores no Brasil - está escrevendo um minucioso e bem documentado livro sobre o assunto (com entrevistas, depoimentos e imagens).

 

publicado por ardotempo às 13:23 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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