Um poema
(Um poema de Paulo José Miranda)
Porque o mundo não acaba
Estender-se-á pelos dias longos e difíceis
Transformar-se-á em areias invisíveis
Realmente invisíveis
Longínquas aos sentidos e entendimento
Como sentimentos antigos que os humanos tiveram
Porque a vida não acaba nunca
Arrastar-se-á até que não se possa nada
Não se possa nada senão ver e chorar
Porque os sonhos que nos visitam nas noites do mundo não acabam
Só o sono o sono só o sono
Se acaba ao acordar