A produção do show do Criança Esperança 2011 

Curadores para cada uma das cinco regiões do país foram escolhidos para ajudar cenógrafos a representar a diversidade cultural do Brasil

Falta pouco mais de um mês para o show do Criança Esperança 2011. E os preparativos para o grande momento, no dia 20 de agosto, estão adiantados. No dia 9 de julho, diretores, iluminadores, diretores de arte, curadores, bailarinos, dentre outros responsáveis pelo evento, se reuniram em um workshop para apresentar parte do que se pretende mostrar no show.

De acordo com o diretor Ulysses Cruz, neste ano o espetáculo será inspirado nas cinco regiões do país e nas obras do artista plástico Candido Portinari, que retratou tão bem a diversidade do povo brasileiro em suas pinturas. Batizado de "Geografia Sentimental do Brasil", o show mostrará os diferentes “brasis” através da memória afetiva de cada um. O clima positivo da campanha se reflete, também, em toda a equipe do evento. “Nossa função é materializar ideias. É um trabalho bonito, e todo mundo quer participar deste programa. Vira e mexe, um cenógrafo me pede para entrar na equipe. Eu só ajudo a reunir esse pessoal”, diz o diretor de arte Mário Monteiro.

Para fugir dos clichês, a produção do show convidou um curador de cada região para colaborar com o trabalho dos cenógrafos. O Norte ficou a cargo do escritor Milton Hatoum, que promete explorar momentos da infância, como soltar pipa, os encontros nas praias fluviais e a descoberta do mercado de peixe.

Curador do Centro-Oeste, o artista plástico, poeta e compositor Bené Fonteles busca na criação de gado e nas festas típicas, como a folia de reis e a festa dos mascarados, sua inspiração. Uma das principais promotoras de eventos do Nordeste, a baiana Licia Fábio vai jogar uma luz para o momento atual da região, marcado pelo retorno dos nordestinos.

Do Sudeste, o estilista mineiro Ronaldo Fraga propõe recriar ícones, como o Pão de Açúcar e a Avenida Paulista, a partir da estética das bonecas de barro do Vale do Jequitinhonha.

Curador da região Sul, Manuel Touguinha tem no trigo e nas quatro estações bem definidas, características do Sul, no Brasil, as representações da região. Durante o workshop, o diretor do projeto Portinari e filho do artista, João Candido Portinari, apresentou 200, das mais de 5 mil pinturas do pai. “Como é encantador esse nosso país. Lembrei-me de quando começamos o Projeto Portinari, em 1979. Era o ano das Diretas Já, e existia uma grande ansiedade em definir quem éramos. A pergunta daquela época era: ‘quem somos?’ E nós somos isso aqui. Essa mistura de culturas. Fico feliz de o Criança Esperança mostrar a nossa cara.”