Mal-entendido ou bem-entendido?
Recusa de obras de Ianelli pelo MAM provoca mal-estar
Gabriela Longman
O testamento do artista previa doação de 16 trabalhos à instituição (MAM São Paulo)
O Conselho do MAM São Paulo votou agora por ficar apenas com duas, rejeitando outras 14 obras Conhecido pela luminosidade de seus quadros, o artista Arcangelo Ianelli morreu em 2009. No testamento, deixou obras para 16 museus e instituições diversas – Masp, MAC-USP, Museu Afro Brasil e FAAP foram alguns dos contemplados pela doação.
Com 15 obras do pintor em seu acervo atual, o MAM-SP considerou as obras recebidas como "redundantes", à exceção de duas: o óleo sobre tela "Barcos", de 1961, e uma escultura sem título, de 1974.
A decisão, tomada pelo curador Felipe Chaimovich e pelo conselho de arte do museu, foi considerada ofensiva pela família do pintor.
"Essa justificativa é absurda", disse à Folha Katia Ianelli, filha do artista. "O conjunto contém esculturas, pastéis, relevo sobre madeira, tudo o que eles não têm no acervo. Fico triste porque meu pai era muito ligado ao MAM. Participou de Conselhos e organizou leilões beneficientes ao Museu."
Segundo ela, a atitude contrasta com a de todos os outros museus, que celebraram a chegada das obras. "A Pinacoteca programou uma exposição como forma de agradecer a doação."
Chaimovich afirmou que a importância do pintor é inegável, mas que o Conselho mantém sua posição sobre a redundância e a rejeição das obras de Ianelli. "Vamos entrar em contato com a família e desfazer o mal-entendido."
Gabriela Longman - Publicado pela Folha de São Paulo / UOL