As solicitações de apoios e de patrocínios

Os patos de Sophia


Maria do Rosário Pedreira


Este vai ser o ano de Sophia de Mello Breyner (em Portugal) e as comemorações iniciaram-se com a entrega do seu espólio à Biblioteca Nacional. Os jornais divulgaram bastante o acontecimento e um deles revelou uma história genial que os filhos quiseram partilhar com os presentes na cerimónia e que também eu não resisto a partilhar com os leitores deste blogue. Ao que parece, terão dado um dia a Sophia dois patinhos amorosos, a que ela achou imensa graça – enquanto foram pequeninos, claro, porque entretanto cresceram e ela ficou sem saber o que fazer com eles.

 

 

 

 


Como mulher pragmática que era, telefonou mesmo assim para o então presidente da Gulbenkian, Azeredo Perdigão, propondo-lhe a oferta dos ditos patos para os belíssimos jardins da Fundação. O senhor não terá achado o facto estranho, porque marcou um dia para a entrega, convidando inclusivamente a poeta para almoçar com ele.


Sophia compareceu na data e hora marcadas com os seus patos (que, claro, ficaram a fazer parte da fauna gulbenkiana a partir desse dia) e, durante o almoço, ficou muito surpreendida quando Azeredo Perdigão a presenteou com uma medalha, tendo indagado o porquê de tal distinção (pareceu-lhe que a oferta dos patos, por certo, não o justificava). Foi nesse momento que Azeredo Perdigão lhe explicou que era a primeira vez que alguém vinha dar alguma coisa à Gulbenkian, porque normalmente só vinham pedir...


Publicado no blog Horas Extraordinárias

tags:
publicado por ardotempo às 19:25 | Comentar | Adicionar