Fotografia e Poesia
A série, apresentada em museus na França (Marselha) e no Brasil (São Paulo), foi realizada ainda sem as intervenções do meio digital contemporâneo, sem contar, portanto, com os efeitos facilitadores dos atuais programas de computador, ou seja, foi alcançada através dos procedimentos convencionais de laboratório e de revelação, sobre película, negativos e papel fotográfico. Esse fato não é relevante, pois o que realmente importa, é o resultado final e não a maneira como o mesmo foi obtido, mas revela uma busca e um conhecimento técnico aprofundado do fotógrafo para alcançar, extemporaneamente, resultados originais.
Cabe salientar o valor artístico conquistado na proposição para a série: a sutileza limítrofe entre o que se revela e aquilo que se esconde, permeando em ondas de texturas e em cores jateadas, a interpretação do fotógrafo, nas nuances que igualmente beiram a abstração, sugerindo mais do que explicitando, a densidade da letra poética.
A versão atual da mostra conta com uma inovação interessante: as 10 ampliações fotográficas foram feitas sobre tecido branco, que se apresentam na montagem como grandes lençóis brancos suspensos verticalmente e que se movimentam sutilmente com as correntes de ar e o deslocamento dos observadores no espaço expositivo.
© Pierre Yves Refalo - Conto nº 17, fotografias ampliadas sobre tecido