A defesa da natureza
O naturalismo integral de Gonzaga se faz da paixão e da iniciação. Numa carta que o artista escreveu-me em 12 de agosto de 2001, ele declara:
Quero embriagar-me com tanta beleza, com a beleza da natureza. Não se trata de alienação. A alienação é o fato de, contra ela, NATUREZA, se cometer tanta violência.
O percurso poético integral de Gonzaga repousa sobre a recusa radical a esse tipo de alienação. Sua cultura identifica-se plenamente com o conceito da vitalidade global da natureza. É na potência cósmica da fecundação que a natureza detém o mistério da vida. É a partir dessa magia fundamental que o artista procura exprimir-se com suas esculturas, numa linguagem formal que não é nem descritiva nem metafórica, mas emblemática e simbólica sobre os elementos da Natureza profunda.” – Pierre Restany, Paris 2002
Considerado pelo crítico de arte francês como um dos mais importantes escultores brasileiros contemporâneos, GONZAGA, com a sua defesa incondicional da Natureza se faz uma voz autorizada e presente, nesse momento assombrosamente caótico e de generalizada omissão cínica, em que o meio ambiente e a própria Humanidade encontram-se em risco grave pelos desmandos da cupidez continuada. A ARTE de Gonzaga se faz presente da mesma maneira severa, corajosa e solitária como o foi o grito desferido por Picasso no meio da sombria noite do século, na qual todos se mediam resignados e impotentes.
A SEIVA DA TERRA – Escultura monumental de Gonzaga (2002)