Créditos de Carbono. Alguém acredita?

Cultura e sustentabilidade


Sustentabilidade. O grande tema do novo milênio surge como um alerta promovido por ativistas e organismos internacionais para a escassez dos recursos naturais disponíveis no planeta diante da fúria do capitalismo global. Este, por sua vez, como se não fosse o grande responsável pela catástrofe anunciada, tomou a dianteira desse processo e ressignificou, talvez de maneira irreversível, o próprio conceito de sustentabilidade.


A demanda por desenvolvimento (agora sustentável) abriu novas frentes de exploração e especulação mercadológica, com base em créditos de carbono, carteiras de investimento “éticos” e uma série incontável de produtos, já anunciam um processo de “commoditização” da sustentabilidade.


Mas quando falamos de responsabilidade ambiental ou social, referimo-nos, em última análise, a uma necessidade de mudança de comportamento e atitude em relação a nós mesmos e ao planeta em que vivemos. Uma questão cultural, portanto.

 


Por outro lado, a questão cultural é inexplicavelmente deixada de lado. Não faz parte do vocabulário e das discussões estratégicas no campo da sustentabilidade.


Por que o mesmo tipo de convergência das agendas sociais não se efetivou do lado da cultura? Por que o apelo do marketing e do entretenimento sobrepõe-se às questões de relevância para o desenvolvimento cultural? Como buscar uma afinidade temática entre as questões ambientais e as responsabilidades social e cultural?


Leonardo Brant - Do livro O Poder da Cultura / Publicado no blog Cultura e Mercado

publicado por ardotempo às 19:44 | Comentar | Adicionar