O mundo é o mar


E vejo-me fazendo a viagem de volta,
colocando ponteiro em bússola,
acordando para trás relógios e rotas,
tomando imagens de Nossa Senhora,
 
- Protegei os navegantes,
eles não sabem o que fazem -
das Indias, das especiarias, das tormentas.
 
O oceano calmo, o oceano ânimo,
e eu a respirar debaixo d'água,
e eu a voltar para a terra de onde nunca saí.
 
Que porto me acolherá?
Será noite, será norte?
Será a terra que divisava outra terra dividida,
metade tua, metade alheia?
 
E eu a soprar velas e eu a abanar lágrimas.
E a terra a se afastar e o mar a se apartar,
e o porto e o destino.
 
O mundo é o mar, e eu querendo voltar,
e eu querendo...
 
 
 
 
 
 
 
© Isolde Bosak, 2009
tags:
publicado por ardotempo às 18:14 | Comentar | Adicionar