Ficção ELVIS, segundo LIMONGI


Não foi minha paixão pela música ou o cinema de Elvis
que me levou ao interesse por ele, simplesmente porque eu não conhecia quase nada de suas canções ou de seus filmes.
Ele representava, aos meus olhos, o perfil de um ícone hiper-kitsch, superexposto, encarnando a transposição de um mundo antigo a um mundo novo. Elvis simboliza
o nascimento do rock’n’roll e a invenção de uma nova etapa da idade entre a infância e a idade adulta: a adolescência. O reconhecimento da pulsão e do desejo, pouco a pouco aceitos pela sociedade. Ele faz o
percurso pelas mutações essenciais, a guerra, a criação da bomba atômica… até morrer com a chegada  do punk
Eu desejava redesenhar os contornos desta silhueta tão bem identificada e remontada em novos detalhes. A escrita, a princípio seca, quase sufocada, pouco a pouco encontra um ritmo através das repetições que funcionam como uma forma de refrão, uma litania que remete ou à história ou ao mito e que recria um movimento de órbita dentro do texto.”

Laure Limogi autora de Fonction Elvis, Laureli / Editions Léo Scheer, França

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publicado por ardotempo às 13:38 | Comentar | Adicionar