Quarta Infância
À sombra de um livro sagrado
Lembrou:
Foi no alto de um morro
Que sentiu
Pela primeira vez
Esse cheiro de curtume.
O olhar pastoso do boi,
O tempo trinchado, devorado.
Se bem extraído, pode um grito
Encher de festa uma paisagem,
Festa e regozijo.
Quem diria aquele menino
Pela última vez
Um homem de joelhos
E mãos engatadas nas costas.
Na prece invertida arrevessa:
Sagrada era a lama
Da cor do bronze.
© Mariana Ianelli - Iluminuras, 2009
Fotografia de Misha Gordin, 2005