Quarta-feira, 02.03.11

Respeitável público, vai começar a função...

 
Enrolando, enrolando... 

O carro do serial killer utilizado para atacar os ciclistas é blindado
Agora ele está traumatizado e deve permanecer na luxuosa clínica de repouso 
que ele mesmo escolheu. Provavelmente até a expedição de uma liminar pela justiça
que conjure a sua prisão e o mantenha em liberdade.
Se ele não fosse alto funcionário do Banco Central,(e fosse um cidadão comum e igual 
a todos os outros cidadãos brasileiros) isso tudo estaria acontecendo assim? 

Acusado de atropelar ciclistas permanecerá 
hospitalizado sob custódia 

O delegado Gilberto Montenegro, responsável pela investigação do atropelamento de 
um grupo de ciclistas na Capital, informou que o autor do crime, o funcionário do 
Banco Central, Ricardo Neis, 47 anos, permanecerá  por mais alguns dias na 
instituição hospitalar em que ele mesmo se internou na noite de terça-feira.
Isso vai ocorrer pois o laudo do psiquiatra Hugo Alberto Horlle, responsável pelos 
cuidados a Neis, pede que ele fique hospitalizado por mais alguns dias. 
Não foi revelado por quanto tempo o acusado deve continuar internado.

 Segundo Horlle, Neis não tem condições de deixar o hospital pois está muito abalado 
emocionalmente e há a preocupação de que ele possa atentar contra a própria vida.
Após um novo laudo que autorize a alta de Neis, ele deve ser conduzido 
ao Presídio Central. 
Por enquanto, uma escolta do Grupamento de Operações Especiais (GOE) 
ficará no local fazendo a custódia de Neis.
 Conforme o delegado Rodrigo Garcia, a Polícia Civil tentará transferir o paciente 
para o Instituto Psiquiátrico Forense, onde será mais fácil fazer a sua escolta.

 Publicado em Zero Hora
publicado por ardotempo às 15:43 | Comentar | Adicionar

Diferenças republicanas

Sexta-feira em Paris e em Porto Alegre

 

Paris – Um estilista de moda, estrela e milionário, embriagado, num bar no Marais, discute com um casal de judeus. Diz palavras graves e estúpidas, ofende o casal, agride-os com palavras elogiando Adolf Hitler. É gravado numa câmera de celular. Em seguida é denunciado numa delegacia do bairro. Apesar de ser uma celebridade mundial é detido e passa na noite na cadeia. Foi indiciado e possivelmente passará seis meses na prisão. Foi imediatamente demitido do cargo singular que ocupava na célebre Maison Dior, onde era o designer-mestre que assinava as grandes coleções de moda. Passaram-se quatro dias do fato ocorrido em Paris.

 

Porto Alegre – Um alto funcionário do Banco Central, uma espécie de banqueiro com o dinheiro público, atropela brutalmente quase uma centena de ciclistas, pelas costas, simplesmente porque ficou irritado em esperar alguns minutos para cruzar uma avenida da cidade. Faz uma tentativa de assassinar coletivamente dezenas de pessoas indefesas e foge sem socorrer ninguém. Esmaga e inutliza vinte bicicletas. Fere com fraturas, contusões e prováveis sequelas futuras quase duas dezenas de pessoas. Gera uma demanda e superlotação de ambulâncias e de leitos no Hospital de Pronto Socorro, ocupando equipamentos públicos e ocasionando graves prejuízos com o dinheiro público, dissipando frivolamente valores essenciais para a saúde coletiva.

 

Procura confundir e dificultar as investigações, ocultando as placas do automóvel e agindo de maneira subrepticia para mascarar as provas na arma utilizada, o seu carro. Esconde-se por três dias e aparece com um história inventada, sem credibilidade alguma. Toda a cena sangrenta e dolosa do atropelamento é gravada numa câmera de celular. Nada acontece. O criminoso aparece, dá entrevistas e some alegremente, protegido pelos seus advogados, sob o olhar leniente da Polícia, que nada faz. O prefeito da cidade sequer aparece para dar uma palavra aos cidadãos aturdidos pela violência urbana e para assegurar um mínimo de segurança para os que utilizam um veículo que tem sido uma solução viária em importantes cidades do mundo (inclusive em Paris). A direção do Banco Central fica em silêncio. Publicamente omissa. A pantomina continua e o ator-criminoso continua seu solo em liberdade, frente à platéia de tolos. Será que mais uma vez em Porto Alegre a história vai se repetir, na qual os heróis negativos, os que matam, os loucos destemperados são tolerados, admirados e recebem discretos  e eficientes apoios silenciosos, o tempo passa, tudo fica igual e termina em pizza? Passaram-se quatro dias do fato ocorrido em Porto Alegre.

 

 

 

 

 

Publicado no jornal Zero Hora: Motorista que atropelou grupo de ciclistas 
é preso em hospital de Porto Alegre
 A Polícia Civil prendeu, às 6h30min desta manhã, quarta-feira, 02 de março,
o funcionário do  Banco Central Ricardo Neis, 47 anos, 
autor do atropelamento, com um automóvel Golf blindado, de um grupo 
de cerca de uma centena de ciclistas na última sexta-feira 
no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. 
Neis foi localizado em um hospital psiquiátrico
 da zona sul da capital, RS, no qual se internara por iniciativa própria.
No local, a polícia aguarda a chegada do médico e do advogado do atropelador 
para encaminhá-lo à Delegacia de Delitos de Trânsito da Capital. 
A saída do hospital dependerá de alta médica. 
Segundo o delegado Rodrigo Garcia, quando o mandado de prisão foi lido, 
Neis parecia desorientado (possivelmente em razão dos medicamentos 
tranquilizantes tomados). Surpreso, ele teria perguntado à polícia 
qual o motivo para a sua prisão
Na terça-feira, a Justiça acatou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão preventiva 
do funcionário do Banco Central.
publicado por ardotempo às 02:24 | Comentar | Ler Comentários (2) | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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