Quinta-feira, 03.02.11

As solicitações de apoios e de patrocínios

Os patos de Sophia


Maria do Rosário Pedreira


Este vai ser o ano de Sophia de Mello Breyner (em Portugal) e as comemorações iniciaram-se com a entrega do seu espólio à Biblioteca Nacional. Os jornais divulgaram bastante o acontecimento e um deles revelou uma história genial que os filhos quiseram partilhar com os presentes na cerimónia e que também eu não resisto a partilhar com os leitores deste blogue. Ao que parece, terão dado um dia a Sophia dois patinhos amorosos, a que ela achou imensa graça – enquanto foram pequeninos, claro, porque entretanto cresceram e ela ficou sem saber o que fazer com eles.

 

 

 

 


Como mulher pragmática que era, telefonou mesmo assim para o então presidente da Gulbenkian, Azeredo Perdigão, propondo-lhe a oferta dos ditos patos para os belíssimos jardins da Fundação. O senhor não terá achado o facto estranho, porque marcou um dia para a entrega, convidando inclusivamente a poeta para almoçar com ele.


Sophia compareceu na data e hora marcadas com os seus patos (que, claro, ficaram a fazer parte da fauna gulbenkiana a partir desse dia) e, durante o almoço, ficou muito surpreendida quando Azeredo Perdigão a presenteou com uma medalha, tendo indagado o porquê de tal distinção (pareceu-lhe que a oferta dos patos, por certo, não o justificava). Foi nesse momento que Azeredo Perdigão lhe explicou que era a primeira vez que alguém vinha dar alguma coisa à Gulbenkian, porque normalmente só vinham pedir...


Publicado no blog Horas Extraordinárias

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publicado por ardotempo às 19:25 | Comentar | Adicionar

Rio Guaíba

O rio e a cidade

 

 

 

Gilberto Perin - O rio Guaíba e a cidade de Porto Alegre - Fotografia (Porto Alegre RS Brasil), 2010

publicado por ardotempo às 10:33 | Comentar | Adicionar

Moedas no semáforo

Não é meia-noite quem quer


António Lobo Antunes


Há anos que este verso de René Char me persegue.

 

Pensei usá-lo como título para um livro, como coda para um capítulo, fazer variações em torno dele num texto qualquer. Não fiz nada, até agora, porque me anda na cabeça mas não me aparece na mão, e só consigo escrever com os dedos, os miolos não pegam na esferográfica. Por qualquer motivo obscuro o bico da caneta não o aprova. E, no entanto, volta não volta lembro-me dele. Por exemplo quando me cruzo com a mendiga estrangeira, alemã ou holandesa, não sei, a pedir esmola no semáforo aqui perto. Dorme, com os seus sacos de plástico, na paragem do autocarro quase por baixo da minha janela, puxando trapos para si. Nunca lhe entendi a língua, mais sopros que palavras.

 

 

Espera que o sinal fique vermelho e percorre os automóveis, de mão estendida, a murmurar. As pessoas dos carros fingem que não vêem, olhando, fixas, para diante: uma desgraçada, mais uma, o que não falta por aí é gente assim. O sinal torna-se verde e ela corre para o passeio, com os sacos. Um grande amigo meu, José Cardoso Pires, que não tinha muito dinheiro, que tinha muito pouco dinheiro, dava-o a todos aos infelizes que encontrava na rua. Isto era uma das coisas que eu mais admirava nele. E sentia-o, por dentro, comovido, o Zé que tentava sempre esconder as emoções. Fazia livros, como eu. Era irascível, temperamental, muitíssimo corajoso. Infelizmente a estrangeira nunca o encontrou. É em seu nome que entrego moedas à mulher


- Da parte do Zé


embora duvide que ela me entenda, ou oiça sequer. Não faz mal: oiço e entendo eu.


Não é meia-noite quem quer, que deslumbramento para mim: olha o meu pai no hospital, de bata, olha eu no hospital, a sofrer. Já não sofro: cansei-me de dar prazer à desgraça. Se acontecer alguma chatice leva-me mas não me aborreças. Na recruta, a certa altura, tinha um pé inchadíssimo, de uma queda naqueles exercícios que por lá se faziam, custava-me a andar como o caneco, mas continuava, a repetir para mim mesmo


- É só dor, é só dor


e foi aí que comecei a não ter vergonha de mim. Ainda hoje


- É só dor


e a gente aguenta. Apesar de tudo não é meia-noite quem quer, não é verdade?

 

Há uns tempos que não encontro a estrangeira: terá mudado de poiso, terá morrido? Ninguém morre, que ideia mais idiota, morrer. A prova é que o meu pai, por exemplo, continua a andar, de bata e cachimbo, no hospital, não me tiram isto da ideia:


- Os meus rapazes


dizia ele dos filhos


- Os meus rapazes


e os seus rapazes cá estão, mais ou menos mas cá estão, olha este sol agora, a entrar casa dentro, o chão iluminado, os móveis, as paredes, as folhas das árvores com tantas cores diferentes, porque não convidá-las


- Não lhes apetece entrar?


começo a fazer esta crónica com pausas dado que a mão vazia, parece que tropeça na página, lá se recompõe, a pobre, ameaça desmaiar de novo, um livro na estante, não sei ao certo onde, à minha esquerda, acho eu, principia a conversar comigo, pergunta uma coisa que não entendo bem, não lhe respondo, faço um gesto sem destino na esperança de contentá-lo, o livro cala-se, que esquisitos os livros, tanta barulheira às vezes. Acabei o meu trabalho ontem, seguem-se os habituais meses de pousio, quando não ando às voltas com um romance o mundo torna-se estranho, devia ir para os semáforos com sacos de plástico


- Uma ajudinha, amigo


e fico aqui a ler, na mesma mesa em que rabisco as páginas, que silêncio nas coisas, que vazio, não é meia-noite quem quer, rodeio-me de pessoas que não existem, rodeio-me de vozes, sinto-me cheio de palavras que não amadureceram ainda, não palavras, larvas de palavras, imagens que surgem e se desvanecem, desfocadas, fugidias, peço a mim mesmo


- Uma ajudinha, amigo


vejo o Zé à cata de dinheiro nos bolsos, ainda me toca passar na rua dele, há-de tocar-me sempre


- Uma ajudinha, amigo


a eterna queixa do Zé


- Como é que eu consigo gramar um gajo que gosta de comida de avião?


e é verdade, gosto de comida de avião, voltar a brincar aos jantarinhos com todos aqueles plásticos com coisas dentro, folhinhas, raminhos, pedrinhas, porcarias e eu com ar solene de quem almoça a sério, gosto de pedir vinho branco e ter medo que se espantem


- Vinho branco na sua idade?


e se queixem à minha mãe


- O miúdo bebe às escondidas


a minha mãe, severa


- Que história é essa do vinho?


mesmo que experimente amaciá-la com uma lista de bêbados ilustres


- Quero lá saber do Hemingway


confesso que realmente, eu que não tomo álcool, me bato com uma garrafa de vinho branco nos aviões, a indignação dela a aumentar


- E que fazes tu nos aviões, já agora?


quando devia estar no quarto às voltas com raízes quadradas e, aqui para nós, realmente devia, demorei que tempos a perceber porque chamavam quadradas às raízes, quer dizer, percebo vagamente, o professor acha que percebo e deixa-me em paz, no fundo não percebo


- Não sei nada da vida, senhor, desculpe


e não sei nada porque não é meia-noite quem quer, raio de verso, que mal fiz eu a Deus para me perseguires, a minha mãe não desiste


- Como estamos com a mão na massa a léria de ir para os semáforos é verdade?


eu com a estrangeira, alemã ou holandesa, nos sinais vermelhos, murmurando para os carros parados, com as pessoas, surdas, a olharem em frente, agarrando o volante com mais força, lá recolhemos ao passeio quando o verde chega, os dedos dela, com um resto de luva, pesam-me no ombro, hoje não durmo em casa, durmo na paragem do autocarro, e talvez não seja má ideia de todo porque, em frente, num out-door, há uma rapariga em lingerie, lindíssima, que de vez em quando me pisca o olho.


António Lobo Antunes

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Quarta-feira, 02.02.11

Acordos

Pintura digital

 

 

 

Cezar Almeida - Pintura, Colagens e Fotografia Digital (São Paulo SP Brasil), 2011

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A cidade de areia

Além do Atlas

 

 

 

Pierre Yves Refalo - Na franja do deserto, o oásis e a cidade de areia (Marrocos), 1982

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A torre

Almádena

 

 

Pierre Yves Refalo - A torre - Fotografia (Marrocos), 1982

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Terça-feira, 01.02.11

São Paulo...anos dourados

Fotografia em São Paulo

 

 

 

 

 

Giacomo Favretto - Anos dourados - Fotografia (São Paulo SP Brasil), 2011

publicado por ardotempo às 22:06 | Comentar | Adicionar

O futuro vem do passado

Lago Chott el Djerid, Tunísia

 

 

 

 

Gilberto Perin - Leito do lago, o deserto (Chott el Djerid - Tunísia), 2009

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Os prêmios

 

Romain Gary: O escritor que recebeu o Goncourt duas vezes


Isabel Coutinho


Trinta anos depois da morte do escritor, sai finalmente em Portugal “Uma Vida à Sua Frente”, o livro que Romain Gary assinou como Émile Ajar para poder ganhar, violando as regras, o seu segundo Prémio Goncourt. Ao mesmo tempo, em Paris, uma exposição conta a história de um dos maiores embustes do mundo literário. Por Isabel Coutinho

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No dia 17 de Novembro de 1975, o júri do mais importante prémio literário francês reuniu-se e, à oitava ronda, atribuiu o Prémio Goncourt ao senhor Émile Ajar pelo seu romance “La Vie Devant Soi”. Na altura, os jornalistas perguntaram insistentemente se o júri não se tinha sentido pouco à vontade por estar a atribuir o prémio a um “autor desconhecido”. Poucos tinham visto Émile Ajar em carne e osso. Do escritor havia apenas uma fotografia um homem de cabelos ao vento em frente ao mar e sabia-se que tinha escrito, também sob pseudónimo, “Gros-Câlin”, o seu primeiro romance.


O júri não deu importância a estes pormenores e foi assim que, sem ninguém saber, Romain Gary (1914-1980) se tornou no único escritor a ganhar duas vezes o Goncourt, um prémio que, estipula o regulamento, só se pode receber uma vez na vida. O escritor francês já tinha recebido o prémio literário em 1956, pelo romance “As Raízes do Céu”, e voltava agora a ser escolhido com este livro. Só se soube a verdade seis meses depois da sua morte. A história narrada por Momo, um adolescente muçulmano de 14 anos que vive no bairro de Belleville, em Paris, na casa de Madame Rosa, uma prostituta reformada e sobrevivente de Auschwitz, é esta semana publicada, pela primeira vez em Portugal, numa edição da Sextante. Foi adaptado para cinema, por Moshé Mizrahi, com Simone Signoret a interpretar Madame Rosa.


Romain Gary arquitectou tudo. Teve atenção aos pormenores para que ninguém suspeitasse de que era ele quem estava por trás de Émile Ajar. Arranjou um cúmplice, contratou advogados e mentiu com os dentes todos, até aos amigos mais íntimos. Antes de se suicidar com um tiro, deixou indicações ao seu filho e ao editor para que o manuscrito “Vie et Mort d’Émile Ajar” fosse publicado postumamente.


Nessas dezenas de páginas, o escritor que nasceu em Vilnius, na Lituânia, filho de russos judeus, e viveu em França, com a mãe, desde os 14 anos, torna pública a falcatrua. “Diverti-me muito. Adeus e obrigado”: assim termina o livro onde conta como engendrou um dos maiores embustes do mundo literário.


O escritor – que começou por ser aviador e herói de guerra, fez carreira diplomática na Bulgária, em França, na Suíça e nos EUA, e foi cineasta, jornalista e actor revela aí que a sua principal motivação foi mostrar que os críticos literários franceses eram tolos. Em “Romain Gary: a Tall Story”, biografia publicada no final do ano passado, David Bellos afirma que o escritor estaria farto de ser cataloga do e desrespeitado pelos críticos. “Ele queria provar ao mundo que os jornalistas e os editores são preguiçosos, não lêem os textos que criticam ou os livros que sugerem, e apoiam-se em preconceitos e fofocas para formarem as opiniões que impõem à comunidade”, escreve o autor, professor de francês e de literatura comparada da Universidade de Princeton.


Na verdade, só depois de ter acabado de escrever “Gros-Câlin” é que Romain Gary decidiu publicá-lo com outro nome. Sentia que era muito diferente das suas obras anteriores. O romance é quase um diário de um homem que vive com uma serpente pitão num apartamento em Paris e tem uma linguagem considerada inovadora.


Foi assim que tudo começouComo é que Romain Gary conseguiu levar avante, e sem que ninguém suspeitasse, um dos maiores embustes do mundo literário? Primeiro precisou de convencer o seu amigo Pierre Michaut, um homem de negócios que vivia no Brasil, a entrar no jogo. Ele aceitou e, numa das suas visitas a Paris, dirigiu-se ao escritório do editor Robert Gallimard com o manuscrito de “Gros-Câlin” debaixo do braço.


Contou-lhe que estava ali em nome de um francês que vivia no Rio de Janeiro. Por razões legais, esse exilado não podia usar o nome verdadeiro nem regressar a França. O editor, conta David Bellos na biografia, leu duas páginas e enviou o livro para apreciação. No dia seguinte recebeu um convite para ir a casa de Romain Gary. Quando lá chegou, encontrou o escritor com um homem que lhe parecia familiar. “Não o estás a conhecer?”, perguntou-lhe Gary. Robert Gallimard percebeu a marosca.


Não me digas que me pregaste esta partida…”, disse. Romain Gary obrigou-o a jurar que não contaria o segredo a ninguém. O editor cumpriu a promessa, bem como o pequeno grupo que sabia que era Gary o verdadeiro Émile Ajar: a secretária que dactilografava os textos, a sua ex-mulher e mãe do seu filho, a actriz Jean Seberg, os advogados, e o seu primo Paul Pavlowitch, que terá um papel fundamental nesta história.


Apesar de a primeira leitora de “Gros-Câlin” ter dado uma apreciação muito positiva, os editores que o leram a seguir não ficaram tão entusiasmados.

 

Conta David Bellos que o escritor Raymond Queneau, que fazia parte do painel de leitura, disse que o autor devia ser um chato mas tinha talento. Aconselhava que o livro fosse publicado na Mercure de France, uma filial da Gallimard.


Quando o livro foi publicado, os críticos literários tentaram descobrir quem era o autor por trás do pseudónimo.


Nunca suspeitaram de Romain Gary, que nesse ano publica “La Nuit Sera Calme”, onde responde às perguntas de um seu amigo de adolescência, o jornalista François Bondy.


Para que tudo corresse bem com o pseudónimo, o escritor não assinou os contratos com a editora e, receando a curiosidade dos jornalistas, pediu ao primo Pavlowitch que se envolvesse na história fazendo-se passar por Émile Ajar. O plano: viajar para o Rio de Janeiro e aí encarnar a personagem de Émile Raja, um médico francês que, acusado da prática de abortos clandestinos, teria saído de França e adoptado o sobrenome Ajar como pseudónimo literário. A viagem nunca chegou a acontecer.


A mentira continua. Quando começou a correr o rumor de que “Gros-Câlin” poderia ser candidato ao Prémio Renaudot (atribuído a primeiras obras), Robert Gallimard avisa Romain Gary de que ele poderia meter-se em apuros. O escritor deu instruções ao advogado para que o livro fosse retirado das listas de todos os prémios a atribuir em 1974.


Mas, com o livro nas livrarias, Émile Ajar teve de aparecer e por isso Paul Pavlowitch deu uma entrevista ao “Le Monde”. A sua fotografia sai nos jornais. Entusiasmado com o sucesso, Romain Gary começa a escrever o segundo livro. Trabalhava de manhã na obra de Émile Ajar e de tarde na obra de Romain Gary. Em Outubro, publica “Uma Vida à Sua Frente”, que teve como primeiro título “La Tendresse des Pierres”. Quando a capa do livro já estava a ser impressa, a mulher de Pavlowitch repara que o título é igual àquele que uma personagem de um romance anterior de Gary dava ao livro que estava a escrever. Antes que alguém notasse a coincidência, Émile/ Paul Pavlowitch pediu ao editor para parar a impressão.


Mas o pior estava para vir. A 17 de Novembro de 1975, “Uma Vida à Sua Frente” recebe o Goncourt. Se alguém descobrisse que o romance era de um escritor que já tinha vencido o prémio, Romain Gary seria preso. Por isso, três dias depois, Émile Ajar faz saber que recusa o prémio.


O júri responde que “o Goncourt é como a vida e como a morte não se aceita nem se recusa”. Entretanto, um jornalista consegue, através da fotografia que circulara nos jornais, perceber que Émile Ajar era Paul Pavlowitch, primo de Romain Gary, e publica a história. Tudo é posto em causa. Gary é forçado a dizer publicamente que não ajudou o primo a escrever o livro e que não tem nada a ver com Émile Ajar. Nunca mais poderá contar a verdade, e portanto começa a escrever “Pseudo”, livro em que Émile Ajar conta como Paul Pavlowitch, internado numa clínica psiquiátrica, escreveu os seus livros. A mentira continua.

 

 

 

O último livro assinado por Émile Ajar, “L’Angoisse du Roi Salomon”, é publicado em 1979. No ano seguinte, aos 66, Romain Gary suicida-se na sua casa em Paris: “Fiz um pacto com o senhor lá de cima, vocês conhecem-no? Fiz um pacto com ele de forma a nunca me deixar envelhecer.” A sua ex-mulher, Jean Seberg, tinha aparecido morta no ano anterior. “Nenhuma ligação”, escreve na nota de suicídio que deixou.


Seis meses depois, em 1981, é revelada a verdadeira identidade de Émile Ajar. Paul Pavlowitch publica “L’Homme que l’On Croyait”, onde conta a sua versão da história. É entrevistado no programa “Apostrophes”, de Bernard Pivot. Pouco depois, é publicado o manuscrito “La Vie et Mort d’ Émile Ajar”, onde Romain conta que a jornalista Laure Boulay, do “Paris Match”, lhe disse a certa altura que estava convencida de que Romain Gary e Émile Ajar eram a mesma pessoa.

 

Romain Gary apaixonou-se perdidamente por ela e respondeu: “É evidente. Ninguém se apercebeu a que ponto Ajar foi influenciado por mim. Podemos até falar de um verdadeiro plágio. Mas enfim, é um jovem autor. Não faço questão de protestar.” Esta história mirabolante volta agora a ser contada, 30 anos depois da morte do escritor, no Musée des Lettres et Manuscrits, em Paris. Até 3 de Abril, a exposição “Romain Gary, des Racines du Ciel’ à ‘La Vie Devant Soi’” mostra os manuscritos, as cartas, as notas, as fotografias e os artigos de imprensa que reconstituem o grande golpe.


Isabel Coutinho - Publicado no Caderno Ípsilon, do PÚBLICO / Ciberescritas

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publicado por ardotempo às 16:03 | Comentar | Adicionar

Prêmio Literário Casa de las Américas

 

Nelson de Oliveira recebe prêmio Casa de las Américas (Cuba)

O escritor brasileiro Nelson de Oliveira foi anunciado como o vencedor do prêmio Casa de las Américas, de Cuba. (Literatura Brasileira)


A obra dele, "Poeira: Demônios e Maldições", foi considerada a melhor na categoria Literatura Brasileira.


O júri foi formado por Marcos de Moraes (Brasil), Trinidad Pérez (Cuba) e Ricardo Alberto Pérez (Cuba).


"A novela se sobressai pela eficiência de sua estrutura, que propõe o diálogo entre o discurso do relato e outro discurso que se vale de passagens oníricas e níveis elaborados a partir de jogos radicais com a linguagem", justificaram.


"Esta dualidade conduz o livro a uma posição renovadora que pretende mostrar o novo caminho da ficção, tratando de enfrentar um mundo irreverente e caótico."


A escritora e poeta Mariana Ianelli recebeu uma menção por "Treva Alvorada", e Orlando Senna, uma menção especial por "Os Lençóis e os Sonhos".


LITERATURA BRASILEÑA

 

El jurado integrado por Marcos de Moraes, Brasil; Trinidad Pérez, de Cuba y Ricardo Alberto Pérez, de Cuba acordó otorgar por unanimidad el Premio a la obra:


Poeira: demonios e maldições - Nelson de Oliveira


“Dicha novela sobresale por la eficacia de su estructura, la cual propone un diálogo entre el discurso del relato, y otro discurso que se vale de pasajes oníricos y niveles elaborados a partir de juegos radicales con el lenguaje. Esta dualidad conduce el libro a una posición renovadora que pretende mostrar el nuevo camino de la ficción tratando de enfrentar un mundo irreverente y caótico.
La novela es movida por el impulso de la literatura de pensarse a sí misma, de colocarse en una posición protagónica desde la que puede contemplar sus propias crisis. Estos rasgos colocan el territorio del libro como una zona de vértigo donde el que decida dejarse atrapar estará participando de una experiencia repleta de interrogantes y dudas que a su vez construyen una delirante posibilidad”.

 

 

 

 


Mención Treva alborada - Mariana Ianelli


Mención Especial  Os lençóis e os sonhos, novela  Orlando Senna

publicado por ardotempo às 11:10 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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