Cadernos antigos

Cadernos da memória

 

 

 

Caderno antigo

 

Escrevi o poema

no caderno antigo

as folhas restaram

amarelas

 

Refiz o poema

revolvi fonemas

rimas e versos

brancos

 

Risquei nomes

rasguei ausências

fantasmas,

palavras

doídas

 

(na dúvida,

despi-me

de todas elas)

 

Incerta,

a traça

(indiscreta)

devora na hora

(voraz)

letra, lira e rima

 

(o que era

poema

transformou-se

no instante)

 

 

©Cleonice Bourscheid

 

Imagem publicada por Jornalista Vaz

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publicado por ardotempo às 00:13 | Comentar | Adicionar