Terça-feira, 07.09.10

Segredos

Pintura de Siron Franco (detalhe) - Óleo sobre tela

 

 

 

 

 

 

Mostra Individual de SIRON FRANCO - Segredos

Pinturas e Esculturas

10 de setembro a 17 de outubro

Inauguração (sexta-feira) - 10 de setembro - 19 horas

Caixa Cultural São Paulo

Vitrine da Paulista

Conjunto Nacional - Av. Paulista nº 2083 - Térreo

São Paulo SP Brasil

Curadoria: Cláudia Ahimsa

publicado por ardotempo às 16:28 | Comentar | Adicionar

A aparência da abstração

El camino de Rothko a la oscuridad

 

 

 



El título y subtítulo dejan claros de qué trata este libro, sugieren su naturaleza y las condiciones en que hay que leerlo. Se trata de una aproximación filosófica a la dimensión estético-religiosa de la obra de Rothko (de 1939/1940 en adelante), privilegiado ejemplo de pintor expresamente religioso y filosófico. No son epígrafes rebuscados, como no lo es el libro, son objetivos, como el libro, que trata de muchas más cosas pero, efectivamente, del sacrificio -tanto del ritual de los mitos y religiones como del personal del yo- como comienzo de toda experiencia creadora; y de la emoción estética que, en ese supuesto, esta experiencia conlleva en el artista y que se transmite también al contemplador como emoción religiosa. "La gente que llora ante mis cuadros tiene la misma experiencia religiosa que yo tuve cuando los pinté".

 


¿Experiencia religiosa la estética? Expresión de "algún impulso religioso oculto y profundo", dice Rothko, para quien, de todos modos, el arte no representa nada ni proporciona idea alguna de cómo entender lo que se llama misterio o invisible. Es "expresión de una expresión", simplemente, una expresión casi imposible porque "la representación de la que proviene es inasible". Sólo expresa emociones básicas de la existencia en las que no aparece ni ha de aparecer el yo. Una especie de "teogonía de la conciencia elemental", a la que Rothko llamaba también "abstracción emocional". En ese sentido este libro insiste en destacar básicamente la vía emocional como centro de la experiencia artística.


La conjunción de lo visible e invisible, de luz y oscuridad, Perséfone misma diríamos, condujo a Rothko a una abstracción que fue eliminando cualquier mediación figurativa para ir aproximándose a una vía de representación - puro color y forma de color - de lo que queda más allá de toda apariencia. Lo que queda más allá de toda apariencia es la apariencia de la abstracción misma. No se puede decir de otro modo. Se trata de algo muy cercano a ciertas concepciones de la teología negativa. Abstracción de la abstracción misma, donde la imagen esencial (inasible) de esa originaria abstracción misma Rothko la denomina Dios. No es extraño entonces que continúe: "En caso de que llegáramos a conocer la apariencia de la abstracción misma estaríamos constantemente reproduciendo sólo su imagen".


Parece que Rothko lo consiguiera de algún modo y que sus sectionals fueran, por tanto, reproducciones insistentes del mismo rostro oscuro de Dios. En cualquier caso la repetición es el único camino posible en ese proceder contemplativo: rodadas del círculo de asimilación progresiva de la experiencia de lo tremendum et fascinans.


El libro va mostrando así cómo la experiencia estética y la religiosa van de la mano: ambas nacen de una misma actitud nihilista ante el mundo, que es la actitud mística. Ya desde su primer gran libro, Zen, mística y abstracción (Trotta, 2002), cuyo último capítulo continúa éste, el profesor Vega Esquerra intenta comprender el nihilismo a través de la meditación zen, la mística cristiana y el arte abstracto moderno. En este contexto hay que entender este ensayo, que, en busca de objetividad en lo oscuro, va haciendo una lectura paralela de la obra pictórica de Rothko y de su obra escrita, recientemente publicada: Philosophies of Art (2004) y Writings on Art (2006). Así, el camino de Rothko a la oscuridad, desde 1939/1940 hasta su oscurecimiento definitivo en 1970, se convierte en manos del profesor Vega en una experiencia lúcida. Para entender menos emocionalmente la abstracción emocional de Rothko, digamos, o para entender objetivamente las emociones que despierta.


Isidoro Reguera - Publicado em El País / Babelia

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publicado por ardotempo às 14:42 | Comentar | Adicionar

Misturadas

Expressões Misturadas

 

 

 

Carla Osorio, Sergio GAG e Geri Garcia.

 

Três artistas de trabalhos bastante peculiares e individualizados, três expressões distintas de seus olhares singulares sobre o mundo estético com suas respectivas interpretações.  O que fazem juntos nessa tríplice mostra de individuais a um mesmo período de tempo? Eles nos trazem um conjunto consistente de expressões que merecem e devem ser observados com atenção.

 

Três artistas de vertentes expressionistas e figurativas, de épocas diversas e contemporâneas. É importante salientar a convergência e o diálogo que se estabelece a partir desta comunhão expressionista. Temos aqui em nosso estado uma tradição de valorização dessa estética e desse olhar expressionista e figurativo, basta olhar atentamente para a obra integral de Iberê Camargo e Ruth Schneider, ou para os trabalhos que fizeram Vasco Prado e Xico Stockinger. Ali estão, em todos eles e em muitos outros, claramente identificados os valores que organizam e compreendem este universo bem definido da arte.

 

 

 

E a mistura das propostas de pintura? A arte espontânea e densa de Carla Osorio enseja ligações e referências à pintura de Sérgio GAG? O que autoriza este cão no meio da sala, ao correr das calçadas do confuso e arbitrário meio urbano?  É justamente dessa mistura e desse pouco dissimulado caos que se constrói a linguagem. A arte de Carla Osorio, bem realizada na fatura aprendida com sua mestre pintora Clara Pechansky e, portanto não estamos falando aqui de uma autodidata e sim de uma fina pintora que conhece as técnicas e os materiais desde o convívio sistemático com quem sabe fazer e ensinar; aponta-nos a direção da vertigem do indivíduo aos seus próprios abismos, às intensidades da solidão, às asperezas de suas ansiedades e angústias insolúveis confrontadas com o mundo externo, natural e injusto, desigual e catastrófico, exatamente como se conduzem as construções e os interesses humanos.

 

Um olhar para dentro e um grito, espectral e infinito, tão paradoxal e incomôdo que se tranforma em cor. Os azuis densos e profundos da noite final, os vermelhos vívidos como a lava da erupção incontrolável de um vulcão de emoções contrafeitas, a explosão de sangue dos seres desesperados na fronteira da vida e da morte. 

 

A cada dia, dia após dia. Nada está mais distanciado da obra de Carla Osorio do que a finalidade da decoração inofensiva dos ambientes. A sua densidade é refratária ao frívolo. Ela nos estimula a pensar como se lêssemos um livro, nessas suas histórias da cor valente.

 

Essa dinâmica expressionista dialoga com os gestos precisos e cirúrgicos de Sérgio GAG. Afirmo o cirúrgico no pincel do pintor paulista porque ele o sintetiza em golpes de urgência e já será o suficiente. Não será preciso voltar à tela para retocar ou para corrigir nada. Basta fechar os pontos e aguardar a cicatrização.  Sérgio pinta um cachorro que anda por uma cidade. Essa cidade pode ser São Paulo, Porto Alegre, Rio, Delhi ou o Cairo. Isso não importa. O que importa aqui é o cão e a identidade do cão. Um cão viralata de pêlo curto e eriçado, de muitas cores, pardo, preto, branco, sempre o mesmo cão. Um dia alguém olhando as suas telas na parede de seu bar-bistrô ateliê na Rua Santa Madalena, no bairro do Paraíso em São Paulo, perguntou-lhe se gostava muito de cachorros e se ele tinha algum cão em sua casa. O artista sorriu com simpatia e disse que nunca fora dono de nenhum cão. Apontou uma tela pintada a óleo em que aparece um cachorro com óculos escuros, fumando, sentado num balcão de bar, em frente a um copo e uma garrafa de cerveja e respondeu: “Auto-retrato”.

 

 

 

 

O cachorro curioso e desvalido, que dorme na rua, que observa os prédios, que conversa, boquirroto e enfático, com os outros cães, que admira sua própria imagem no reflexo das poças d’água, esse cão, todos nós conhecemos bastante bem. Esse é o animal universal, o cão cinzento de Arthur Schopenhauer e de Jorge Luis Borges, o cão de Sérgio GAG.

 

Esse cachorro e esses artefatos boêmios de viver pintados por Sérgio GAG estabelecem os fios invisíveis com as figuras trágicas, de vida intensa de Carla Osorio. É necessário passear entre as telas, criar e estabelecer os vínculos possíveis, pois essa é proposta da mostra, essa ação elucidativa e reflexiva de quem as observa, de quem delas tira o melhor proveito e extrai as próprias conclusões. Expressões Misturadas é uma mostra de quem vê, porque a vê pela primeira vez como nem mesmo os próprios artistas a tinham previsto anteriormente, portanto é uma exposição de primeira leitura, de linguagem própria e autônoma.

 

Certa feita estando em Veneza, durante a Bienal, recebi um catálogo e a informação de que na Fondation Maeght, em Saint-Paul de Vence, no sul da França, estava acontecendo uma exposição de Lucian Freud e Francis Bacon. Fui até lá para ver a mostra e no percurso do caminho, imaginei que veria uma clássica mostra temporária, de um lado numa sala expositiva as obras de um dos grandes artistas e noutro salão, o conjunto do outro pintor consagrado. Não foi isso o que deparei: a mostra, audaciosa e surpreendente, misturava impunemente as obras dos dois artistas e criava múltiplas interpretações, estabelecia diálogos visuais, confrontos e desafios. Foi, sem nenhuma dúvida, um experiência instigante, inédita e provocadora. Uma corajosa proposta curatorial que estabelecia um curioso projeto de interpretação triangular entre os dois artistas e o público.

 

 

 

 

Carla Osorio e Sergio GAG, evidentemente são outros artistas que não aqueles consagrados pintores ingleses, monumentos da arte universal, porém são artistas originais e com linguagem própria, locais e brasileiros, amadurecidos em suas reflexões pictóricas, que têm algo essencial a nos dizer e que estabelecem esse rico diálogo visual, fonte potencial e generosa para nossas próprias reflexões.

publicado por ardotempo às 01:28 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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