Sexta-feira, 30.07.10

O artista do Padúl

Yvonne e Geri Garcia

 

 

Mario Castello - O artista do Padúl - Retrato / Fotografia (São Paulo SP Brasil), 2010

publicado por ardotempo às 14:04 | Comentar | Adicionar

O flautista

Concerto de Shakuhachi

 

 


 

 

Mario Castello - O flautista / Concerto de Shakuhachi - Fotografia (São Paulo SP Brasil), 2010

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Quinta-feira, 29.07.10

O observador - III / Fotografia

O sorriso do cão

 

 

 

Mario Castello - O observador (Ziggy) - Fotografia (São Bento de Sapucaí SP Brasil), 2010

publicado por ardotempo às 13:29 | Comentar | Adicionar

O observador - II / Fotografia

Fotografia

 

 

Pierre Yves Refalo - O observador - Fotografia (Paris França), 2010

publicado por ardotempo às 13:24 | Comentar | Adicionar

O observador - I / Pintura

Pintura

 

 

 

Sérgio Gagliardi - O observador - Pintura - Óleo sobre pintura (São Paulo SP Brasil), 2006

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Terça-feira, 27.07.10

A música

Fotografia

 

 

 

 

 

Pierre Yves Refalo - A música, no Marché Paul Bert - Fotografia (Paris França), 2010

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O músico

Fotografia

 


 

 

 

Gilberto Perin - O músico - Fotografia (Pelotas RS Brasil), 2009

publicado por ardotempo às 17:59 | Comentar | Adicionar

Vestígios da guerra

Os corpos

 

 

 

Geri Garcia - Vestígios da guerra / Os corpos - Desenho em tinta china a pena caligráfica sobre papel (Padul Espanha), 1953

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publicado por ardotempo às 17:54 | Comentar | Adicionar

A montanha

Desenho

 

 

 

Geri Garcia - El Manal (Padul) - Desenho em tinta china a pena caligráfica sobre papel (Padul Espanha ), 1953

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Segunda-feira, 26.07.10

Abstração - Geometria

Fotografia


 

 

Gilberto Perin - Vertigem - Fotografia (Pelotas RS Brasil), 2010

publicado por ardotempo às 14:27 | Comentar | Ler Comentários (1) | Adicionar

Abstração - Fotografia

Fotografia

 

 

 

Itaci Batista - Abstração - Fotografia (São Paulo SP Brasil), 2010

publicado por ardotempo às 14:24 | Comentar | Adicionar

Abstração

Pintura

 

 

 

Serge Poliakoff - Pintura - Óleo sobre tela (Paris França)

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publicado por ardotempo às 14:22 | Comentar | Adicionar

Melhor seria se não tivéssemos que fazer Copa do Mundo de futebol...

Gestor cultural, o profissional do futuro

 

Leonardo Brant

 

Estamos falando de um dos mercados mais potentes do mundo e um dos que mais cresce e se revigora a cada dia. De algo tão necessário ao ser humano como comer e respirar. De uma atividade que dá sentido ao ser humano, significa sua vida e projeta seu futuro.


Além dos mercados tradicionais, supostamente em crise, como o cinema, a indústria fonográfica e editorial, atropeladas pelo advento das tecnologias de informação e comunicação, surgem a cada dia novas formas de significar a presença do ser humano na Terra, de criar utopias, planos de futuro, ou simplesmente de amenizar o sofrimento de quem ainda não encontrou sua autonomia em relação ao próprio imaginário.


Os códigos culturais antes dominados por impérios, igrejas, estados autoritários e grandes corporações estão cada vez mais ao alcance de todos nós. A teia que se forma em torno dos elementos culturais, diversos, controversos, livres, colaborativos e, ao mesmo tempo, controlados, sistematizados, formatados, lineares, é cada vez mais complexa. Exigem dos terráqueos contemporâneos uma capacidade de decodificação, síntese e diálogo constantes.


O gestor cultural se habilita a esse exercício constante, com um diálogo permanente entre as formas mais lineares e alienantes do conhecimento e as mais revolucionárias maneiras de criação e conexão com os universos paralelos do sentido. Um diálogo que possibilita, ao mesmo, implodir e reforçar os sistemas estabelecidos de poder.


Um profissional detentor de uma chave mestra, capaz de promover a livre expressão e arbítrio, e de revelar os sistemas de cerceamento de conhecimento, opinião e expressão, aptos a afugentar os medíocres, robotizando-os em lógicas binárias e sistemas bancários.


Antes de qualquer coisa, um profissional pautado pela ética. Não necessariamente pautado pelo bem, mas um bom conhecedor do mal que há dentro de si.
Algumas características são marcantes nesse profissional, que ganha espaço a cada dia não somente nos mercados tradicionais de cultura e comunicação, mas em várias esferas da sociedade.

 

São elas:


A constante reflexão em relação a tudo o que faz.

Alto poder de aplicabilidade daquilo que pensa naquilo que faz.

Participa da vida política, articula e trabalha em rede.

É familiarizado com a língua e a lógica do mercado.

Subverte a lógica do mercado, propondo novas formas de superação.

É empreendedor e criativo.

 

É claro que estou idealizando este profissional, mas ao mesmo tempo reconheço-o em corpo presente nos corredores dos inúmeros empreendimentos culturais com que tenho contato pelo Brasil e pelo mundo afora.


Alguém que, como o artista, se prepara como nenhum outro para lidar com as incertezas de um tempo que colhe os frutos do desenvolvimento tecnológico e da ciência, mas ao mesmo tempo paga a conta da irresponsabilidade para com seus pares, seu planeta e com a vida.


Leonardo Brant


(NE: Um artigo algo otimista de Leonardo Brant, um pouco sonhador, um tanto utópico. Pena que tenhamos à frente a demência do compromisso de uma Copa do Mundo, que não comportamos realizar, por ser drenadora de recursos importantes que não possuímos e desviadora de todas as atenções. Não temos estradas adequadas, faltam as duplicações viárias e as grandes pontes; não temos ferrovias de transportes de cargas e pessoas; não temos metrôs adequados às metrópoles caóticas pelo trânsito excessivo; não temos aeroportos funcionais; faltam-nos as escolas e os professores preparados e bem remunerados (hardware e software); faltam os hospitais (quem atenderá os problemas que surgirão durante a Copa, o SUS, o Hospital Albert Einstein?); falta a seguranca do nosso dia-a-dia; não há hotelaria e restaurantes suficientes para demanda tão expressiva de turistas e jornalistas; falta-nos vencer a síndrome do jeitinho, do qual tanto nos orgulhamos como capacidade criativa e que não passa de um disfarce para o improviso mal-feito, mal-acabado e amadorístico com o qual empurramos para frente o péssimo hábito de fazer às pressas no último instante o que deveríamos ter feito antecidamente com previdência, denodo e exigência para alcançar a qualidade exemplar e a que se espera de algo bem planejado. Enfim, bem melhor seria que não fizéssemos a tal Copa do Mundo, deixando-a para a Inglaterra ou para a Ibéria, que têm melhores condições econômicas e mais infraestrutura...- ARdoTEmpo)

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Domingo, 25.07.10

Objeto escultórico

Utilitário

 

 

 

Wim Delvoye - Crucifixo - Objeto escultórico, fundido em metal (Paris França), 2010

publicado por ardotempo às 22:41 | Comentar | Adicionar

Anjos

Fotografia

 

 

 

Gilberto Perin - Anjos - Fotografia (Pelotas RS Brasil), 2009

publicado por ardotempo às 22:34 | Comentar | Adicionar

Significados mutantes

Símbolos


Luis Fernando Verissimo


Outro dia escrevi sobre a campanha em curso na Africa do Sul pós-apartheid para apagar os vestígios do seu passado colonial, inclusive mudando nomes de lugares públicos que homenageavam colonizadores e seus magnatas e monarcas.


Não vai ser uma tarefa fácil, e não apenas porque mexe com a geografia pessoal de cada um. É difícil imaginar que conseguirão desmontar, ou colocar num lugar menos conspícuo, a estátua da rainha Vitória erguida em frente à Biblioteca Pública de Port Elizabeth.


A baixinha está lá, bem no centrão da cidade, olhando para o infinito com empáfia imperial. Em Port Elizabeth ficamos hospedados no que seria a Zona Sul, ou a Barra no que ela tem de mais Miami. Mas fomos visitar o Centro, onde éramos os únicos brancos nas suas ruas movimentadas, e onde a figura da rainha, apesar de não ser muito grande, domina os arredores.


O desmantelamento de estátuas como as de Lenin e Saddam Hussein significou um rompimento radical com o passado. Desmantelar a estátua da Vitória simbolizaria, talvez, uma emancipação definitiva da sua História para os negros sul-africanos.


Não vai acontecer, mas se acontecesse daria para imaginar a rainha dizendo, quando as picaretas começassem a destruí-la, o que disse quando lhe trouxeram a notícia da rebelião dos boxers na China: "We are not amused." Sua frase mais famosa cuja tradução aproximada seria "Não estamos achando a menor graça".


Esse negócio de corrigir o passado se complica quando o que simbolizava uma coisa passa a simbolizar outra. Por exemplo: Penny Lane, em Liverpool, na Inglaterra. O nome original da rua foi em homenagem a James Penny, um rico proprietário de navios negreiros, com tanto prestígio entre seus pares que foi o escalado para defender o tráfego de escravos no Parlamento, quando a prática começou a ser questionada.


No século 18 mais de um milhão e meio de negros africanos atravessaram o Atlântico como escravos em navios cujo porto de origem era Liverpool. A cidade chegou a dominar 40 por cento do tráfego mundial de escravos e percentagem quase igual do comércio marítimo em geral, e enriqueceu com isso a ponto de rivalizar com Londres.


Tinha toda razão, portanto, em homenagear Mr. Penny e similares. Mas em 2006 o conselho municipal resolveu que os nomes de ruas que lembravam a escravatura deveriam ser substituídos por nomes de abolicionistas, inclusive Penny Lane — que a esta altura era uma das ruas mais famosas do mundo e uma atração turística, graças à música dos Beatles.


A reação foi grande e deixaram que Penny Lane continuasse sendo Penny Lane, sob o azul céu suburbano da letra de Paul McCartney. Afinal, ninguém mais se lembra de James Penny e do comércio de negros africanos, que tanto fizeram por Liverpool. A não ser, talvez, na África.

 

 


Luis Fernando Verissimo

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publicado por ardotempo às 22:28 | Comentar | Adicionar

Lápide de papel

É, jornais também morrem


Ferreira Gullar

A primeira vez que entrei numa redação de jornal foi em São Luís do Maranhão.

 

O jornal era "O Combate", cujo redator-chefe chamava-se Erasmo Dias, famoso por seus editoriais implacáveis. Fui até lá levado pelo poeta Manoel Sobrinho, o primeiro que conheci na vida, quando estava certo de que todos os poetas já haviam morrido, tal como os que lia na "Gramática Expositiva", de Eduardo Carlos Pereira.Erasmo estava sentado numa sala pequena e escura, que mais parecia um buraco, e comia o almoço, ali mesmo, numa marmita, sobre sua mesa de trabalho. Manoel Sobrinho me apresentou a ele e pediu-me que lhe entregasse o soneto que trazia no bolso e que assinalaria minha estreia na literatura universal.

 

De boca cheia, Erasmo garantiu que o publicaria no dia seguinte - e o publicou. Intitulava-se "O Trabalho", se não me engano. Saí um tanto desapontado com o ambiente daquela redação e com o jornalista. As redações que conheci depois causaram-me melhor impressão, mesmo as outras de São Luís.

 

Alguns anos depois, já no Rio, passaria de visitante a empregado. Deixo de lado as redações de "O Cruzeiro" e "Manchete", que eram revistas semanais, para referir-me às do "Diário Carioca", do "Jornal do Brasil", do "Diário de Notícias", porque as redações de jornal eram diferentes das das revistas.

 

Sabem por quê? É que estas funcionavam (e ainda funcionam) de dia, enquanto as dos jornais funcionavam à noite. Pelo menos nos que trabalhei, jornais matutinos que chegavam às bancas de manhã cedo, enquanto os vespertinos eram distribuídos depois do almoço. Mais tarde, viraram todos matutinos, como era inevitável que ocorresse, já que poucas notícias novas traziam em comparação com os concorrentes. Mas, como disse, estes eram feitos basicamente à noite, às vezes entrando pela madrugada. O trabalho para valer iniciava-se por volta das seis da tarde, quando acabava o expediente das repartições públicas e as pessoas se recolhiam às suas casas. A cidade parava e o que acontecia, a partir daí, eram fatos ocasionais, como um crime ou um furo político.Assim que o ambiente dessas redações era excitante e, em alguns casos, divertido, como o da redação do "Diário Carioca", de que já falei em outra ocasião. O espírito brincalhão, que ali imperava, era provavelmente reflexo do bom humor de seu redator-chefe, Pompeu de Souza, que induzia redatores e repórteres a explorar o lado pitoresco ou engraçado das notícias.

 

Desse espírito compartilhava Luiz Paulistano, o chefe de reportagem, que certa vez dedicou uma série de matérias a um gavião que devorava pombos nas torres da Igreja da Candelária, situada perto donde funcionava o jornal. Esse espírito gozador e irreverente afinava comigo e, assim, quando fui para o "Jornal do Brasil", em 1958, ao iniciar-se a sua famosa reforma, levei-o comigo e logo tratei de pô-lo em prática, para desagrado do seu editor-chefe, que queria um jornal sério. Mas outros companheiros, vindos daquela mesma redação brincalhona, terminaram por impô-lo no velho matutino que então renascia: "Moeda de Miss é beijo", "Descoberta a causa da falta de água no Rio: Macacos", "Detectado o vírus da icterícia: é redondo"...

 

Àquela altura, o "Diário Carioca" já fazia água, mal conseguia pagar os salários dos empregados. Levou 30 anos para fechar as portas, mas fechou-as. Jornais custam a morrer. O "Jornal do Brasil", em consequência da reforma que fez dele o mais moderno jornal brasileiro da época, conheceu longo período de prestígio, o que lhe aumentou a tiragem e os anunciantes. No curso das últimas décadas, muitos jornais do Rio - alguns que fizeram história - pararam de circular.

 

O "Jornal do Brasil" entrou em crise já faz tempo, tendo se mantido graças a acordos com políticos e empresários, que dele se valeram para incrementar seus próprios projetos. Ou porque pretendiam apenas se servir dele mais do que salvá-lo, ou porque, quando um jornal começa a morrer, não há quem o salve, a verdade é que sua morte foi recentemente anunciada. Melhor assim do que vê-lo circulando, como vinha, destituído de todas as qualidades que fizeram dele um grande jornal.

 


Ferreira Gullar - publicado na Folha de São Paulo / UOL

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publicado por ardotempo às 22:07 | Comentar | Adicionar

Camisa Brasileira - Uma mostra nacional

Fotografias de Gilberto Perin - 50 imagens 80 cm x 80 cm - Papel Hannemüller 100% algodão

 

 

 

 

 

Veja a exposição

 

http://gilbertoperin.com/?page_id=42&galeria=521

 

publicado por ardotempo às 21:31 | Comentar | Adicionar
Sábado, 24.07.10

TEMPO - Acumulação de Arman

Escultura

 

 

 

Arman - Relógios - Escultura - Acumulação de Relógios - Horários Imprecisos / Gare Saint-Lazare Paris (Paris  França)

publicado por ardotempo às 20:06 | Comentar | Adicionar
Sexta-feira, 23.07.10

TEMPO

 

O deus TEMPO, a verdadeira face que podemos vagamente enxergar da divindade secreta, o que brinca ironicamente com todos, sem exceção, o que manipula as histórias individuais de cada um dos seres humanos, o que nos engana com a miragem da eternidade e do perpétuo, no hipnótico ciclo anoitecer-amanhecer, a treva alvorada da poeta, o deus-prestigitador das esperanças, mas que nos mata docemente ao nos deformar a beleza física e ao nos destruir por dentro, sem aviso prévio - o TEMPO é a nosso favor ou será contra nós?


Quantas felicidades, quantos amores, quantas tragédias e desilusões articuladas por desencontros, mal-entendidos, minutos de avanço ou de atraso, trens, navios e aviões perdidos, desfechos inesperados, colisões, desvios de rotas, pela singela assincronia dos tempos dos indivíduos? A trajetória da bala perdida acionada pelo dedo sem razão, que perde a consciência e a memória do feito no seu preciso instante. O mundo não está parado, o universo está orquestrado em movimento e em expansão, não existe vida simples, o TEMPO é um deus caprichoso, brincalhão, cínico e transgressor.

publicado por ardotempo às 15:05 | Comentar | Adicionar

Sempre a música, sempre a fotografia

Do delicado à artilharia pesada

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pierre Yves Refalo - Sempre a música - Fotografia (Paris França), 2010

publicado por ardotempo às 14:21 | Comentar | Adicionar

músicaPOESIApintura

 

 

 

 

Alaúde

 


Tua música, tu, a musa,

Recolhe-me quarto vago,

Crescente o paraíso no meio do dia,

Tua espada brilha e nela me atravesso,

Alaúde.

 

Tenho pressa no passar da lâmina,

Ela que encoraja as preces

Antes do alvorecer,

onde te deixarei ir.


Enquanto príncipe, me tens,

Nas púrpuras entranhas

Onde semeias meu corpo.


Então, como quem parte,

Deito-me na chuva

Para que a primavera me tenha flor,

Para que o verão, colheita e sumo,

Vinho que permanence depois de terminar.

 

 

Isolde Bosak

Imagem: Pablo Picasso - Guitarra - Pintura -

Óleo e colagens sobre tela (Paris França), 1913


http://asvezesumpouco.blogspot.com/

publicado por ardotempo às 14:08 | Comentar | Adicionar

Figura em repouso

Blocos e tabletes de aço inox

 

 

 

 

Antony Gormley - Escultura - Figura em tamanho similar ao natural, construída em blocos e tabletes de aço inoxidável (Londres Inglaterra UK)

publicado por ardotempo às 12:59 | Comentar | Adicionar
Quinta-feira, 22.07.10

O escritor que gosta de cadernos antigos

Ignácio de Loyola Brandão - Homenagem ao grande escritor que gosta de colecionar os velhos cadernos sem uso e neles escrever a caneta, a tinta e a lápis, os seus espantosos e surpreendentes contos e romances contemporâneos, além de neles colocar suas copiosas e detalhadas pesquisas e colagens de documentos para escritos futuros.

 

 

 


O caderno Avante


No início do ano letivo era sempre a mesma rotina.

 

Antes do primeiro dia de aula era preciso passar nas livrarias Don Bosco, Previtalli, Miscelânea ou Predileta, e comprar o material escolar para o semestre. Lápis, borracha, caderno. Estojo e pasta não era preciso comprar. Esses dois itens durariam todo o Ginásio. Ao entrar no Científico se trocava de pasta para mostrar que já não éramos mais aquelas crianças de primeira ou segunda série. Era só por isso.

 

As pastas, normalmente de couro, estavam inteirinhas, quase novas. Mesmo depois de usadas durante quatro anos, ou mais, no caso de serem herança de irmãos maiores. Mesmo tendo passado por pequenas guerras de pastas, servirem de almofada nos bancos gelados da Praça Esporte, elas resistiriam ainda muitos anos. Os estojos, normalmente de madeira, só precisariam de uma boa limpeza e estavam prontos para mais um ano de uso.

 

Novidades viriam na terceira, quarta série. Esquadro, régua, transferidor, compasso... Uma caixa de lápis de cor e, dependendo da graduação, uma que outra caneta de tinta Johann Faber, a precursora das esferográficas modernas. Certamente um dia elas soltariam a ponta e deixariam as famosas manchas azuis nas pastas, estojos e, muitas vezes, no uniforme....

 

 

 

 

 

 

Uma caneta Parker 51 só veríamos nas mãos dos nossos mestres. Os famosos arquivos não eram bem vistos pelos professores. Tirar ou acrescentar folhas na sequência das matérias não era politicamente correto, mesmo numa época em que essa expressão ainda nem existia. Bom mesmo era caderno, e caderno de grampo.

 

Nada de caderno de molinha (espiral) para ficar arrancando as folhas. Por isso, caderno, era o caderno Avante. Aquele dos escoteiros na capa. Grampeado no meio, com 50 folhas pautadas e com aquela margem vermelha. O resto era supérfluo, coisas caras para quem, como meu pai, tinha que “equipar” quatro filhos para o início das aulas no Estadual. De graça, só um mata-borrão e uma grade de horário. E o caderno Avante ainda trazia na capa traseira a letra do Hino Nacional. O caderno Avante era sempre igual. Mas a cada ano, novinho em folha, e cheirando a tinta, era como se fosse o primeiro de nossas vidas.

 


Luiz Carlos dos Santos Vaz - Publicado em Jornalista Vaz

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Mercado das Pulgas

Marché aux Puces Paul Bert

 

 

 

 

 

Pierre Yves Refalo - Músicos no Paul Bert - Fotografia  (Paris França), 2010

publicado por ardotempo às 22:31 | Comentar | Adicionar

Aço Inox

Figura humana, tamanho natural

 

 

 

 

Antony Gormley - Figura - Escultura - Tabletes maciços de aço inoxidável soldados sobre estrutura de ferro (Londres Inglaterra UK)

publicado por ardotempo às 22:25 | Comentar | Adicionar
Quarta-feira, 21.07.10

Viva Paris

Festa da Música, 2010

 

 

 

Pierre Yves Refalo - Festa da Música, Paris, 2010 - Fotografia (Paris França), 2010

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Terça-feira, 20.07.10

A exposição de Gilberto Perin

Vídeo da mostra de fotografias - BRASIL CAMISA BRASILEIRA

 

 

 

Gilberto Perin fala de sua mostra, num depoimento sobre como a criou e desenvolveu num conjunto original e surpreendente de imagens para a exposição e para o livro de arte - Veja o video

 

http://www.youtube.com/watch?v=twqCdy15r8U

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Segunda-feira, 19.07.10

Um país chamado Saramago

Viaje por Saramago

 

Pilar del Rio

 


 


José Saramago escribía libros y abría puertas por las que transitamos hacia una cultura, otros escritores, un modo de entender la vida, un país.

 

Supimos un día que Portugal tiene el tamaño adecuado para que una mujer, Blimunda, lo recorra a pie buscando a su hombre, al que acabará encontrando minutos antes de que la Santa Inquisición lo queme vivo por el nefando crimen de haber ayudado a juntar voluntades humanas y así volar en una pasarola que recorrió los cielos de Lisboa, Mafra, la sierra de Montejunto y los mares de Ericeira en un viaje único porque un fraile culto, un hombre manco y una mujer con poderes juntaron pensamiento y arrojo, valores humanos a los que no renunciaron pese a la amenaza de pagar por ello un precio tan alto como alta es la propia vida, la de cada uno, la de todos. La trinidad laica que formaban Blimunda, Baltasar y Bartolomeu entre sueños y estrecheces oyó tocar a Scarlatti porque la música es aérea y él cómplice en la elevación de los seres humanos, mientras, más allá de los acordes, trabajadores reclutados a la fuerza por el ejército de Don João V construían un convento palacio para conmemorar el nacimiento de Maria Bárbara, y por el que hoy pasean los turistas con Memorial del convento bajo el brazo. Y por llevar el libro entienden mejor la arquitectura y la naturaleza humana. Íntimamente mejor.


En la raya con Extremadura está el Alentejo.

 

Dice Saramago, por haber mirado tal vez desde la moderna altura de un avión, o desde su estatura, quién sabe, que lo que más hay en la tierra es paisaje, a no ser, añade, la abundancia de penas y tantos sueños sin cumplir de gente que él ha conocido bien, los campesinos sin tierra del Alentejo que cruzaron su tiempo esperando el día levantado y principal en el que pudieran decir, por fin, aquí estamos, somos y merecemos lo que la historia nos viene negando. Ese día en que los vivos y los muertos se juntarían en un desfile alegre, al que no faltaría el perro Constante, ni los Maltiempo que se sucedieron en una dinastía siempre pobre, de trabajar de sol a sol, de mudarse de un lugar a otro, estos olivos, estos campos sin sembrar, esta lluvia, el ajuar sobre un burro, el colchón, la olla, poco más tenemos que estos hijos, van al desfile Juan y su mujer Faustina, que juntos comieron pan y chorizo una noche de invierno, y Sara de la Concepción y Domingo Maltiempo, todavía con la soga al cuello, la soga con la que se ahorcó por culpa del vino y del mal vivir, o Tomás Espada con Flor Martinha, tanto tiempo esperándote, decía ella, o la hormiga mayor, que vio en Monte Lavre cómo torturaban a Germano Vidigal mientras ella arrastraba provisiones con las que pretendía llegar hasta el día del desfile, un tiempo en que ninguna policía política mataría a golpes a un hombre, relato verdadero que Saramago reconstruye en Levantado del suelo y que no pudo volver a leer nunca porque no era capaz de aguantar tanta brutalidad. Para distanciarse eligió, a la hora de narrar, el punto de vista de la hormiga, sin saber, o intuyéndolo, que hasta las hormigas, con sus minúsculos cerebros, expresarían alarma, quiénes son estos, de qué vientre han nacido para creerse dueños de otros que también han nacido de vientres, tan iguales todos al nacer, con el mismo futuro, de no mediar las hambrunas y otras maldades que confunden a la genética y ofenden a la ética.


Los paisajes mueren porque los matan, no porque se suiciden. El río Almonda, que pasa por Azinhaga, vio nadar cuerpos jóvenes y en sus aguas se lavaron miles de sábanas que luego, al caer la noche, olían a juncos, que era el olor a limpio de la ropa de los pobres. Ahora nadie podría bañarse en esas aguas, el filósofo tendría que callarse, ni una vez siquiera se podría gozar de la amable tibieza de un río del que se conocen todos los recodos y entrar en él es como entrar en un cuerpo bienamado. Cortaron los olivos, contaminaron el paisaje, se quedó la gente que a sí misma se sucede, los azules de las fachadas, las calles que ya no son de tierra, el recuerdo de unos abuelos altos, que cuidaban cerdos, las estrellas, que dicen que son las mismas, o tal vez sean el reflejo de lo que ya no está. Azinhaga, Ribatejo, caballos a lo lejos, en casa una cama pintada, un fogón, unas sillas, una mesa, un Portugal íntimo y precioso, descrito en Las pequeñas memorias, un país de recuerdos que nos une a todos en las mismas emociones y los mismos desconsuelos. Así éramos, no sabemos lo que hemos ganado ni lo que hemos perdido, no está inventada la máquina de medir la dimensión de la humanidad que transportamos.


El viaje no acaba nunca.

 

Decían que en Orce, Granada, encontraron al hombre más antiguo de la Península. Saramago le dio nombre, le puso Pedro Orce y se fue a ver los caminos de esa región meses antes de hacerla suya para siempre. Entró en cuevas que son casas, conversó con pastores que son nuestros contemporáneos aunque reproduzcan modos de vida que se pierden en el tiempo, tan duros y tan antiguos, juntó en un dos caballos a cinco andantes, tres hombres, dos mujeres, sujetos libres que vivieron proezas antes nunca imaginadas, y más tarde Saramago escribió que no existe ninguna novela que no tenga palabras de más, aunque a otras le falten páginas, de modo que escribió un capítulo nuevo para La balsa de piedra, otro viaje dentro del viaje para ver cómo nacen los ríos, y acabar diciendo, ante las aguas claras y ágiles del Castril, que mirándolas "el tiempo tiene otro sentido, como un instante de eternidad en la atroz brevedad de la duración humana. La nuestra".


Dice Saramago que a Portugal se entra por Camões. También por Eça de Queiroz, por Teixeira de Pascoaes, por Camilo Castelo Branco, por Sophia de Mello Breyner, por los poetas, luminosa constelación, por Fernando Pessoa, siempre por Fernando Pessoa en su estupenda complejidad. Hace años escribió José Donoso que si Lisboa desapareciera pero quedara un ejemplar de El año de la muerte de Ricardo Reis, el espíritu de la ciudad estaría salvado. La ciudad que se mira a sí misma, desconfiada, arañada de caminos que se cruzan, para ir, tal vez para volver, raíles de tranvías, calles tortuosas, la sombra de un deseo, el silencio pesado, la monotonía de los coches, un olor doméstico del jabón de almendra, la mujer que camina segura, la que mira a lo lejos enredada en convenciones mientras su mano inerte le dicta la vida y tal vez la soledad. Y un beso prolongado, tanto y tanto, un encuentro de dos hombres, el que no existe porque murió, el que no puede existir porque era invención. Fernando Pessoa, Ricardo Reis, la sabiduría de contentarse con contemplar el mundo desmentida en más de 400 páginas, la sabiduría de expresar la tristeza humana contada en más de 400 páginas. "Aquí, donde el mar acaba y la tierra empieza". "Aquí, donde el mar ha acabado y la tierra espera".


Salió Saramago de su país para entrar con ojos nuevos. Lo recorrió de Norte a Sur y de Este a Oeste. Utilizó carreteras secundarias, caminos vecinales y todos los desvíos que le llevaran al interior de las cosas. Eligió describir piedras en vez de paisajes, aldeas en vez de palacios, un cuadro de una esquina frente al gran retablo mil veces reproducido por su innegable belleza. Pero se quedó con la Pietá de Belmonte y con el palio de Cidadelhe, tan amorosamente custodiado, de Sintra, del palacio de la Pena dio señal, pero se detuvo describiendo cierta forma de amasar el pan y dar de comer, tan necesaria para la justicia del mundo. Viaje a Portugal no es una guía, es un testamento, una manera de mirar y ver. De descubrir la huella de la mano que levantó el monumento, la respiración de las piedras, el latido extremo de una civilización que se acaba y nadie puede decir si para bien.


Unos meses antes de morir Saramago recorrió Portugal, una vez más su país, Constância, Camões, el Tajo, Castelo Novo, el Río Coa, los olivos, las vides, Figueira de Castelo Rodrigo, la historia. Saramago murió con los ojos llenos de un país que no es grande, pero a él le dio vida y a cambio él le fue ofreciendo los libros que escribía. Portugal era el mundo desde el que José Saramago se hacía todas las preguntas y trataba de encontrar alguna respuesta.

 

Viajó, decía, por Portugal, siguiendo la ruta de un elefante que tuvo que llegar hasta Viena por una absurda decisión real. Y Saramago, como el elefante Salomón, partió desde Belén país adentro, con la emoción de quien sabe algo de la condición humana y permanece dispuesto a la sorpresa. En Castelo Novo leyó en voz alta unas líneas escritas 30 años antes: "Castelo Novo es uno de los más conmovedores recuerdos del viajero. Tal vez vuelva, tal vez no vuelva nunca, tal vez evite volver, solo porque hay experiencias que no se repiten". Volvió y quizá aún esté allí: al fin y al cabo, como dice el epílogo de El viaje del elefante, "siempre acabamos llegando a donde nos esperan". A Portugal, sin duda, y desde Portugal, a todos sus lectores.


Pilar del Rio - Publicado em El País

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Uma torre, por Itaci Batista

Cidade das torres

 

 

 

 

Itaci Batista - Torre - Fotografia (São Paulo SP Brasil), 2010

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Editor: ardotempo / AA

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