Sexta-feira, 08.01.10

Conto

O Futuro

 

Deram-lhes carta branca para fazer o que desejassem, como desejassem, sem limites orçamentais. Junto à costa, os terrenos expropriados eram uma espécie de tábua rasa, estendendo-se até ao horizonte longínquo.

 

Construam o futuro, aqui e agora”, pediu-lhes o Presidente, num discurso inflamado, solene, feito para impressionar os Presidentes dos países vizinhos. Então, eles chegaram. Os melhores arquitectos. Os melhores engenheiros. Os melhores empreiteiros. Nos projectos que pousavam em cima das elegantes mesas de vidro, estava o futuro. O Futuro, com maiúscula. Uma cidade perfeita, ecologicamente sustentada, exemplar. A cidade-síntese. A cidade ideal.

 

Então, o Presidente morreu, em circunstâncias misteriosas. A primeira decisão do sucessor foi embargar o Futuro, dirigir as verbas para outros fins.

 

Os alicerces do Futuro ficaram expostos ao vento, consumidos pelo salitre. Ainda hoje podem ser vistos, junto à costa, por entre enormes extensões de areia, detritos e urtigas.

 

© José Mário Silva

Publicado no blog Bibliotecário de Babel

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publicado por ardotempo às 20:26 | Comentar | Adicionar

Desenho de Siron Franco

Desenho inédito

 

 

 

Siron Franco - Sem título - Desenho (Aparecida de Goiânia GO Brasil), 2009 

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publicado por ardotempo às 20:15 | Comentar | Adicionar

Brasil.potência

Fotografia

 

 

 

Mário Castello - Botelhos - Fotografia (Botelhos Minas Gerais MG Brasil), 2009

publicado por ardotempo às 20:10 | Comentar | Adicionar

"Ver a Terra do alto, antes que desapareça"

James Lovelock: Biocombustíveis são embuste criado por interesses
 
 
Energia eólica, biocombustíveis e outras tecnologias "verdes" parecem ser alguns dos melhores investimentos para minimizar as alterações climáticas e ajudar a deter o aquecimento global, certo? Não para um dos ambientalistas mais respeitados do mundo, James Lovelock.
 
Conhecido internacionalmente por ser o autor da chamada hipótese Gaia --que, resumidamente, considera o planeta Terra como sendo um superorganismo--, Lovelock afirma em seu livro "Gaia: Alerta Final" que algumas destas tecnologias não passam de "um elaborado embuste criado pelo interesse de algumas nações cujas economias se enriquecem a curto prazo pela venda de turbinas eólicas, usinas de biocombustível e outros equipamentos energéticos supostamente verdes".
 
De acordo com ele, existem muitas coisas que podemos fazer para amenizar os problemas causados pelas mudanças no clima --no entanto, ele acredita ser muito pouco provável que realmente as levemos a cabo. "Não perceberemos, enquanto desfrutamos de nossas vidas cotidianas, que o custo de nossa negligência poderá em breve causar a maior tragédia já vista na história da humanidade", escreve logo no começo do primeiro capítulo da obra, "A Jornada no Espaço e no Tempo".
 
Desde que ele elaborou a hipótese Gaia e a publicou em "Gaia: Um Novo Olhar Sobre a Vida na Terra", nos anos 70, foram poucos os indícios de que a humanidade conseguirá reverter um cenário que se torna cada vez mais assustador. Talvez seja por isso que, aos 90 anos, ele pretende ser um dos primeiros civis a viajar ao espaço pela companhia Virgin Galatic, para "ver a Terra do alto antes que ela desapareça".

Publicado na Folha de São Paulo / UOL
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publicado por ardotempo às 19:08 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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