O labirinto
A mão quebrada, na aparência, é normal. Não está normal. Dói e encontra-se completamente enrijecida, os dedos movimentam-se imperfeitamente como os de um robô primitivo. Dedos de lata de uma antiga película em preto e branco, contrastes duros e expressionistas, de produção minguada. Movimentos com estalos internos, dores estendidas pelo tendões marmorizados em negro pela posição forçada e inerte. O arco do movimentos se faz incompleto. A mão está dura, já não é mais a mesma que foi antes. Nada mais funciona como antes. A palavra negada.
Mão imperfeita, o farelo dos estilhaços apresenta-se com um puzzle desmanchado e caduco, todas as manhãs. Os movimentos desorientados dão-se em direções anárquicas, birutas, com dores inesperadas e desconhecidas. Mão nova, mão velha. A mão parece um brinquedo que já chega quebrado, a sensação indica que existem peças soltas ali dentro, desencaixadas, sobrantes, excessivas. O que dói denuncia a desarmonia, a falta de lubrificação, ausência do estiramento funcional dos tendões. O dedo curvado e rígido somente responde com dores agudas nas extensões extremas, para dentro e para fora.
Minutos depois, a mão tem a forma da mão. As peças aparentemente vão aos lugares, permanece a dor e a rigidez dos dedos , que são outros, esses novos, mais quebrados.
Desarmonia, falta, ausência. Como o silêncio denuncia a falta de linguagem, a abolição da comunicação.
O silêncio é o labirinto sem a saída. O impasse da mão que já não escreve, não desenha, não pinta. O artista da mão quebrada permanece no centro do labirinto à espera do encontro. Já não leva com ele o fio, a tessitura da linguagem, a saída contida na comunicação, na promessa da luz, na revelação. A restauração do que se rompeu, do que foi quebrado, não se consuma. O que é o escombro da queda, o que se quebra e se torna apenas ruína. Resta o artista solitário com sua mão congelada. Ele coloca as telas pelas paredes, pelas páginas, da construção trágica e sombria. Suas telas são únicas e originais mas ninguém poderá vê-las agora. Comoverão a criatura monstruosa? Esta conceder-lhe-á algum tempo a mais? O fio de ariadne, ausente pela deliberação da recusa, é a negação da palavra. O encontro com o monstro ocorrerá somente uma vez, sem testemunhas, na escuridão da catacumba. Lá estarão apenas as telas luminosas como lápides refratárias do tempo do convite à palavra.
Tempo, fantasia e reflexão
"A imaginação é a melhor surpresa. Não tem hora, não tem limites. As letras que outros escrevem são capazes de produzir prazer infinito. Dá para ler com certa facilidade uns cinquenta livros por ano. Basta evitar o botão do tédio e da distração passiva. Todo o tempo é valioso, é o único bem não-renovável que possuímos, juntamente com nossa memória, que é o tempo transformado em cinema. "
Imagem do blog Bibliotecário de Babel
Enrique Vila-Matas
Publicado em Verdes Trigos
Os limites do impossível
Aqui, os limites do impossível são desafiados em cada uma das histórias de Clara, de Blanca, de Juana, de Cisa, de Felicia, de Rosaura, de Mulata-flor, de La Niña, de Manuela, de Constantina, de Berta, de La Madorell, mulheres de verdade ou de mentira cujas vidas ajudam a recompor a difusa memória do incrível e triste nascimento de Carlos Gardel em Tacuarembó.
Apresentação: Instituto Simões Lopes Neto Dia 05 de dezembro - 21h / Noite Branca (sábado) Rua D. Pedro II, nº 810 - Pelotas RS (53) 30 27 18 65 Apresentação: Palavraria Data adiada para : MARÇO DE 2010 Rua Vasco da Gama, nº 165 - Bom Fim - Porto Alegre RS (51) 32 68 42 60
Deuses
"Não creio que exista um deus, mas à medida exata do pensamento dos gregos, um conjunto de deuses e deusas, imortais na memória individual e um outro conjunto de semi-deuses, estes mortais, fruto da aproximação dos seres com as divindades. Falíveis, temperamentais, poderosos o suficiente em alterar as translações dos planetas e o fluxo das marés, mudando aqui e ali os destinos dos humanos. Sua presença entre nós, subtil e pontual, uma vez que são poucos e poucas espalhados pelo planeta, revela-se num invento, num segredo desvelado, na arte original, na escritura perfeita de um livro, na correção dos rumos, na felicidade momentânea, numa palavra inesperada. Esses deuses e deusas possuem a chama e sabem o sagrado."
© Ferreira Gullar
Paris não tem fim
"A Paris de cada um é a real. A cidade é democrática, individual, pessoal e intransferível. A de cada um, miríade de espelhos, segredos e labirintos, é a verdadeira."
Imagem: Gilberto Perin (Paris França), 2009
Desenho
Carta - Desenho a tinta china, pincel , pena caligráfica e ponta de canivete sobre cartão (Porto Alegre RS Brasil)
Onde está?
Na Praça do Livro? Na chuva? Na Universidade? Na biblioteca? Em frente à televisão? Na rua, no trem, no metrô, no ônibus? No kindle? Na Academia? Nas academias de musculação? Na internet? No banco? No serasa? Nas escolas? Na Jornada? Na cama? No hospital?
Anteriormente, um bom autor era reverenciado, era aclamado, ler seus livros era considerado um privilégio pelos seus leitores.
Atualmente, um bom leitor é considerado um privilégio pelos autores.
José Saramago - Publicado no blog Caderno de Saramago
Dia 14 de novembro - Sábado
Coquetel - 16 horas - Centro Cultural CEEE Erico Verissimo
Recital AVE, FLOR - 17 horas - Centro Cultural CEEE Erico Verissimo
Lançamento de livro - 18h30 - Pavilhão de Autógrafos - 55ª Feira do Livro de Porto Alegre RS
As meninas
" – Meu avô é muito rico. Ele é industrial... ele faz chocolate lá na Serra. Todos os que visitam a Serra, compram e levam o chocolate que ele faz. E o seu avô, o que ele faz?"
"– Ah... o meu avô é escritor, ... ele também é desenhista, ... mas o mais importante, ele é observador de pássaros, ... ele passa muito tempo observando tudo o que os pássaros fazem, como eles são..."
Georges Braque - Pássaro branco e pássaro negro - Pintura - Gouache sobre cartão (Paris França) 1960
Entrevista do escritor
Aldyr Garcia Schlee e Tatata Pimentel - entrevista concedida pelo autor à TV Com / RBS TV (Rede Globo), desde a 55ª Feira do Livro de Porto Alegre - Pavilhão de Autógrafos (Porto Alegre RS Brasil), 2009
Fotografia: Luiz Carlos Vaz
Edições ARdoTEmpo
Fidelidade à pintura
"Alfredo Aquino é um pintor cuja carreira dinâmica é marcada por uma profunda pesquisa e por um rigor verdadeiramente significativo. A produção respeitável deste pintor merece uma observação criteriosa: numa época em que nos defrontamos com uma grande variedade de manifestações artísticas, Aquino mantém-se fiel à pintura.
Cores, que remetem à atmosfera luminosa de um país de contrastes muito acentuados, e formas, em alguns momentos geométricas, às quais misturam-se figuras em que a imaginação pode sonhar ou buscar o seu melhor caminho."
Luiz Hossaka - Conservador-Chefe do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand MASP, 2004
Oportunidade rara
Novo livro de Aldyr Garcia Schlee, com a presença do autor no Pavilhão de Autógrafos da 55ª Feira do Livro de Porto Alegre
Os limites do impossível - Contos gardelianos Edições ARdoTEmpo Dia 10 de novembro 19h30 - terça feira - Pavilhão de Autógrafos 55ª Feira do livro de Porto Alegre - RS Brasil
Fotografia
Mauro Holanda - Dois pescoços - Série Alma Descarnada - Fotografia (São Paulo SP Brasil), 2008
Mês da Fotografia
GILBERTO PERIN - Paris
Galerie François Mansart
5, rue Payenne - 75003 Marais - Paris
10 a 28 de novembro - 2009
Para os Museus, para a Arte, para os artistas, para a fotografia...
Homenagem ao querido amigo, o grande Luiz Hossaka - a competência, o entusiasmo, a lealdade e o sorriso cativante do fotógrafo e conservador-chefe do MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Os limites do impossível - Contos gardelianos
Edições ARdoTEmpo
Dia 10 de novembro 19h30 - terça feira - Pavilhão de Autógrafos
55ª Feira do livro de Porto Alegre - RS Brasil
Vale a pena. Leia o livro. Você vai se divertir muito.