Quarta-feira, 05.08.09

Os gatos e as palavras

Inefáveis
 
“Os gatos são palavras com pêlo. Os gatos, como as palavras, rondam à volta dos humanos sem nunca se deixarem domesticar. É tão difícil meter um gato num cesto, quando temos um comboio para apanhar, quanto ir à nossa memória caçar a palavra exacta e convencê-la a tomar o seu lugar na página em branco. Palavras e gatos pertencem ambos à raça dos inefáveis.”
 
 
Dois Verões, de Erik Orsenna - Publicado no blog Bibliotecário de Babel
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publicado por ardotempo às 19:39 | Comentar | Adicionar

Conexões Infinitas - Gilberto Perin

Fotografia

 

 

 

A mão e a cruz - Fotografia de Gilberto Perin (Siracusa - Itália), 2009

 

Série Conexões Infinitas 

Mostra de Fotografias - Centro Cultural CEEE Erico Verissimo

Porto Alegre RS Brasil

De 04 de agosto a 19 de setembro 2009

publicado por ardotempo às 18:00 | Comentar | Adicionar

Isto não é uma pintura

 

 

Retrato de Michael Jackson - Andy Warhol  = US$ 10,000,000

 

Isto é uma aposta numa Bolsa de Valores Futuros

 

Num mundo no qual o valor monetário é a medida de todas as coisas, as obras de arte que de per si  não oferecem um retorno financeiro imediato, que demandam procedimentos demorados e difíceis e que não podem ser definidas mediante etiquetas ou bytes de som, e que não geram benefícios comerciais por meio de complexos meandros estéticos, éticos ou filosóficos, devem ser descartadas ou, ao menos, receber pouquíssima consideração.

 

O fracasso é visto como uma anátema, considerando que a lei econômica exige de qualquer coisa criada trazer consigo sua própria mortalidade, sua "data de validade" que determina até quando a cadeia produtiva pode continuar vendendo seus produtos. (...)

 

Se a lucratividade é a meta, a criatividade deve sofrer. (...)

 

Em nossa época, a arte dos tolos par excellence é a arte da propaganda - comercial, política ou religiosa - a habilidade para despertar o desejo pelo que é efêmero e perecível. A publicidade começa com uma mentira, com a afirmação de que a marca X é mais importante , ou mais necessária, ou simplesmente melhor que as outras marcas, e que sua posse , como os objetos mágicos dos contos de fadas, tornará seu dono mais sábio, mais bonito, mais poderoso que seu vizinho.

 

Não é casual que as agências de publicidade controlem o mercado contemporâneo de arte, no qual a banalidade e a superficialidade voluntárias foram transformadas em qualidades que justificam o valor monetário de uma obra.

 

Alberto Manguel

(À mesa com o Chapeleiro Maluco - Companhia das Letras, 2009)

publicado por ardotempo às 17:41 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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