Sexta-feira, 26.06.09

Brasiliana, de José Mindlin

Brasiliana Digital: uma biblioteca para todos


Foi lançado oficialmente no dia 16 de junho de 2009, o Projeto Brasiliana Digital com cerca de 40.000 documentos digitalizados, com acesso livre em internet, tendo como ponto de partida uma coleção reunida pelo bibliófilo José Mindlin, durante 80 anos, e finalmente doada à Universidade de São Paulo, em 2006.

Esta biblioteca digital traz uma extraordinária coleção de livros, manuscritos e outros materiais sobre a história e a cultura do Brasil. Os livros publicados pela Brasiliana Digital são todos de domínio público e poderão ser usados para nortear pesquisas científicas, na educação formal e informal e no desejo de conhecimento e de formação
dos cidadãos.

Os documentos estão organizados por tipo - livros, periódicos, manuscritos, mapas, imagens e obras de referência (dicionários e catálogos) e a busca pode ser feita por autor, título ou data de publicação. Dicas para melhorar a busca e a visualização podem ser consultadas no Manual de Uso da Biblioteca Brasiliana Digital.

Vale a pena conhcer minuciosamente a Brasiliana Digital e saber mais sobre o projeto completo da Brasiliana USP que inclui a construção de um edifício novo, de arquitetura contemporânea e absolutamente dedicado à biblioteca, com 20.000 metros quadrados de área, no campus da Cidade Universitária da USP, em São Paulo SP.

Endereço da Biblioteca Brasiliana USP:
Praça da Reitoria, s/n 
Cidade Universitária
05508-030 São Paulo SP

Informações disponíveis sobre a Brasiliana USP em http://www.brasiliana.usp.br

 

publicado por ardotempo às 20:29 | Comentar | Ler Comentários (1) | Adicionar

Anistia não contempla torturadores

História sonegada
 
Luis Fernando Verissimo
 
A abertura ou não dos arquivos sobre a repressão à insurgência armada durante a ditadura militar se resume numa questão: se alguém tem o direito de sonegar à Nação sua própria História. Os debates sobre a conveniência de se remexer esse passado viscoso e sobre as razões e as causas de cada lado são secundários. A discussão real é sobre quem são os donos da nossa História. É se, 25 anos depois do fim da ditadura, os militares têm sobre a nossa memória o mesmo poder arbitrário que tiveram durante 20 anos sobre a nossa vida cívica.
 
Não é só a nossa história em comum que está sendo sonegada. A história individual dos mortos pela repressão também. Aos parentes são negados não apenas seus restos como a formal cortesia de uma biografia completa. Uma reivindicação que nada tem a ver com revanchismo, que só pede uma deferência à simples necessidade das famílias reaverem seus corpos e saberem seu fim. Impedir que isso aconteça para não melindrar noções corporativas de honra ou imunidade é uma forma de prepotência que, 25 anos depois, não tem mais desculpa.
 
Revelações como as que o "Estadão" está publicando sobre a guerrilha no Araguaia servem como um começo para o resgate da nossa memória tutelada. Não precisa mexer na lei da anistia. É mais importante para a Nação saber a verdade do que punir os culpados. E já que se liberou a História e se busca a verdade com novo animo, por que não aproveitar e investigar alguns pontos cegos daqueles tempos, como a participação de setores do empresariado em coisas como o Comando de Caça aos Comunistas e a Operação Bandeirantes, agindo como corpos auxiliares da repressão urbana, não raro com entusiasmo maior do que o dos militares ou da polícia política - como costuma acontecer quando diletantes fazem o trabalho de profissionais. Algum correspondente civil ao major Curió deve ter em seus arquivos o relato da guerra naquela outra selva.
 
Mas sei não, há uma tradição brasileira de poupar o patriciado quando este se desencaminha. Quando descobriram que todos os negócios com o novo governo Collor teriam que passar pela empresa do P.C.Farias, não foram poucos e não foram pequenos os empresários nacionais que aderiram ao esquema sem fazer perguntas. Nas investigações sobre a corrupção que acabou derrubando Collor, seus nomes desapareceram. E, neste caso, não foram os militares que esconderam a verdade.
 
Luis Fernando Verissimo
 
PS: (N.E.: Só para não esquecer: quem mandou matar P.C.Farias? - ARdoTEmpo) 
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publicado por ardotempo às 00:35 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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