Quarta-feira, 17.06.09

Perfil

Mariana Ianelli
 
Escritora, poeta e jornalista cultural. 29 anos. Cinco livros publicados, pela Editora Iluminuras de São Paulo. Participação em outros livros, como CARTAS, de Ignácio de Loyola Brandão (Iluminuras). Inúmeros textos e poemas publicados em periódicos de expressão nacional como as revistas BRAVO, APLAUSO e CULT; e jornais como FOLHA de S.PAULO (MAIS e Ilustrada), O ESTADO de SÃO PAULO e CAROS AMIGOS.
 
Participacão como convidada-palestrante na 12ª Jornada Literária Internacional de Passo Fundo RS - 2007
 
Livros publicados:
Trajetória de Antes (1999) - Poesia - Editora Iluminuras
Apresentação: Ignácio de Loyola Brandão
Duas Chagas (2001) - Poesia - Editora Iluminuras
Apresentação: José Mindlin
Passagens (2003) - Poesia - Editora Iluminuras
Apresentação: Nelly Novaes Coelho
Fazer Silêncio (2005) - Poesia - Editora Iluminuras
Apresentação: Fabricio Carpinejar e José Castello
Almádena (2007) - Poesia - Editora Iluminuras
Apresentação: Marco Lucchesi e Antonio Carlos Secchin
Treva Alvorada - Poesia - Editora Iluminuras
- próximo lançamento
Ianelli (2005) - Biografia 
Apresentação: Emanoel Araújo
 
Jovem talento da melhor expressão da nova produção intelectual brasileira, de grande disciplina e de extensa produção singular, já convidada à participação no Printemps de Poétes, em Rennes, pela Université de Rennes 2, em 2000.
 
Prêmio Bunge (anterior Prêmio Moinho Santista) - Poeta Contemporânea Brasileira (Categoria Juventude/Literatura) 2008
Finalista do Prêmio Portugal Telecom 2008
Finalista do Prêmio Prime BRAVO 2007
 
Atividades de formação e integração de jovens estudantes secundários de Escolas Públicas, por convite da prefeitura de São Paulo, em 2005 e 2006, em leituras de textos e poemas, seminários e palestras.
Trata-se de uma jovem personalidade de destaque na vida intelectual paulista e brasileira, no decorrer dos últimosdez anos  (de 1999 a 2009), com site de Personalidade no Universo Online desde 2000.
Seu mérito fundamental decorre não somente de sua profícua produção intelectual como escritora, de altíssima qualidade e profunda seriedade, com reconhecimento nacional e internacional entre seus pares, mas também e principalmente, pelo seu exemplo de sua dedicação profissional, de sua disciplina pessoal e de distinção na criatividade intelectual, o que permite ensejar a qualidade expressiva do pensamento jovem brasileiro a outros jovens de sua contemporaneidade.
 

 

publicado por ardotempo às 14:15 | Comentar | Adicionar

O verbo e a verba

O verbo e a verba
 
Leonardo Brandt
 
Nossa recém-conquistada democracia ainda padece de reconhecimento dos mecanismos de participação,  representação e exercício de poder. Queremos um lugar digno para as artes e para a cultura, mas ainda não sabemos relacioná-los com o Estado em crise, o deusdará do mercado e uma realidade que inclui cidadãos sem direitos, congresso inoperante, judiciário indiferente e controle cada vez mais absuluto dos sistemas financeiro e midiático. Difícil reconhecer quem corrompe e quem é corrompido nessa areia movediça.
 
Talvez por forte influência de Walter Benjamin e Marshall McLuhan, acredito na arte como forma de libertação. E no artista (do pensador ao poeta) como cidadão dotado de capacidade inequívoca de elevar a sociedade a um patamar de conquista ética. Já não sei podemos nos referir a arte como referiam os dois em suas respectivas épocas, mas ainda vale-nos evocar seus ideias e, sobretudo, protegermo-nos dos riscos e suscetibilidades apontados pelos dois.
 
Da ameaça nazista à consolidação da “aldeia global”, a arte e os artistas continuam sofrendo sérias ameaças, como nos previne Joost Smiers em “Artes sob Pressão”. E com isso, comprometemos todo o processo civilizatório. Docilizados, afugentados e cooptados por sistemas de poder, distanciam-se de maneira preocupante do indispensável terreno fértil para pensar, denunciar, provocar e projetar mundos e utopias, distantes ou presentes.
 
Nosso sistema de financiamento às artes mostra-se cada vez mais frágil. Ainda enxergamos o artista como alguém que o Estado precisa proteger e manter. Não o vemos como instância de sustentação de toda a sociedade. Alguém com capacidade de re-significar nosso campo simbólico, liberando-nos a todos dessas mesmas amarras.
 
A serviço das instâncias de poder, seja Estado, corporação ou mesmo o próprio mercado das artes, o artista não só perde sua capacidade intrínseca de criar, construir, libertar e cooperar, como corre o risco de transformar-se num potente capataz desses sistemas. Por outro lado, pode e deve dialogar com todos eles, até mesmo para ampliar sua capacidade crítica e sua mobilidade por ambientes cada vez mais contaminados.
 
Democracia se faz com arte, já diz o bordão deste blog. O único despachante da arte é o artista, que pode e deve se valer de profissionais e assessores que garantam os seus direitos e a sua autonomia, indispensável para o exercício de sua função pública (e, porque não, privada).
 
Deve, por outro lado, agir com repúdio e desconfiança, quando algum governo (seja ele popular ou populista, democrata ou demagogo) pretender colocar-se como o despachante único e universal dos interesses dos artistas. Ao desautorizar a CNIC, minimizar e menosprezar o papel da justiça, obstruir o acesso aos processos admintrativos e exercer seu poder de escolha, veto e direcionamento político à arte e aos artistas que financia, o MinC distancia-se de maneira preocupante do Estado Democrático de Direito.
 
Vejo com muita desconfiança esses movimentos todos, forjados a partir da manipulação da opinião pública. Para o governo todos estão errados: os produtores são aproveitadores, as empresas oportunistas, os artistas privilegiados, os técnicos atravessadores. Todos são culpados por algo que não funciona única  e exclusivamente por má gestão e  incompetência do próprio governo.
 
E todos que não conseguem acessar o instrumento, por ausência de Estado e mais incompetência governamental, aceitam de maneira passiva e inerte um discurso conveniente e demagógico, porém perigoso, sobretudo por não encontrar qualquer efetividade na prática dos gestores que proferem tais palavras mágicas.
 
Em vez de acreditar nessa conversa fiada, devemos lutar por menos impostos para as empresas culturais, asfixiadas pela inoperância, desleixo e inoperância do MinC; pelos investimentos prometidos via Mais Cultura, que aplica míseros 20% das verbas disponíveis para fazer frente ao mercado injusto e concentrador; por um pacote anti-crise, prometido para o fim de maio.
 
Por dignidade para artistas e agentes culturais de todo o Brasil, cansados da esquizofrênica distância entre o verbo e a verba.
 
 
Leonardo Brandt - Publicado no blog Cultura e Mercado
publicado por ardotempo às 13:28 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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