Sábado, 31.01.09

Os livros sem leitores

A livraria (o lado não romântico)
 
 
O ritmo é alucinante. O vendedor mostra uma mala cheia deles. Nós fazemos má cara. Ficamos indecisos. Escolhemos apenas alguns.
 
O vendedor faz má cara. Não atinge os objectivos. O editor protesta. O autor não percebe porquê. Nós temos pena. Não podemos ter todos. É fisicamente impossível. Economicamente errado.
 
Chegam caixas e caixas. Abrem-se as caixas. Conferem-se as facturas. Dá-se entrada no sistema informático. Classificam-se na área temática. Colam-se as etiquetas do preço. Carregam-se aos quilos. Colocam-se em cima das mesas. Uns virados para um lado, outros para o outro. Chama-se a isto casá-los.
 
Esperam em cima das mesas. Há quem lhes toque. Os abra. Leia uma passagem. Os deixe. Não podem esperar mais. Em breve vêm outros. Só mais uns dias. Aconselham-se mais uma vez.
 
Ninguém os quer. Volta-se a pegar neles. Nem sequer ganham pó. De novo o sistema informático. Um por um. Processa-se a devolução. Novamente em caixotes. Chama-se o transportador. São levados para um armazém frio, escuro. Cheio de livros, azarados como eles.
 
Jaime Bulhosa
 
Publicado no blog Pó dos Livros

Indicado pelo blog Bibliotecário de Babel

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publicado por ardotempo às 17:35 | Comentar | Adicionar

Um novo e extraordinário livro de Aldyr G. Schlee

Os limites do impossível - Contos Gardelianos

 

A partir da idéia estarrecedora de que o nascimento de Carlos Gardel ocorreu em Tacuarembó, no Uruguai, fruto de incesto e estupro, os contos deste livro transitam por algumas versões do espantoso acontecimento.

 

Aqui se imagina e se inventa como tudo terá acontecido de forma a alcançar uma realidade ficcional que se proponha verdadeira à  percepção do leitor. Assim, qualquer semelhança entre os fatos narrados e algo que tenha realmente ocorrido ou deixado de ocorrer não será apenas mera coincidência: será a prova de que a realidade muitas vezes vai além dos recursos da ficção, alimentando-se do improvável e do inacreditável para chegar ao impossível que nossa fantasia, geralmente, não consegue alcançar ou frequentar.

 

Aqui enfrentamos os limites do impossível.

 

Aqui, os limites do impossível são desafiados em cada uma das histórias  de Clara, de Blanca, de Juana, de Felícia, de Rosaura, de Mulata-Flor, de La Niña, de Manuela, de Constantina, de Berta, de La Madorell, mulheres de verdade e de mentira, cujas vidas ajudam a recompor a difusa memória do incrível e triste nascimento de Carlos Gardel em Tacuarembó.

 

 


publicado por ardotempo às 17:13 | Comentar | Adicionar

O gato

Pintura

 

 

 

Mariana e sua gata - Pintura de Alfredo Aquino, óleo sobre tela (São Paulo, Brasil), 1987

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publicado por ardotempo às 12:27 | Comentar | Adicionar

O gato, por Lucian Freud

Pintura

 

 

Moça com gatinho - Lucian Freud - Pintura, óleo sobre tela (Inglaterra), 1947

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publicado por ardotempo às 11:15 | Comentar | Adicionar

O gato, por David Hockney

Detalhe

 

 

O retrato do Sr. Percy Clark (detalhe) - David Hockney - Pintura, óleo sobre tela (Estados Unidos), 1970

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publicado por ardotempo às 11:08 | Comentar | Adicionar

O gato, por Frida Khalo

Pintura

 

 

Auto-retrato com macaco e gato - Frida Khalo - Pintura, óleo sobre tela (Cuernavaca - México) - 1940 

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publicado por ardotempo às 00:30 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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