Domingo, 11.01.09

um.desenho.por.semana.04

09.jan.semana-02 

 

publicado por ardotempo às 22:24 | Comentar | Adicionar

6. Onde está o leitor? Onde está a leitora?

Jack Torrance 

 

 

 

 

Jack Torrance - Personagem escritor interpretado por Jack Nicholson no filme O Iluminado (criação de Stanley Kubrick sobre texto de Stephen King)

publicado por ardotempo às 22:03 | Comentar | Adicionar

Luminosa

Fotografia

 

 

 

Uma estradinha de chão batido, a cerca de pau, a árvore gigantesca, o pequeno vilarejo em torno da igreja no vale, o perfil majestoso das montanhas das Minas Gerais.

 

Mário Castello - Fotografia da vila de Luminosa - Série Serra da Mantiqueira - 2009

publicado por ardotempo às 17:23 | Comentar | Adicionar

A Medusa, de Geri Garcia

Desenho

 

 

 

A Medusa - Desenho de Geri Garcia - Tinta china e aguada sobre papel (Padul, Espanha) - 1953

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publicado por ardotempo às 16:37 | Comentar | Adicionar

Mobile Art encerra sua itinerância

O primeiro golpe está sempre reservado para a Arte

A Arte é sempre o supérfluo que recebe o primeiro golpe e o corte instantâneo.
Mobile Art, o museu bolha, a estrutura nômade de refinada concepção arquitetônica, financiada por Chanel e prevista para ser apresentada em diversos países, paralisa  sua viagem apenas alguns meses após o seu inicio, em Tóquio e em Nova York. A crise financeira mundial pôs fim ao sonho prateado volante.

 


A grande estrutura arquitetônica, nômade e transportável em forma de um grande bolha espalhada, a ser colocada sobre os parques das cidades do luxo, imaginada para Chanel pela arquiteta Zaha Hadid, foi inaugurada com grandes festividades na recente primavera de 2008, no Japão. Em seguida aterrissou luxuosamente sobre os gramados do Central Park em Nova York, mas a sequência prevista para a futurista nave-escargot, em Londres e Moscou, foi cancelada por Chanel, sob a alegação que os próximos meses serão ásperos para os segmento do luxo e da arte. O Mobile Art seria exposto em Paris apenas em 2010 mas este museu circulante provavelmente chegará prematuramente à capital francesa - a cidade vocacionada para museus.

Publicado no Liberation - Paris
 

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publicado por ardotempo às 15:40 | Comentar | Adicionar

O capitalismo, idealizado pelo poeta

A ganância do bem

Ferreira Gullar

Hoje em dia, quando os apressados falam do fim do capitalismo, eu, na minha condição de "especialista em ideias gerais" (Otto Lara Resende), lembro que isso dificilmente acontecerá pelo simples fato de que o capitalismo, ao contrário do socialismo, não foi inventado por ninguém.


Não praticaria a blasfêmia de afirmar que foi criado por Deus, conquanto há quem garanta que o foi pelo Diabo. Como sou pouco afeito a questões teológicas, prefiro acreditar que ele nasceu espontaneamente do processo econômico, ao longo do tempo.


Costumo dizer que o capitalismo é quase como um fenômeno natural e, de fato, parece-me ter da natureza a vitalidade, a amoralidade e o esbanjamento perdulário, dizendo melhor: cria sem cessar e, com a mesma naturalidade, destrói o que criou.


Por exemplo, a natureza faz nascer milhões de seres e, de repente, inunda tudo e mata quase todos. Mas, ao fazê-lo, gera outras vidas. E parece dizer: "Que se danem", como faz e diz o capitalismo, mantidas as devidas proporções.


Já o socialismo foi inventado pelos homens, para corrigir o capitalismo, para introduzir nele a justiça. Os inventores do socialismo, em face da ferocidade do capitalismo nascente, em meados do século 19, sonharam com uma sociedade em que todos teriam os mesmos direitos e as mesmas oportunidades. Entendiam que a chamada democracia burguesa era, na verdade, uma ditadura da burguesia e que deveria ser substituída pela ditadura do proletariado.


Seria esta uma ditadura justa porque exercida, não pelos que usufruem do trabalho alheio e, sim, pelos que trabalham e produzem a riqueza da sociedade. O resultado final dessa revolução seria a criação da sociedade sem classes. É verdade que ninguém nunca soube o que seria essa sociedade e nem Karl Marx, o seu inventor, chegou a defini-la.


Como se sabe, na segunda década do século 20, a revolução socialista deixou de ser mero sonho para se tornar realidade, assustando os capitalistas e levando-os a atender muitas das reivindicações dos trabalhadores. Quatro décadas depois, boa parte da Europa e da Ásia vivia sob regime socialista. No entanto, antes que o século terminasse, o socialismo real desmoronou, para o espanto, sobretudo, das pessoas que nele viam o futuro da humanidade.


Ao contrário do que muitos temiam, não foram os exércitos capitalistas que o derrotaram, não foram foguetes norte-americanos com bombas nucleares que deram fim ao poder do Kremlin. Não, na verdade, ele foi liquidado por uma espécie de colapso interno fulminante, que não foi militar, mas econômico. O socialismo perdeu a disputa econômica com o capitalismo.

 


Em visita à Ucrânia, em 1972, ouvi um dirigente do partido comunista ucraniano dizer que tudo o que aquela república soviética produzia se devia à ação do partido, o verdadeiro motor de sua economia. Pois essa afirmação talvez explique o fracasso do socialismo: como poderia meia dúzia de burocratas fazer funcionar a economia de um país?


E explica também por que o capitalismo não morre e por que não foi preciso inventá-lo: vive da ambição de cada um, da iniciativa de cada pessoa que quer melhorar de vida, produzir, vender, comprar, revender, lucrar, enriquecer, sem que ninguém a obrigue a isso, muito pelo contrário.


Em lugar de um comitê dirigente que determine o que deve ser feito, no capitalismo milhões fazem o que conseguem fazer, atendendo às necessidades do possível comprador, no afã de ganhar dinheiro. Isso explica a vitalidade do regime e, ao mesmo tempo, muitas vezes, o vale-tudo para alcançar o lucro máximo.


O planejamento socialista, se evitava o desperdício, inibia a produção, o que resultava em outro tipo de desperdício, sendo o maior de todos, o dos talentos empreendedores que não encontravam campo para se realizar. Uma visão equivocada do capitalismo ignorava o papel fundamental do empresário, cujo investimento em ideias e dinheiro gera empregos e riqueza.


Se o socialismo nasceu do que há de melhor no ser humano - o senso de justiça e a fraternidade -, o capitalismo, se não surgiu do que há de pior em nós, é, não obstante, a cada momento, movido por ele, ou seja, pela ganância sem limites e sem escrúpulos. No entanto, essa ganância é que o faz gerador de riqueza.


Admitindo-se como verdade que o capitalismo não morrerá -mesmo porque as crises, em vez de matá-lo, o renovam-, a solução é encontrar um meio de torná-lo bom, incutindo-lhe a "ganância do bem". Isso, bem entendido, se o Diabo deixar.

 

Ferreira Gullar - Publicado na Folha de São Paulo / UOL

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publicado por ardotempo às 12:25 | Comentar | Ler Comentários (1) | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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