Sábado, 20.12.08

Os três livros do ano

Cronópios
 
Fui convidado pelo editor e escritor Edson Cruz, de Cronópios a indicar os meus três livros, do ano de 2008. Aí estão eles:
 
Machado e Borges - Luís Augusto Fischer - Arquipélago Editorial
 
 
Um notável ensaio sobre Machado de Assis e Jorge Luis Borges, escrito com lucidez e profundidade e que aponta com frescor, leveza e contemporaneidade, luzes e identidade sobre os dois grandes autores latino-americanos.
Escolhido como o Prêmio Livro do Ano Açorianos 2008.
 
Paris não tem fim - Enrique Vila Matas - Cosac Naify
 
 
Um romance magnético sobre Paris, que é a comprovação pelo autor que Paris é sempre singular e individual, a cidade que é a de seu habitante ou visitante, peculiar e intransferível, seja ela a de Hemingway, a do próprio Vila Matas, a de Kafka ou a do leitor. Vale no final a imaginação de quem a interpreta, de quem a decodifica e essa será a verdadeira e definitiva Paris. Um grande livro.
 
O meu nome é Legião - António Lobo Antunes - Dom Quixote (Lisboa)
 
 

Potente e denso romance de Lobo Antunes, uma espécie de sinfonia literária, tonitroante, intensa, entremeada de fermatas e resultando bastante original, que nos surpreende com intensidade, comprovando aquilo que o autor afirma: "que somente ele escreve dessa maneira". O fato é genuíno e esse romance é um bom jeito de se descobrir e de se empolgar com essa forma contemporânea, muito particularizada pelo autor, de criar uma escrita algo sublime e um ritmo literário de estilo único. 

publicado por ardotempo às 17:10 | Comentar | Adicionar

Vai começar...será difícil

(Faltam apenas três semanas... vai ser bem difícil escrever corretamente nas novas regras, mas será mesmo que alguém está verdadeiramente preocupado com isso, aqui no Brasil - em escrever com precisão...?)

 
Cadê o trema?
 
Está chegando a hora. Prepare-se para a despedida do trema, do acento circunflexo em alguns casos e do acento agudo em outros. Pois é, o Acordo Ortográfico  de 1990 demorou, mas finalmente saiu dos debates e chega aos livros, jornais, revistas e outros textos. Começa em janeiro de 2009 – e vai até dezembro de 2010 – o período de transição para a nova ortografia.
 
As editoras e os meios de comunicação estão se mexendo para que as publicações já estejam com a nova escrita a partir de janeiro de 2009, embora ainda haja algumas questões em discussão – mas essas discussões devem ser longas, melhor não esperar por um consenso tão já. Uma vez feitas as escolhas nos casos “a definir”, é possível resolver a maioria das trocas de ideias, frequentes, joias, aguentaram, veem, zoo, sobrevoo e até as coedições, coautoria, ultrarromanticos, pseudoalunos... com processos automatizados. 
 
Publicado no Blog Verdes Trigos 
tags:
publicado por ardotempo às 13:42 | Comentar | Ler Comentários (3) | Adicionar

um.desenho.por.semana

08.dez.semana-03 

 

publicado por ardotempo às 13:30 | Comentar | Adicionar

Saramago e os editores

Editores

 

José Saramago

 

Voltaire não tinha agente literário. Não o teve ele nem nenhum escritor do seu tempo e de largos tempos mais. O agente literário simplesmente não existia. O negócio, se assim lhe quisermos chamar, funcionava com dois únicos interlocutores, o autor e o editor. O autor tinha a obra, o editor os meios para publicá-la, nenhum intermediário entre um e outro. Era o tempo da inocência.
 
Não quer isto dizer que o agente literário tenha sido e continue a ser a serpente tentadora nascida para perverter as harmonias de um paraíso que, verdadeiramente, nunca existiu. Porém, directa ou indirectamente, o agente literário foi o ovo posto por uma indústria editorial que havia passado a preocupar-se muito mais com um descobrimento em cadeia de best-sellers que com a publicação e a divulgação de obras de mérito. Os escritores, gente em geral ingénua que facilmente se deixa iludir pelo agente literário do tipo chacal ou tubarão, correm atrás de promessas de vultosos adiantamentos e de promoções planetárias como se disso dependesse a sua vida. E não é assim. Um adiantamento é simplesmente um pagamento por conta, e, quanto a promoções, todos temos a obrigação de saber, por experiência, que as realidades ficam quase sempre aquém das expectativas. 
 
Estas considerações não são mais que uma modesta glosa da excelente conferência pronunciada por Basílio Baltasar em finais de Novembro no México, com o título de “A desejada morte do editor”, na sequência de uma entrevista dada a “El País” pelo famoso agente literário Andrew Willie. Famoso, digo, embora nem sempre pelas melhores razões. Não me atreveria, nem seria este o lugar adequado, a resumir as pertinentes análises de Basilio Baltasar a partir da estulta declaração do dito Willie de que “O editor é nada, nada” e que me recorda as palavras de Roland Barthes quando anunciou a morte do autor…
 
Afinal, o autor não morreu, e o ressurgimento do editor amante do seu trabalho está nas mãos do editor, se assim o quiser. E também nas mãos dos escritores a quem vivamente recomendo a leitura da conferência de Basilio Baltasar, que deverá ser publicada, e um seu consequente debate.

 

 

 

José Saramago - Publicado no blog O Caderno de Saramago 

publicado por ardotempo às 13:27 | Comentar | Adicionar

Pintura - Robert Motherwell

Pintura

 

 

 

Robert Motherwell - Sem título - Pintura, óleo sobre tela - Sem data

tags: ,
publicado por ardotempo às 13:12 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

Pesquisar

 

Dezembro 2008

D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
27
28
29

Posts recentes

Arquivos

tags

Links