Segunda-feira, 14.07.08

Será que é?

A identidade de Banksy?

 

O jornal britânico The Mail On Sunday diz ter descoberto a identidade do misterioso artista Banksy. Segundo o jornal, ele seria Robin Gunningham, de 34 anos, um ex-aluno de uma escola particular (a Bristol Cathedral School).
O jornal diz que identificou Banksy a partir de uma fotografia de um homem ajoelhado com uma lata de tinta spray, tirada na Jamaica há quatro anos.
Banksy, cuja identidade nunca foi revelada oficialmente, é conhecido por seus desenhos de conotação política em edifícios públicos da capital britânica e em outras partes do mundo.
Uma porta-voz do artista se recusou a comentar a reportagem do jornal britânico. "Nós recebemos esse tipo de ligação o tempo todo", disse à BBC. "O que vou dizer é o que sempre digo, eu nunca confirmo ou nego essas histórias."
Até agora, a única coisa que se sabe de Banksy é que o artista nasceu e cresceu na cidade britânica de Bristol. Rumores de que ele se chama Robin Banks e que seus pais acreditam que ele seja um pintor ou decorador são comuns.
Scott Nurse, um ex-aluno da escola de Gunningham, a Bristol Cathedral School, disse ao jornal que seu colega era "extremamente talentoso nas artes".
"Eu não ficaria surpreso se ele fosse mesmo Banksy", disse. Luke Egan, um artista que já realizou uma exposição conjunta com Banksy, inicialmente disse que não conhecia Gunningham, mas depois admitiu que dividiu um apartamento com ele. Ao ser perguntado pelo jornal se Gunningham era Banksy, ele disse "bem, ele não era na época".
O pai de Gunningham, Peter, disse que não reconhecia a pessoa na fotografia mostrada no The Mail On Sunday, enquanto a mãe, Pamela, negou ter um filho.
A fotografia tirada na Jamaica pelo fotógrafo Peter Dean Rickards apareceu pela primeira vez na Internet e em seguida no jornal The Evening Standard em 2004.
Na época, o agente de Banksy, Steve Lazarides, disse à revista "The New Yorker" que a foto não era de seu cliente. Mas Colin Saysell, um policial que trabalha na prevenção de grafites em Bristol e que seguiu Banksy por anos, disse que a foto era legítima.
Dois anos depois, o artista insistiu que o público jamais deveria descobrir sua identidade. "Eu não tenho interesse em me revelar", disse à revista Swindle. "Eu estou tentando apenas fazer com que os desenhos apareçam bem, eu não quero fazer com que eu mesmo apareça bem."
"Além disso, é uma aposta segura dizer que a realidade do que sou iria ser uma terrível decepção para alguns moleques de 15 anos por aí", disse Banksy.

 

 

Essa história é um pouco confusa, meio fantasiosa, parece coisa do filme do Batman e com um super-herói grafiteiro de identidade camuflada, na cara de todo mundo.

 

Como é possível não se descobrir a sua verdadeira identidade sabendo-se que ele pintou, por encomenda (utilizando-se de um andaime externo) a imagem de uma janela indiscreta no alto de uma parede lateral de um prédio, defronte a importante prédio administrativo da prefeitura de Bristol, durante dois dias, e depois pintou vários graffitis gigantes numa exposição institucional dentro de um túnel desativado de metrô, em Londres?

Ou que viajou a Telaviv e Jerusalém para pintar uns graffitis políticos e umas intervenções em muros que separam israelenses de palestinos? Ninguém viu, ninguém fotografou? Também foi grafitar em Nova York e assim sendo desviou-se candida e secretamente das polícias locais e procedimentos de segurança dos aparatos de vigilância em Israel e nos Estados Unidos? Incógnito??? Quem acredita...?

 

Além disso o cara tem blog, agente-marchand e porta-voz... Então, está bem assim, acreditamos todos no segredo inviolável e na sua invulnerabilidade.

 

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publicado por ardotempo às 18:59 | Comentar | Ler Comentários (2) | Adicionar

Bonjour!

 A todos os meus amigos franceses...

 

 

 

 

 

Le 14 juillet - Paris em azul

Foto de Eric Tenin –  publicada no blog ParisDailyPhoto

publicado por ardotempo às 01:53 | Comentar | Adicionar

Conto-Carta, de Ignácio de Loyola Brandão

Na porta do cinema
 
  
Cara Amália,
 
O que você me pediu para contar foi simples. Aconteceu com Emílio, aquele que detestava o nome, mas o cartório se recusou a mudar. Tudo se passou assim: 
 
Aproximava-se da porteira do cinema.
 
— Ela chegou?
— Quem?
— Minha namorada.
— Como vou saber quem é?
— Verdade, você não a conhece. Devem entrar aqui centenas de pessoas.
—  Por dia? Milhares, principalmente num filme como esse! Não sei o que viram nele.
— História de amor. Todo mundo gosta.
— Amor! Como se alguém acreditasse no amor.
— Eu acredito. Por isso estou aqui, à espera de minha namorada.
— Há meses você vem todos os dias. Meses!
          
Ficou por ali, com o rabo do olho na entrada do cinema. Terminou a primeira sessão, nada. A segunda, tudo igual. Antes da terceira – porque eram sessões corridas, normais, sempre que havia um filme de sucesso – houve uma troca de porteiros. Chegou o sujeito carrancudo que sempre desconfiava dele e, um dia, tinha chegado a chamar o segurança para expulsá-lo. O porteiro acenou:
 
— Continua à espera?
— Sempre!
— Não entendo, juro que não entendo.
— Porque nunca amou.
— Quem disse?
— Veja a sua cara! Amarrada, amargurada, tem o olhar triste e fundo. Cadê a alegria de quem ama?
— Gosto muito.
— Gostar não é amar.
— Achei que era a mesma coisa.
— Amar é tudo.
— E gostar?
— Gostar é gostar. Amar é amar. Gostar quer dizer trinta por cento do sentimento. Amar é cem por cento.
— Você é estranho. Diz coisas complicadas.
— Amar é simples.
— Fico te olhando, você vem todos os dias, à espera  dessa namorada  que nunca aparece.
— Vai aparecer.
— Por que não liga para ela?
— Não tenho o número!
— Namora e não tem o número?
— Não namoro ainda. Vou namorar.
— O que?
— Vou namorar. O dia em que ela chegar e entrar por essa porta, vou saber que é ela.
— Como? Como é que se sabe? 
— Sabendo. É olhar e sentir. O coração acelera, a gente começa a suar, o estômago sobe para a garganta, a respiração fica ofegante, as pernas ficam bambas, as unhas tremem.
—  As unhas tremem?
— É a melhor coisa. Tão bom viver assim. Você sente desaparecer.
— Desaparecer?
— Some. E quando percebe, você é outro. Está naquele que ama. Inteiro dentro, uma coisa só. Daquele momento em diante, dois viram um. Tornam-se uma só pessoa em tudo.
— Sei, sei …
 
Nesse momento, ele se afastou para deixar entrar uma jovem morena, de olhos miúdos e um riso que se esparramava pelo rosto e começou a suar. Os dois se olharam e ele percebeu que após meses e meses tinha acontecido. O coração acelerou. A espera tinha terminado. As unhas tremeram. Ela continuou olhando e também sentiu. O estômago subiu à garganta. E o porteiro ficou assombrado, quando em lugar de duas pessoas, viu entrar apenas uma no cinema. Onde estava a outra? A pessoa que entrou piscou maliciosamente para ele. “Entendeu?”, perguntou. O porteiro fez que sim…"
 
 
Beijos do
 
Luiz Ernesto
 
 
© Ignácio de Loyola Brandão - Cartas, Iluminuras - 2005 
publicado por ardotempo às 01:32 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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