"Só gosto de você, minha alma."
EMMANUEL TUGNY
© Emmanuel Tugny, Éditions Léo Scheer, Paris, 2008
Roy Lichtenstein - Natureza-morta cubista com cachimbo -
Pintura, acrílica sobre tela
Pierre Ardouvin
Instalação com luz - Sol Poente - Grande disco translúcido em chapa de acrílico, de cor laranja e luminária em tubo fluorescente amarelo, 2005
Dada
Os dadaístas, com suas provocações, o seu cinismo e a sua metralhadora estética giratória, atiraram em todo mundo e alguns momentos contra eles mesmos. A sua pontaria contra os outros foi muito mais precisa e fatal do que contra si próprios. Hoje em dia a obra perpetuada por eles em objetos, textos, fotografias, instalações e "apropriações" (e o seu legado conceitual na forma de atuação recorrente de seus milhares de seguidores) estão presentes nos mais exclusivos espaços expositivos da Arte Contemporânea, nos mais prestigiados museus, nas bienais internacionais de arte, no curriculo teórico da Escolas Superiores de Arte Contemporânea (a neo-academia) e, curiosamente, no núcleo duro e excluente de um potente mercado de arte.
A sua conduta, os seus ensinamentos e o seu toque de midas conceitual sobre os objetos, quaisquer que eles sejam, tornou-se o dogma pétreo que permeia a orientação dos curadores dos grandes museus contemporâneos, dos certames de arte e do valioso mercado da Arte.
Jacques Vaché: "A Arte é uma bobagem".
Francis Picabia: " A Arte é um produto farmacêutico especialmente indicado para os imbecis".
Marcel Duchamp: " A Arte não se pode compreender mediante o intelecto, uma vez que se a percebe e sente através da emoção, o que apresenta certas analogias com a fé religiosa e com a atração sexual".
Algo mudou e a orquestração intelectual e mediática dadaísta invadiou os espaços museológicos, esses mesmos que lhes outorgam a "aura" artística por presença, o que não se percebe quando colocados em outros espaços não-artísticos; e que alavancam substancialmente o valor comercial de suas assinaturas e de sua produção.
Dada, que abriu a caixa de pandora, espalhou os ventos incontroláveis e as chuvas ácidas e agora colhe os melhores frutos...
Jean Baudrillard: " ...se tudo é arte; então nada é Arte".