Terça-feira, 18.03.08

O gato do Gullar

Ferreira Gullar tem um gato...



A fala do gato

O gato siamês
tem uns vinte miados:
alguns são suaves,
outros exaltados;
há os miados graves
e há os engasgados.

É quase um idioma
que ainda não entendo
mas o gato bem sabe
o que está dizendo.

E até falou comigo
em linguagem de gente.
Disse: "meu amigo",
assim de repente.

Então eu acordei
feliz e contente!
Era sonho, claro.
Mas, como se sabe,
é no sonho que ocorre
o que se deseja
e no mundo não cabe.








  UM GATO CHAMADO GATINHO
  Autor : Ferreira Gullar
  Ilustrações: Ângela Lago
  Poemas / Literatura infanto-juvenil
  Editora:  Salamandra / Editora Moderna
  ISBN Nº 85-281-0381-1
publicado por ardotempo às 20:31 | Comentar | Adicionar

Lição de pintura


Giorgio Morandi
é o pintor para pintores. Ele resume, em sua obra soberba, as lições mais valiosas sobre o ofício de pintar. Ele pintava em pequenos formatos e sua obra resultou monumental.
Utilizava-se de uma paleta cromática bastante reduzida, diversas totalidades e intensidades de grises, alguns terras, uns amarelos, algum azul, branco. Poucas cores mas assim mesmo revelou-se um colorista extraordinário. Na sua temática, uma síntese ainda maior: uns casarios de sua cidade, alguma paisagem rural e as inconfundíveis naturezas mortas com garrafas, potes e algumas porcelanas, que o celebrizaram e lhe deram admiradores e seguidores. Sua obra encontra-se hoje nos acervos dos melhores museus do mundo, modernos e contemporâneos.

Se Picasso considerava que Cézanne era o "pai de todos" os pintores do século XX, Morandi pode ser considerado o mestre da pintura contemporânea, o que sabia como fazer e que deixou uma lição inesquecível a cada um de nós.





















Giorgio Morandi - Natureza morta, óleo sobre tela, 1949
publicado por ardotempo às 18:22 | Comentar | Adicionar

Andorinhas de Portugal serão as mesmas do Brasil?

"O Tejo passeia cinzento, o mar redescobre-se na esquina da barra em tons pardos e contam-me amigos do ribatejo, entre gado bravo e a espera das andorinhas que, por estes dias hão-de arribar das praias do norte de África, de uma lezíria encafuada em três palmos de água lodosa.
As andorinhas virão certamente e com elas o tempo ameno da primavera. Mas aguardam, todavia pela última travessia: a do estreito de Gibraltar, com mar alteroso e pouco convidativo.
Todos os anos é assim entre 12...19 de março. Chegam compactas, em bandos enormes. Entram invariavelmente pelo Algarve, por sobre a Ria Formosa onde descansam exaustas antes de se fazerem aos telhados e beirais das cidades.
Voltam sempre e, ao mesmo local onde nasceram. Vêm de longe, para lá da linha do equador onde passam o inverno, atravessam todo o deserto do Saara e agora aguardam...nas praias marroquinas que o mar mediterraneo lhes permita colorir Lisboa de branco e negro...andorinhas que se tornam fado e, primavera..."

Filipa Jardim


ANDORINHA-DO-CAMPO

Andorinha
Andarilha
Dos ares
Vem pro sul
Na primavera
Povoa de encanto
Nossa terra
Nosso campo
Itinerante
Parte o instante
De espanto
É outono
Outra vez!


                                      Poema de Cleonice Bourscheid



Texto de Filipa Jardim / © AVE PÁSSARO - Editora Nova Prova - Porto Alegre RS
Poema de Cleonice Bourscheid e aquarela de Isolde Bosak, 2007
publicado por ardotempo às 12:47 | Comentar | Ler Comentários (1) | Adicionar

Antony Gormley - escultor





















Antony Gormley - Escultura em cubos de aço, encaixados e fixados, 2007
publicado por ardotempo às 11:45 | Comentar | Adicionar

Homem Descartado



Antony Gormley
é um artista escultor britânico que utiliza basicamente a figura humana, a  silhueta humana moldada (apresentada ou sugerida em perfis de aço córten oxidado, em pequenos segmentos de aço inox soldados, em linhas de cabos de aço enrolados como se fossem desenhos tridimensionais e, em sua série mais recente, fragmentos de aço em cubos encaixados e unidos) e o entorno, a paisagem (interna e externa) na qual ele incrustra suas esculturas e compõe as suas instalações, integradas aos ambientes, nas cidades, nos campos, dentro de florestas, nas praias e até mesmo parcialmente mergulhadas na água ou semi-enterradas.

Waste Man foi uma instalação construída na Inglaterra, ao longo de seis semanas em 2006, utilizando 30 toneladas de materiais rejeitados e descartados ao lixo (em Margate, UK).



















No monturo estavam formas de gesso para a fundição de bronzes e uma quantidade enorme de objetos abandonados como camas, mesas, assentos de vasos sanitários, estantes, cadeiras, armários, portas, até mesmo pianos inutilizados e que foram transformados numa grande escultura com 20 metros de altura, sob orientação e planejamento do artista.

Numa noite de verão, finalmente, a instalação pronta foi incinerada e ardeu por 32 minutos, numa impressionante fogueira, sob as vistas de uma pequena multidão, convidada a participar do evento.





















Waste Man,
Antony Gormley, escultura / instalação - 20 metros altura, 2006
publicado por ardotempo às 00:55 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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