Quarta-feira, 12.03.08

Brasília

                                       
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  
É título da premiada mostra de Leopoldo Plentz,
o artesão brilhante e minucioso das fotos p&b. Trata-se de um conjunto de excelentes fotografias da capital brasileira, em que a opção pelo p&b representa uma eleição da sensibilidade, resultando numa fina interpretação pelo artista, que nos revela corajosamente uma Brasília ainda mais sideral, de estética impecável e assombrosa, na qual praticamente nunca aparecem as pessoas.

O fotógrafo nos propõe assim, não sem ironia,
a visão de um universo majestoso, impoluto e perfeito, como se fosse um convite para uma entrada no terceiro milênio, uma chance para
o recomeço.
                                                                                                                                                   
A mostra é imperdível, foi premiada em Portugal e apresentada na Ilha da Madeira. O fotógrafo, ao optar por fazê-la dessa maneira –iconoclasta e imperturbável - não seguiu o primeiro dos mandamentos tombados por Lucio Costa para se  fotografar a cidade… “fotografar Brasília + gente.”                                                                                                                                                                                                                                                         
Acertou em cheio no seu objetivo.                                              

São 30 ampliações p&b assinadas e autenticadas, tiragem vintage em papel especial, realizadas
pelo próprio fotógrafo. A exposição será apresentada em Porto Alegre RS em 2008 e
seguirá itinerância em circuito internacional
em 2009.


Brasília © Fotos de Leopoldo Plentz,
Porto Alegre RS
publicado por ardotempo às 23:38 | Comentar | Adicionar

Palavras para Maquinaria da Arte

(Fonte: ArteWebBrasil)                                                                                         

AWB: O teu trabalho é bastante técnico, não é?


Leopoldo Plentz: É, eu gosto disso. Gosto muito do artesanal.
Isso na verdade me dá um prazer muito grande, adoro ferramentas, às vezes vou passear na loja Ferramentas Gerais (NE: um gigantesco magazine de ferramentas e utensílios mecânicos, Porto Alegre RS)
– é o meu shopping center.
Creio que é importante o domínio técnico em qualquer área. Hoje em dia, como tudo está em efervescência, até parece que voltou a década de 70... Tenho a impressão de que em arte, o artesanato é mal visto, acham que você deve ser meio cerebral, suspirar e fazer uma obra, desde que tenha um discurso teórico.



 
AWB: Você está falando com relação à arte contemporânea?


Leopoldo Plentz: Sim. Eu sinto que há discriminação com relação ao objeto artístico. É tudo muito virtual, cerebral. Gosto desta coisa de colocar a mão na massa mesmo, me dá muito prazer o fazer. E para mim a produção artística tem de ter o lado prazeroso do fazer. Caso contrário, não tem graça.

AWB: Quem discrimina o objeto artístico?


Leopoldo Plentz: Alguns críticos e curadores.

Entrevista concedida pelo fotógrafo Leopoldo Plentz para a
Revista Virtual ArteWebBrasil – leia a entrevista integral aqui
publicado por ardotempo às 23:36 | Comentar | Adicionar

Andarilho










Em 1917, Marcel Duchamp deslocou um urinol público masculino de uma parede, colocou-o num espaço expositivo de um museu (e pela polêmica feroz que desencadeou na ocasião, aparentemente o objeto nem chegou a ser exposto, permanecendo escondido atrás de um tapume), chamou-o pelo título de A fonte, inventou a novidade do ready-made e os múltiplos caminhos para a revitalização do pensamento artístico. Abriu a caixa de Pandora e dela libertou muitos demônios e alguns anjos. Ele soube ver, sugeriu-nos modificar o ponto de vista e a olhar o mundo de um outro ângulo, a ver mais significados nas coisas - da natureza e da cultura.























Um fotógrafo caminha por uma métrópole com seu instrumento de trabalho e vê o que os outros não vêem. Ele fotografa uma abstração e nos revela a arte. Então, nesse exercício de sensibilidade, poderemos também ver, na seqüência de ampliações, o que o artista viu, atribuindo-lhe o sentido do fenômeno artístico.























Mário Castello
apresenta-nos a fotografia da abstração numa textura manchada de umidade de uma parede arruinada. Nas ampliações, vemos com nitidez o que ele viu - O olho - e depois já não percebemos nada mais; de fato, voltamos a ver apenas a mancha úmida, o disforme, o real, o retorno à abstração.
























Fotografias de Mário Castello – São Paulo, 2006
publicado por ardotempo às 03:30 | Comentar | Adicionar

Aforismo Borgesiano – 05

Dúvida


"Dúvida é um dos nomes da inteligência."

©Jorge Luis Borges / Borges Verbal - Emecê Editores Buenos Aires – Argentina
   Fotografia de Marcos Magaldi
publicado por ardotempo às 00:07 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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