Sexta-feira, 07.03.08

Aforismo Borgesiano - 04



Tigre

"Desde criança as listras do tigre me sugeriam a escritura de um deus, nas quais devia estar contido o segredo da criação. As listras variam de tigre para tigre mas a mensagem secreta está sempre ali."

©Jorge Luis Borges / Borges Verbal - Emecê Editores  Buenos Aires - Argentina
publicado por ardotempo às 22:29 | Comentar | Adicionar

Poeta Maria – 2

O herói desvalido

Maria Carpi

Não se puxam cordéis ao texto
desvalido. É inviável tecer
as cores sobre o bordado d’água.
Toda a escrita foi-lhe um cântaro

uterino que a morte romperia.
O livro desvalido é um fruto
além da maturação, incomestível.
Talvez ainda guarde a película,

a tez do herói. E os olhos minerais
sejam expostos à penumbra,
dessacralizados, mas os sucos

derramaram-se pondo nódoas
na toalha da cortesia. Deixar de laçar
um só ponto, desfiou-lhe a figura.






O herói desvalido © Maria Carpi, Editora Bertrand Brasil, 2006

Fotografia de Mario Castello
publicado por ardotempo às 22:03 | Comentar | Adicionar

Recomendado: Não Verás País Nenhum


Há quem diga que artistas são uma espécie de antena de raça. E são mesmo - por sua capacidade de antever, enxergar muito antes que os simples mortais, graças a sua sensibilidade aguda.
 E a um dom que os faz ser ouvidos.


Kofi Annan, secretário-geral da ONU, passou anos repetindo que, hoje, os problemas centrais da humanidade são mudanças climáticas e padrões insustentáveis de produção e consumo, além da capacidade de reposição da biosfera terrestre. 
Ficou rouco de tanto falar, poucos o ouviram.

A primeira edição deste livro é de 1981. Ele vai para a 25ª edição.

As pessoas lêem. Sabem que o autor está falando, há um quarto de século, das mesmas coisas que o secretário-geral da ONU viria tratar muito depois.
Mas em 1981, só meia dúzia de cientistas tratava das ameaças que se desenhavam. 
E neste livro, daquele ano, volta e meia o leitor tem de dizer a si mesmo "É ficção!", para não ser engolido e sufocado pelas realidades de hoje e pelas alegorias que povoam as páginas.
 É um livro captado por antenas de sensibilidade.


Por isso é tão atual, tão lido - fora o estilo que são outros quinhentos.

Washington Novaes



NÃO VERÁS PAÍS NENHUM
© Ignácio de Loyola Brandão
Romance, 25ª Reedição 2007 / 416 páginas
Editora: Global Editora
ISBN 978-85-260-1176-2
publicado por ardotempo às 17:59 | Comentar | Adicionar

É momento de ler ou reler Não Verás País Nenhum



Nessa hora grave em que tudo aparenta estar em precário equilíbrio,
em que Estados formais negociam secretamente com organizações terroristas,
num tempo em que uma floresta primordial e insubstituível está sendo devastada sob a omissão e o acobertamento do governo que devia protegê-la constitucionalmente, em que sacolas plásticas, sub-produto do consumo irrefreado, sufocam os depósitos de lixo do dia-a-dia urbano de qualquer cidade, em que os oceanos se tornam sujos e hostis à vida marinha, em que os condomínios se encarceram em cerrada vigilância de milícias particulares de segurança, que proliferam os uniformes sombrios das seguranças e escoltas armadas privadas, que as quadrilhas operam e administram tecnologicamente fortunas depositadas em bancos (mesmo de dentro das celas das prisões), em que o petróleo e a água tornam-se escassos, é o momento de se reler com vagar e reflexão o livro de Ignácio de Loyola Brandão… 

NÃO VERÁS PAÍS NENHUM
© Ignácio de Loyola Brandão
Romance, 25ª Reedição 2007 / 416 páginas
Editora: Global Editora
ISBN 978-85-260-1176-2
 
Fotografia do autor por Lisette Guerra
publicado por ardotempo às 17:43 | Comentar | Adicionar

Chico Buarque aprende a falar húngaro

“Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira.”

É a primeira frase do livro BUDAPESTE. Chico Buarque estuda conversação em húngaro para suas falas no papel que vai desempenhar no filme BUDAPESTE, baseado no seu livro e que está sendo rodado na Europa.
Chico tem se dedicado cada vez mais à literatura, a escrever os seus romances, como ele mesmo revelou em Passo Fundo, ao receber o Grande Prêmio da XI Jornada Literária de Passo Fundo, em 2005, por este mesmo romance.
Leia, é um excelente livro.



BUDAPESTE
Chico Buarque
Romance, 2003 / 174 páginas
Editora: Companhia das Letras
ISBN 85-359-0417-4
publicado por ardotempo às 16:59 | Comentar | Adicionar

Homenagem aos Artistas Paradigmáticos



Ou aos mestres, como diria Picasso.

Ele mesmo, Picasso, um paradigmático fervoroso durante toda a sua carreira, inventor de estilos e reinventor de maneiras de se pintar (e esculpir e gravar).

Um paradigmático é aquele artista tão lúcido e inovador que reinventa a pintura, a escultura, a sua arte, de tal forma que não se parecerá a ninguém, ao contrário, mostra um caminho  novo e original e os outros, depois, é que se lhe parecerão.

Foi assim com Morandi, com Jacometti, com Karel Appel, com Francis Bacon, que possuem muitos seguidores. No Brasil, Arcangelo Ianelli é um dos maiores artistas de todos os tempos porque alcançou essa rarissima condição de paradigma em, pelo menos, três momentos de sua carreira: quando inventou sua esplêndida paleta em grises cromáticos enquanto figurativo na década de 50, na sua exuberante fase de quadrados superpostos dos anos 70/80 e na genial epifania das Vibrações de sua fase mais recente.

Ianelli. Um artista inovador, denso e inquieto, jamais acomodado às suas próprias descobertas, nos exigentes caminhos da pintura e da Arte.

© Arcangelo Ianelli - Vibrações em Branco, 1990
tags: ,
publicado por ardotempo às 12:56 | Comentar | Adicionar

Mérito por escrever em português



Prémio LEYA, para romances em português

Se você tem um romance inédito pronto, com pelo menos 200 páginas, pode inscrevê-lo ao Prémio LEYA. Veja o regulamento aqui. É dificil, porque a concorrência será grande e as estatísticas recentes mostram que têm sido mais fácil aos autores portugueses e africanos de língua portuguesa, conquistarem os prêmios literários no Brasil, do que os brasileiros alcançarem a mesma façanha em Portugal. Não custa tentar…
publicado por ardotempo às 12:50 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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