Quarta-feira, 05.03.08

O grito restaurado



O grito
, a obra prima de Edvard Munch, pintado freneticamente em 1893 e desatador de tantas polêmicas virulentas à época em que foi apresentado ao público, é uma obra com história repleta de episódios de risco e de sorte.

É um marco da angústia do pintor que declarou a respeito dele:
"Uma noite andava por um caminho isolado. Abaixo eu podia ver a cidade e o fiorde. Sentia-me cansado e doente. Fiquei ali parado, observando o fiorde enquanto o sol se punha. Repentinamente as nuvens tingiram-se de um vermelho assombroso, como sangue. Ouvi um grito terrível nesse momento. Foi como se sentisse um grito da natureza. Pintei esse quadro, pintei a cor das nuvens como sangue verdadeiro. As cores gritavam no quadro."

O grito foi roubado, do Museu Edvard Munch, Oslo, Noruega, em fevereiro de 1994. Foi recuperado, intacto, apesar de sua fragilidade, em junho de 1994. Sorte.
Foi novamente roubado, violentamente, à mão armada e dessa vez durante o dia, com o Museu Edvard Munch aberto e lotado de visitantes, em agosto de 2004.  Por sorte e com danos sérios por umidade, rasgos e furos, foi recuperado novamente dois anos depois, em 2006. Dessa feita, precisou ser restaurado durante cerca de um ano.
Será reapresentado ao público à partir de 23 de maio até 26 de setembro de  2008, Museu Edvard Munch, Oslo, Noruega.

 
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publicado por ardotempo às 23:01 | Comentar | Adicionar

www.borgespreviutudo


Jorge Luis Borges será colocado ao lado de Georges Orwell no panteão dos grandes escritores visionários ? Não que ele faça concorrência ao “Big Brother is watching you” do famoso livro filosófico 1984  de Orwell, anunciando o totalitarismo de uma sociedade de vigilância repleta de câmeras de TV, ou que lhe tenha emprestado seu Ministério da Verdade, o seu Comissariado de Romances e a sua Polícia do Amor, mesmo que ele até tenha sido muito sensível ao mundo da Oceania.

O profetismo de Borges se situa noutra esfera: ao lado da revolução tecnológica da Internet.  Pelo menos é o que parece refletir uma recente tendência em pesquisas, livros e teses em andamento nos Estados Unidos e na seqüência de opiniões emitidas por intelectuais tais como o lingüista Umberco Eco.

Borges é citado muitas vezes como o pai da www  (world.wide.web).
 
Isso é colocado claramente por Perla Sasson-Henry em Borges 2.0 – from text to virtual words, que estabelece uma relação entre o YouTube, os blogs, a Wikipédia e certos textos de Borges na sugestão de que “o leitor participa ativamente” e é retomada em Cy-Borges, que foi bem recebido nos Estados Unidos.
 
O New York Times, que dedica um artigo ao fenônemo, publicou alguns trechos da obra de Borges (especialmente de Ficciones, 1944 ) que se apresentam como significativos quando comparados aos seus equivalentes de internet. Para a Wikipedia, deve-se ler o que está descrito para a enciclopédia infinita de Tlön, Uqbar, Orbis Tertius (1940); para o que é a idéia atual do blog e do arquivo permanente, isso já estaria presente em Funes, el memorioso (1942); e para o projeto da biblioteca universal localizada no Google, deve-se naturalmente colocar ao seu lado La biblioteca de Babel (1941).



Pierre AssoulineLa Republique des Livres – Le Monde – 17.01.08
publicado por ardotempo às 18:52 | Comentar | Adicionar

MIR - gravadora

Maria Inês Rodrigues é uma das melhores
artistas gravadoras em metal no universo
da arte contemporânea no Brasil.
Obras tombadas em acervo no MASP SP,
MAB FAAP SP e MARGS RS.


“Reativa em sua arte, incrível liberdade inventiva,  deixando os olhos perturbados diante de um certo toque do desconhecido.
O que assusta, entretanto, já acordou o eito de estar no mundo. Em sua última fase, relevos e gravuras explodem como que advindas de pesadelo.
E com mestria generosa e original, nova,
exsurgem  as criaturas de sementes, ou a sementeira de mitos.
O que dizer, senão o maravilhamento?
E numa estirpe de metamorfoses,
a linguagem retorna à caverna dos símbolos primevos, e à mágica dos símbolos que, face a face, nos vêem. E amam toda a penúria e grandeza  da humana condição.”

Carlos Nejar - Paiol da Aurora ES, 2006
Academia Brasileira de Letras
Academia Brasileira de Filosofia
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publicado por ardotempo às 17:10 | Comentar | Adicionar

Aforismo Borgesiano - 03



Tango

"Uma vez fui a um concerto de Piazzola.
Pensei assim: "Já que ali não se vai tocar tangos, irei." Eu não gosto do tango."

©Jorge Luis Borges / Borges Verbal - Emecê Editores  Buenos Aires - Argentina

Para relembrar, veja aqui Libertango, com Astor Piazzola
publicado por ardotempo às 01:38 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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