O grito restaurado
O grito, a obra prima de Edvard Munch, pintado freneticamente em 1893 e desatador de tantas polêmicas virulentas à época em que foi apresentado ao público, é uma obra com história repleta de episódios de risco e de sorte.
É um marco da angústia do pintor que declarou a respeito dele:
"Uma noite andava por um caminho isolado. Abaixo eu podia ver a cidade e o fiorde. Sentia-me cansado e doente. Fiquei ali parado, observando o fiorde enquanto o sol se punha. Repentinamente as nuvens tingiram-se de um vermelho assombroso, como sangue. Ouvi um grito terrível nesse momento. Foi como se sentisse um grito da natureza. Pintei esse quadro, pintei a cor das nuvens como sangue verdadeiro. As cores gritavam no quadro."
O grito foi roubado, do Museu Edvard Munch, Oslo, Noruega, em fevereiro de 1994. Foi recuperado, intacto, apesar de sua fragilidade, em junho de 1994. Sorte.
Foi novamente roubado, violentamente, à mão armada e dessa vez durante o dia, com o Museu Edvard Munch aberto e lotado de visitantes, em agosto de 2004. Por sorte e com danos sérios por umidade, rasgos e furos, foi recuperado novamente dois anos depois, em 2006. Dessa feita, precisou ser restaurado durante cerca de um ano.
Será reapresentado ao público à partir de 23 de maio até 26 de setembro de 2008, Museu Edvard Munch, Oslo, Noruega.