Para Todos

Neste momento em que a Espanha barra a entrada de brasileiros, deportando-os com vileza, lastreada em estatística e discriminação - turistas, estudantes, doutorandos dirigindo-se a congressos científicos, clérigos de passagem e, inclusive, alguns que para lá vão tentando alcançar alguma dignidade na existência, fugindo da pobreza ou da perseguição política - é sempre interessante recordar que o Brasil desde 1824, recebeu de braços abertos a todos e, na medida do possível, deu guarida a portugueses, alemães, italianos, franceses, espanhóis, ciganos, poloneses, ingleses, húngaros, romenos, iugoslavos, argentinos, chilenos, uruguaios, bolivianos, paraguaios, libaneses, israelenses, palestinos, armênios, turcos, japoneses, coreanos e chineses (isso sem falar de todas as nações e etnias africanas mas essa é uma outra história diferente, bem mais radical, que merece abordagem diversa noutro artigo - nesta história da herança afro existe culpa e débitos ainda a acertar).

Levas de imigrantes, sem posses ou que tinham perdido tudo, vieram para cá (e continuam vindo) refazer suas vidas por variados motivos (pobreza, sobrevivência, carência de oportunidades, guerras, genocídios, perseguições políticas, injustica social, desejo de crescimento cultural), que são, curiosamente, quase idênticos aos que estimulam legitimamente alguns brasileiros a tentar alguma chance de vida, algumas oportunidades para sobreviver, as mesmas  que outros imigrantes encontraram aqui, generosamente, em anteriores momentos profundamente ásperos.

Para refletir sobre isso e não esquecer, veja Chico Buarque cantando Paratodos
publicado por ardotempo às 12:16 | Comentar | Adicionar