Terça-feira, 30.08.11

A perda

 

 

Ausência do amigo, do autor, do visionário - Walmor Bergesch

 

 

 

Hoje, dia 29 de agosto de 2011, dia tempestuoso, frio e úmido em Porto Alegre RS Brasil, foi o dia da perda do grande amigo, do escritor e do criativo visionário que transformou a televisão contemporânea brasileira. 

 

O visionário que participou ativamente das equipes pioneiras que criaram três grandes emissoras de televisão, que revolucionou suas tecnologias, que introduziu as imagens em cores no Brasil, que imaginou e criou condições objetivas para a implantação de uma rede regional de televisão, que criou canais segmentados e comunitários de tevê, que estruturou a primeira grande rede nacional de televisão a cabo e escreveu o livro OS TELEVISIONÁRIOS contando a saga dos criativos profissionais (nomeando  e identificando a todos eles) e conjugando dessa maneira o seu livro sempre na primeira pessoa do plural.

Saudações e saudades, generoso e leal amigo.

 

Imagem do autor: Tania Meinerz 

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Quarta-feira, 27.10.10

A televisão revelada em palavras

OS TELEVISIONÁRIOS - de Walmor Bergesch

 

 



O grande livro da televisão no sul do Brasil. Contado com graça e leveza por um de seus principais protagonistas, Walmor Bergesch. O autor esteve presente desde o início das atividades da primeira emissora e e mantém-se atuante no universo do meio eletrônico desde então, tendo passado por praticamente todas as principais emissoras do Rio Grande do Sul e algumas das grandes redes no País, com talento, brilho e reconhecimento. Viveu lances de decisões históricas importantes como foi o caso da implantação da TV em cores no País, a difusão das televisões por assinatura e cabo, além de ser o criador da TV Com e do Canal Rural. O livro traz o depoimento e a valiosa colaboração de diversos outros e outras protagonistas nesta grande saga em contínua evolução. No livro o autor relata como a televisão foi, como ela é atualmente e como será. Ilustrado com 300 imagens em cores. Contos e crônicas nas aberturas dos capítulos escritos por alguns do mais significativos autores brasileiros (Luis Fernando Verissimo, Ignácio de Loyola Brandão, Aldyr Garcia Schlee, Cláudia Tajes, Charles Kiefer, Fabricio Carpinejar, Sergius Gonzaga, Monique Revillion, entre outros). Capa de Gilberto Perin. Um livro essencial para os estudantes e professores de comunicação e jornalismo.


Lançamento na Feira do Livro de Porto Alegre - Dia 11 de novembro de 2010

Autógrafos - Palestra e conversa com o autor e convidados televisionários muito especiais.

 


Os Televisionários

400 páginas, ilustrado com 300 imagens em cores

História

ISBN nº 978-85-62984-01-3

Valor: R$ 50,00

PRONAC nº 08 6413

Edições ARdoTEmpo, 2010

 

publicado por ardotempo às 11:27 | Comentar | Ler Comentários (1) | Adicionar
Terça-feira, 11.05.10

"Marionetes unidos...jamais serão vencidos!"

 

Ideologia para os pequenos

 

Nós adaptávamos textos clássicos infantis ou os escrevíamos nós mesmos (Antônio Carlos Sena, Marco Aurélio Garcia, Aníbal Damasceno) para encenações ao melhor estilo dos bonequeiros de marionetes tradicionais europeus. As vozes eram feitas todas ao vivo. Somente muitos anos depois é que iríamos utilizar o gravador de voz. Era uma equipe bastante grande no caso do teatro de bonecos, em torno de dez pessoas.

 

Certa feita quase matamos o Enio Rockenbach de ataque cardíaco, por motivos políticos, num programa de marionetes inteiramente direcionado ao público infantil. Eu estava mais ou menos em férias, trabalhando e fazendo uma série de apresentações de bonecos numa colônia de férias na praia. O Marco Aurélio Garcia assumiu a direção do grupo na TV. Éramos todos jovens e alguns de nós tinham posições ideológicas de esquerda. O Marco Aurélio Garcia assumiu a chefia do grupo de encenação na TV e assumiu a sua posição ideológica.  

 

Aproveitou para escrever um texto e montar uma peça de teatro infantil, de esquerda. Reescreveu a história da tentativa da invasão da Baía dos Portos em Cuba pelos fuzileiros navais norte-americanos. Aproveitou alguns bonecos, foi criando a adaptando-os ao seu texto, tinha o Rei Dólar, que conspirava com o boneco Batista, o ditador de Cuba que fora deposto. Ele usou o boneco do Reizinho, que era o pai da Bela Adormecida, e inventou o Rei Dólar, utilizando a personagem do Lobo Mau, da peça do Chapéuzinho Vermelho, com roupas adaptadas. Nos bonecos representando os camponeses pobres e os revolucionários, colocou barbas postiças. O programa foi para o ar vivo sem que o pessoal da direção de TV o visse antes e a TV Piratini teve problemas. 

 

Deu uma confusão tremenda, quase fomos todos demitidos, o grupo de atores com os seus bonecos. O Enio teve uma dor de cabeça terrível para contornar a situação mas deu tudo certo no final e permanecemos trabalhando na televisão. Tudo isso por conta do Marco Aurélio Garcia, que depois acabou sendo o assessor para assuntos internacionais do Presidente Luis Inácio Lula da Silva.” - Depoimento de Antônio Carlos Sena

 

 

 

Companhia de Teatro de Bonecos, de Antônio Carlos Sena, com Marco Aurélio Garcia, ao centro, atrás da câmera da TV Piratini, Canal 5

 

Publicado no livro OS TELEVISIONÁRIOS, de Walmor Bergesch, Edições ARdoTEmpo, 2010

 

publicado por ardotempo às 01:18 | Comentar | Adicionar
Segunda-feira, 10.05.10

Televisão: Uma Vida

Sempre Pioneiros 

 

José de Almeida Castro

 


Em fins de 1958, duas importantes etapas do nosso trabalho estavam sendo vencidas.  

 

Em Belo Horizonte, eu ajudara a consolidar a TV Itacolomy, primeira emissora de televisão fora do eixo Rio-São Paulo e no Rio de  Janeiro, a TV Tupi já operava integralmente em suas novas instalações no antigo edifício do Cassino da Urca. João Calmon determinou-me que, cumulativamente com a direção geral do Canal 6 carioca, assumisse o comando do programa de expansão das emissoras associadas de televisão.

 
Assis Chateaubriand, então Embaixador do Brasil em Londres,  decidira que, começando por  Porto Alegre, as emissoras associadas de TV seriam pioneiras em todo o Brasil.  Um plano elaborado, sob nossa orientação, pelas equipes da Tupi do Rio foi  considerado audacioso e de difícil implantação, mas finalmente aprovado e respeitado na sua execução.


O plano possuía três linhas mestras:

 
A) padronização obrigatória dos equipamentos de estúdios e transmissores; 

B) realização de cursos em tempo integral, por conta dos Associados, para  formação  das equipes de  novos profissionais selecionados em cada um dos estados que sediariam as novas emissoras de TV; 

C) meta de celebrar os dez anos das pioneiras TVs Tupi (Rio/São Paulo) inaugurando emissoras associadas de televisão do Extremo Norte ao Rio Grande do Sul. 

 

Na execução, respeitados os conceitos básicos, houve uma pequena alteração no modus operandi. São Paulo, isoladamente, ficou encarregado do Paraná e, sob nossa supervisão, Vitor Purri, que comandara a instalação da TV Itacolomy, cuidou, com Edilson Varela na Superintendência  da TV Brasília. Igor Olimpiew dirigiu toda a parte técnica, com o apoio, no Rio de Janeiro, de Orazio Pagliari e de Herbert Guzman. 


A TV Tupi do Rio se re-equipara na Urca, com grande êxito, com equipamentos RCA, os equipamentos escolhidos para a cumprir o plano de padronização, inclusive com a compra de 10 máquinas de gravação de imagens em fita magnética, os TV Tapes. (A Ampex era a detentora da denominação video-tape - os futuros videoteipes).  

 

O fundamental ponto B se tornou efetivo em meados de 1959, quando o diretor geral dos Associados, João Calmon, numa sala da TV Tupi na Urca, falou aos 40 alunos do 1º Curso de Preparação de Profissionais de Televisão do Brasil, vindos de Porto Alegre, de Salvador e do Recife, na presença dos Superintendentes Regionais  Nelson Dimas de Oliveira (Rio Grande do Sul); Odorico Tavares (Bahia); Edilson Varela (Brasília) e  dois convidados  especiais – Carlos Lage, da J .Walter Thompson  e Emil Farhat,  da McCann Erickson.


Como responsável pelo Curso coube-me apresentar os mestres – Alinor de Azevedo, Alcino Diniz, Herbert Guzman, Maurício Dantas, Péricles Leal. (Pericles depois foi o grande mestre de cearenses e paraenses).  Após quatro meses de aulas diárias e provas praticas, aqueles entusiastas profissionais realizaram programas, com a participação de artistas veteranos como exames finais,  programação transmitida nas madrugadas da TV Tupi do Rio. Os gaúchos logo retornaram a Porto Alegre para os trabalhos preparatórios da inauguração da sua TV. E convidaram todos  do Curso para a prova de fogo


Em  20 de dezembro de 1959, num fim de tarde com sol de 40 graus, lá do alto do morro de Santa Teresa, surgiram as imagens da TV Piratini

 


Seguiu-se o planejado. Há 50 anos, em 1960, no décimo aniversário da pioneira paulista, inauguravam-se tevês pioneiras em Brasília, em Curitiba, em Salvador, em Fortaleza, no  Recife  e  em Belém do Pará.

 
Em Brasília, João Batista do Amaral  com a sua repetidora da TV Rio, marcava sua presença em seguida, E no Recife um destaque: inaugurado 15 dias depois do Canal  6 Associado, o Canal 2 foi também um legitimo pioneiro. E como Assis Chateaubriand é impossível esquecer outro notável nordestino, o grande líder e realizador, Dr. Francisco Pessoa de Queiroz e sua primorosa realização: a TV Jornal do Comércio, do Recife.

 
Nota ComplementarVida Alves concedeu-me  a honra de solicitar uma palavra sobre a história acima descrita. Sou muito grato. E extrapolando o solicitado, volto a Porto Alegre: Walmor Bergesch, um pioneiro aluno do curso preparatório de televisão em  1959  entregou ao público, no dia 24 de março de 2010, em grandiosa festa gaucha, o seu livro Os Televisionários . Convidado, não pude comparecer. Tive, porém, a alegria de receber mensagens de vários participantes presentes. Destaco parte da que veio de Sérgio Reis. Revigora-me ver, 50 anos depois, a lição transmitida àqueles jovens.

 

Diz ele com muito carinho:


“Castro, mais do que nos ensinar televisão, você nos fez ver a importância e o poder do veículo que operaríamos e a responsabilidade que estávamos assumindo. O meu encantamento pela televisão começou com você e não parou até hoje (ancoro o programa Tribuna Independente pela Rede Vida de Televisão todas às quintas feiras, ás 22h15)  Como você ensinou, é ao vivo!). Mais do que uma profissão, você me deu uma carreira que preencheu uma vida com intensidade. Receba meu abraço de agradecimento.” – Sérgio Reis

José de Almeida Castro - Sobre o livro OS TELEVISIONÁRIOS, de Walmor Bergesch

publicado por ardotempo às 17:45 | Comentar | Ler Comentários (1) | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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