Domingo, 01.11.09

Espreitando à frente

Editora dinamiza na web
 
Publicado por VerdesTrigos 
 
 
 
O endereço é o mesmo, mas o conteúdo, quanta diferença! A famosa frase publicitária criada para divulgar um produto para os cabelos também pode ser aplicada ao novo portal da Cosac Naify, inaugurado nesta semana. Isso porque o conteúdo segue sendo disponibilizado no endereço www.cosacnaify.com.br , mas com seu conteúdo totalmente reformulado. Entre as novidades, a editora passou a disponibilizar livros para download.
 
O primeiro livro escolhido é Flores, do mexicano Mario Bellatin, que consentiu que a obra recém-lançada ficasse a disposição de todos. A editora também aposta na maior interatividade oferecendo canais de diálogo com o seu público. Twitter (@cosacnaify), com mais de 2600 seguidores espontâneos, Facebook, com mais de 800 membros e Orkut. No site reformulado, destaca-se ainda a estreia do Blog da Cosac Naify, com um capítulo inédito do livro Guerra e paz, de Tolstói, traduzido por Rubens Figueiredo, disponível para os leitores com um ano de antecedência ao seu lançamento, previsto para novembro de 2010. O blog continuará adiantando trechos de livros selecionados pelos editores, curiosidades sobre a escolha das capas e mais informações quentes sobre os próximos lançamentos da editora.
 
Além disso, a Loja Virtual ganha nova seção voltada para bibliófilos onde são disponibilizados em primeira mão, somente para aquisição online, livros com diferenciais gráficos que se tornaram raridade no mercado.
 
Publicado no Blog Verde Trigos
 

http://www.verdestrigos.org/wordpress/ 

publicado por ardotempo às 13:45 | Comentar | Adicionar
Sábado, 24.10.09

Verdes Trigos - Editora digital para o Kindle

 Verdes Trigos é selo de edição digital para kindle e outros e-readers

 
Verdes Trigos e Noga Sklar celebram parceria para a edição e publicação de livros digitais para o Kindle, da Amazon.Com e outros e-readers.
O selo da edição levará a marca VerdesTrigos.
Os livros da escritora Noga Sklar já estão publicados e disponiveis na Amazon.
publicado por ardotempo às 12:45 | Comentar | Adicionar
Sábado, 20.12.08

Saramago e os editores

Editores

 

José Saramago

 

Voltaire não tinha agente literário. Não o teve ele nem nenhum escritor do seu tempo e de largos tempos mais. O agente literário simplesmente não existia. O negócio, se assim lhe quisermos chamar, funcionava com dois únicos interlocutores, o autor e o editor. O autor tinha a obra, o editor os meios para publicá-la, nenhum intermediário entre um e outro. Era o tempo da inocência.
 
Não quer isto dizer que o agente literário tenha sido e continue a ser a serpente tentadora nascida para perverter as harmonias de um paraíso que, verdadeiramente, nunca existiu. Porém, directa ou indirectamente, o agente literário foi o ovo posto por uma indústria editorial que havia passado a preocupar-se muito mais com um descobrimento em cadeia de best-sellers que com a publicação e a divulgação de obras de mérito. Os escritores, gente em geral ingénua que facilmente se deixa iludir pelo agente literário do tipo chacal ou tubarão, correm atrás de promessas de vultosos adiantamentos e de promoções planetárias como se disso dependesse a sua vida. E não é assim. Um adiantamento é simplesmente um pagamento por conta, e, quanto a promoções, todos temos a obrigação de saber, por experiência, que as realidades ficam quase sempre aquém das expectativas. 
 
Estas considerações não são mais que uma modesta glosa da excelente conferência pronunciada por Basílio Baltasar em finais de Novembro no México, com o título de “A desejada morte do editor”, na sequência de uma entrevista dada a “El País” pelo famoso agente literário Andrew Willie. Famoso, digo, embora nem sempre pelas melhores razões. Não me atreveria, nem seria este o lugar adequado, a resumir as pertinentes análises de Basilio Baltasar a partir da estulta declaração do dito Willie de que “O editor é nada, nada” e que me recorda as palavras de Roland Barthes quando anunciou a morte do autor…
 
Afinal, o autor não morreu, e o ressurgimento do editor amante do seu trabalho está nas mãos do editor, se assim o quiser. E também nas mãos dos escritores a quem vivamente recomendo a leitura da conferência de Basilio Baltasar, que deverá ser publicada, e um seu consequente debate.

 

 

 

José Saramago - Publicado no blog O Caderno de Saramago 

publicado por ardotempo às 13:27 | Comentar | Adicionar
Quinta-feira, 13.03.08

Valéry

Paul Valéry: ator das idéias

Em sua vida de professor e ensaísta, João Alexandre Barbosa foi o assíduo leitor de Paul Valéry, que se transformou num caso de perseguição a "exigir um ajuste de contas". O resultado não foi tanto o aparecimento de um livro original que o crítico brasileiro poderia ter concebido, mas sim a reunião de nove ensaios, redigidos e publicados entre 1970 e 2005, que percorrem a obra do poeta francês: A comédia intelectual de Paul Valéry (Iluminuras, 159 páginas, R$ 35). Coletânea que bem demonstra a "permanência e continuidade" de uma obra surpreendente por sua dimensão filosófica e por seu exame exigente da linguagem, a conduzir a literatura a uma via do fracasso da expressão; obra que também se impõe por seu gigantismo: somente a edição fac-similada dos Cahiers ocupa 35 cadernos de mil páginas cada um, resultado das anotações diárias de um pensador que não se ocupava dos fatos cotidianos, mas da investigação que busca o auge radical de lucidez e consciência sobre as "linguagens, sejam as verbais, sejam as das matemáticas e da filosofia".

Devotado à busca metódica do processo, desvinculando-se da "idéia de acabar" (T. S. Eliot criticou Paul Valéry por estar "profundamente preocupado com o problema do processo, de como é feito o poema, mas não com a questão de como é relacionado ao resto da vida"), o poeta francês encontrou em Stéphane Mallarmé, quase 30 anos mais velho, o modelo extremado de experimentação com o texto poético. E decretou: "Mallarmé compreendeu a linguagem como se ele a tivesse inventado". No ensaio "Mallarmé segundo Valéry" - reproduzido de A metáfora crítica (1974) - João Alexandre Barbosa faz a análise da relação fascinante entre mestre e discípulo, aparentemente invertida: pois o mestre teria produzido a obra inovadora (a exemplo de "Um lance de dados", que rompeu com a tradição do verso), enquanto o discípulo permaneceu atrelado à forma clássica, racionalizando somente no ensaio o vigor e as implicações que haviam sido demonstradas naquela poesia.

Na obra poética, portanto, Paul Valéry é o discípulo ultrapassado - provavelmente porque, como artista, não ousava comprometer-se com o processo de recusas e a imposição de limites entre o silêncio e a autodestruição. Permaneceu lúcido, inteligente e clássico. Mas não para todos: é conhecida a opinião de Edmund Wilson, em
O castelo de Axel
(1931), de que os ensaios de Paul Valéry não trazem "uma grande riqueza de idéias", apenas "a representação de uma situação intelectual, e não o desenvolvimento de uma linha de pensamento". Nessa percepção, o rigor artístico proclamado pelo poeta e filósofo surge "graças a alguns procedimentos estilísticos,
e não a uma qualidade da sua lógica
". Superdiletante e esnobe,
Paul Valéry não teria contribuído para avançar os estudos de filosofia da linguagem, mas favorecido "uma espécie de misticismo estético" capaz de ser aplicada somente a Stéphane Mallarmé e a alguns simbolistas, incluindo-se o próprio Paul Valéry.

No caso de A comédia intelectual de Paul Valéry, porém, a safra é excepcional: o livro deve ser mesmo a melhor introdução às obras e às idéias do poeta ao alcance do leitor brasileiro. Nele se demonstra, por exemplo, que Paul Valéry, durante décadas, sonhou em conceber uma "comédia intelectual", com Leonardo da Vinci no papel principal, consagrando-a "às aventuras e às paixões da inteligência" e aproximando-a em importância da Divina comédia e d'A comédia humana. Segundo o poeta, "seria uma comédia do intelecto, o drama das existências dedicadas a compreender e a criar".

Projeto jamais realizado e de caráter soberbamente elitista, pois nele estaria exposta a humanidade em "tudo o que a eleva um pouco acima das condições animais monótonas", graças à "existência de um número restrito de indivíduos, aos quais devemos o que pensar, como devemos aos operários o que viver". Consensualmente, um dos personagens imaginários dessa comédia intelectual seria monsieur Teste, marcante por seu rigor intelectual e por seu distanciamento social, que João Cabral de Melo Neto assim preferiu registrar num poema: "Uma lucidez que tudo via, / como se à luz ou se de dia; / (...) porém luz de uma tal lucidez / que mente que tudo podeis".

(Publicado no Jornal do Brasil, fevereiro 2008)














A COMÉDIA INTELECTUAL DE PAUL VALÉRY

Crítica e Teoria Literária, 160 páginas 2007
Autor: João Alexandre Barbosa
Editora: Iluminuras – São Paulo SP
ISBN: 978-85-7321-253-2
publicado por ardotempo às 18:56 | Comentar | Adicionar
Sexta-feira, 07.03.08

Recomendado: Não Verás País Nenhum


Há quem diga que artistas são uma espécie de antena de raça. E são mesmo - por sua capacidade de antever, enxergar muito antes que os simples mortais, graças a sua sensibilidade aguda.
 E a um dom que os faz ser ouvidos.


Kofi Annan, secretário-geral da ONU, passou anos repetindo que, hoje, os problemas centrais da humanidade são mudanças climáticas e padrões insustentáveis de produção e consumo, além da capacidade de reposição da biosfera terrestre. 
Ficou rouco de tanto falar, poucos o ouviram.

A primeira edição deste livro é de 1981. Ele vai para a 25ª edição.

As pessoas lêem. Sabem que o autor está falando, há um quarto de século, das mesmas coisas que o secretário-geral da ONU viria tratar muito depois.
Mas em 1981, só meia dúzia de cientistas tratava das ameaças que se desenhavam. 
E neste livro, daquele ano, volta e meia o leitor tem de dizer a si mesmo "É ficção!", para não ser engolido e sufocado pelas realidades de hoje e pelas alegorias que povoam as páginas.
 É um livro captado por antenas de sensibilidade.


Por isso é tão atual, tão lido - fora o estilo que são outros quinhentos.

Washington Novaes



NÃO VERÁS PAÍS NENHUM
© Ignácio de Loyola Brandão
Romance, 25ª Reedição 2007 / 416 páginas
Editora: Global Editora
ISBN 978-85-260-1176-2
publicado por ardotempo às 17:59 | Comentar | Adicionar
Terça-feira, 04.03.08

Sob o céu de Paris

"Um romance POP-ART-BRUT "– Emmanuel Tugny



PANAMÉRICA 
José Agrippino de Paula (1937- 2007) 

Tradução: Emmanuel Tugny 

Editora: LL Laureli Léo Scheer
ISBN 978-2-7561-0108-8

A obra de José Agrippino de Paula faz sucesso em Paris e marca forte presença junto a comunidade intelectual parisiense. Considerada na França como uma obra primordial da literatura brasileira, PANAMÉRICA, publicada pela primeira vez no Brasil em 1967, é lançada agora em 2008 na França, com tradução criteriosa e espetacular do escritor Emmanuel Tugny. 
Panamérica é um conjunto literário psicodélico que reúne tanto o pop-art quanto o espírito da geração beat. Uma epopéia irônica que provoca o leitor com achados cômicos e cruéis. Escrito durante os anos da ditadura militar na Brasil e em reação à ideologia norte americana dominante, o texto construído em ritmo trepidante, coloca em questão os encadeamentos existenciais e culturais da sociedade por meio de alegorias irreverentes. 


Um labirinto narrativo povoado de figuras mitológicas que desenham um mundo
absurdo e caótico.

O livro foi lançado em dezembro 2007 / janeiro 2008 pela
Editora LL Laureli Léo Scherr, uma das mais instigantes
editoras francesas da atualidade.
publicado por ardotempo às 16:27 | Comentar | Adicionar
Terça-feira, 26.02.08

Homenagem à Iluminuras



Saudações e admiração aos editores Beatriz Costa e Samuel Leon pelos 20 anos de lutas, resistência, persistência e posicionamento  editorial não-concessivo.
O seu público e os seus escritores estão com vocês. Parabéns luminuras.

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publicado por ardotempo às 11:48 | Comentar | Adicionar

Editor: ardotempo / AA

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